No dia seguinte ao chegar na Redação fui surpreendida pela presença de Daniele que se aproximou da minha mesa.
- Olá Melina.
O que ela queria me olhando daquele jeito?
- Oi Daniele.
- Espertinha você, hein!
Continuei arrumando os papeis e ligando o computador.
- Não entendi.
Ela deu uma risada cínica.
- Entendeu sim, vi você saindo do carro de Ruan agora a pouco. Não perdeu tempo e já foi dar em cima do chefe não é?
- Não estou dando em cima de ninguém.
- Deixa de ser sonsa menina, é claro que está louca pra pular na cama dele.
Eu não ia engolir desaforos dela.
- Meu amor, eu já fui para a cama dele e afirmo que não precisei mover um dedo.
Ela pareceu louca de raiva.
- Você é uma sem vergonha!
As pessoas nas outras mesas começaram a prestar atenção na discussão.
- Sem vergonha porquê? Que eu saiba ele é solteiro e eu também, por que não posso ficar com ele?
- Você quer é o dinheiro e o poder que ele tem.
- Ah é? Você acha que todo mundo é igual a você?
Naquele momento começou um burburinho e todo olhavam para a porta de entrada da sala. Ruan estava vindo em minha direção.
Parou bem em frente a Daniele e colocou as mãos no bolso da calça.
- Continue o que estava falando.
Ela levantou a cabeça sustentando o olhar dele.
- Você é um i****a Ruan, não ver que essa garota só quer o seu dinheiro?
Ele levantou uma sobrancelha.
- O dinheiro é meu e eu dou a quem eu quiser.
Ele falava olhando para Daniele mas se aproximou de mim e segurou minha mão.
Todos ali na sala olhavam em nossa direção e estavam surpresos com a atitude do chefe.
- E eu proíbo que você diga piadinhas para Melina, ou então, vou fazer o que deveria ter feito a um ano atrás e vou demitir você dessa empresa.
Ela pareceu entender que Ruan não estava brincando.
- Não direi nada para sua queridinha.
- Ótimo, agora suma da minha frente.
Ela torceu os lábios e se afastou irritada.
Os colegas deram risadas disfarçadas e aquilo pareceu irritá-lo ainda mais. Ele olhou para todos e esbravejou.
- E garanto que não será só Daniele que vai para o olho da rua. Melhor então todos voltarem ao trabalho.
Todos se concentraram em qualquer ponto em cima da mesa e um silencio tenso dominou o ambiente.
Ele virou-se para mim.
- Não ligue para Daniele, venha logo ao meu escritório, precisamos soltar aquele reportagem agora.
- Tudo bem.
Passei o dia na sala dele revisando alguns artigos que sairiam na próxima edição da revista. Independente de estarmos tendo um caso ou não, a gente se entendia muito bem no trabalho. Ele era super inteligente e conseguia criar um artigo em poucos minutos. Não era a atoa que a Revista dele era uma das mais lidas no mercado. Ele também era formado em jornalismo e era muito bom com as palavras.
Quando ele estava trabalhando, não se parecia em cada com o cara que falava aquelas loucuras na cama. Ali era um homem de negócios sério e comprometido com o trabalho.
- Nossa! Temos uma sintonia perfeita ruivinha. Você escreve tudo que eu estou pensando. Vou te colocar como minha assistente pessoal.
- Verdade? E isso vai aumentar meu salário?
Ele riu descontraído.
- Vai. Vou te pagar o dobro. E você vai trabalhar o dobro.
- O pessoal vai me odiar.
- Eu se fosse eles, começava a te bajular porque você agora é a mulher do chefe.
Olhei curiosa para ele.
- Não sou mulher de ninguém.
Ele desconversou.
- Ei, eu falei com o sindico lá do meu prédio e ele disse que tem um apartamento vazio lá, você quer ir ver?
Um apartamento no prédio dele? Ele estava delirando?
- Lógico que não! não tenho dinheiro para alugar um apartamento ali.
- Eu pago pra você.
Comecei a tossir incrédula.
- Você está maluco! Não vou morar em um prédio daqueles pra você pagar meu aluguel, só porque transamos uma ou duas vezes.
Ele riu.
- Se eu fosse dar um apartamento para todas as mulheres que transei, eu teria alugado a cidade inteira. Estou fazendo isso porque gosto de você e quero ver você bem.
- Não quero que me compre como seu eu fosse uma garota de programa.
Ele levantou e se aproximou de mim me fazendo levantar e me abraçou.
- Não diga uma besteira dessa, não estou te comprando, estou te dando um presente.
- Alugando um apartamento de luxo pra mim? Presente meio caro não?
Ele levantou os ombros como se fosse uma coisa sem importância.
- Minha empresa faz tanta caridade, já ajudei tanta gente a comprar sua casa própria, por que não posso ajudar uma garota linda que está passando por dificuldades?
- Mas um apartamento no seu prédio já é demais.
Ele me beijou rapidamente na boca.
- Quero você perto de mim, ai se a gente resolver morar juntos é só se mudar para minha casa.
Olhei bem para ele tentando entender o que ele queria dizer.
-Morar juntos? Como assim?
Ele levantou a mão e acariciou meus cabelos presos, ajeitando os fios que saiam do coque.
O olhar dele naquela hora estava sério.
- Você quer namorar comigo?
- Eu...
- Eu acho que já deu pra ver que combinamos em algumas coisas, então poderíamos namorar.
Ele era um homem diferente. Gostava de falar aqueles palavrões sobre sexo, mas no fundo era um cara legal e tinha um coração enorme. Eu estava começando a gostar dele de verdade e talvez pudéssemos realmente namorar.
Sorri e toquei levemente o rosto dele.
- Você foi bem romântico me pedindo assim em namoro.
Ele deu uma gargalhada.
- Não pense que me dobrou mocinha, então vou fazer o pedido direito.
Ele ajoelhou em minha frente e pegou minha mão beijando levemente.
- E então? Aceita f***r oficialmente comigo?
Não segurei o riso. Não dava par resistir a um homem daquele.
- Aceito.