Capítulo 62
Grecco narrando
Eu olho para o colar nas mãos de Karina, e na mesma hora eu me lembro.
Flash black onn
— Eu comprei de presente para você – eu falo para ela.
— É lindo – ela fala sorrindo
— É para você sempre me sentir perto de você – eu falo para ela.
— Obrigada Fernando – Maria Izabel fala sorrindo – é o colar mais lindo, sempre vai estar comigo.
Flash black off
Eu paro de pensar em Maria Izabel e olho para Karina, vendo que ela sorria olhando para o colar, nesse momento seu olhar para o colar, seu rosto baixo, eu vejo semelhança ainda mais dela com Maria Izabel e isso me deixa atordoado, eu me levanto e passo a mão pelo meu rosto e Karina me encara.
— Está tudo bem? – ela pergunta – estou atrapalhando? – ela me encara – eu posso ir embora.
Ela me olha com um olhar estranho, desconfiado e ansioso, eu me aproximo dela e passo a mão pelo seu rosto lentamente.
— Não – eu falo para ela – eu quero que você fique, vamos comer, se não vai ficar fria a nossa pizza – ela abre um sorriso.
A gente se senta na mesa e começamos a comer, conversamos sobre outros assuntos e ela vai me contando o que estava achando do morro, uma conversa leve e tranquila, depois deitamos e dormimos, ela sobre o meu peito.
Eu acordo com meu celular tocando e era Jeff, me passando alguns orçamentos do morro, eu me sento na cama e deixo ela dormindo do meu lado e começo a resolver os meus problemas.
Até que abro a galeria para mandar um documento para JEFF e vejo uma foto minha e da Maria Izabel no passado, eu olho para Karina, e realmente Karina só era a versão morena de Maria Izabel, e isso estava me deixando atordoado.
Pela idade, eu não conseguia imaginar que Karina fosse filha dela, mas que tivesse algum parentesco e começo até mesmo a pensar, que Maria Izabel poderia ter algum parentesco com Samanta, alguma coisa muito errada nessa história tinha, algo que nem mesmo Karina poderia imaginar.
Um mistério sem fim que até esse momento estava longe de mim, desvendar ele, parecia um quebra cabeça invisível, que as peças ainda não se mostraram e que não importa por qual caminho a gente fosse, não nos levaria para lugar nenhum.
Capítulo 63
Karina narrando
Alguns dias depois...
Alguns dias se passaram desde aquela noite que fiquei com ele, a gente se falava quase todos os dias porque ele vivia aqui, mas a gente não tinha mais ficado.
— É seu aniversário amanhã – Ester fala – fiquei sabendo, como você não fala nada?
— Ah, é que sei lá – eu falo para ela.
— Eu já sei – ela fala
— O que? – eu pergunto
— Vamos no salão – ela fala
— Que tem aquela maluca da Fabiene?
— Relaxa – ela fala – você vai estar comigo.
Eu confiava em Ester de mais, não sei se era por a gente ter quase a mesma idade, mas eu conseguia sentir confiança nela, ela era uma das poucas que eu conseguia confiar aqui dentro, vamos até o salão e lá estava Fabiene e a dona.
— Ester – Alana fala
— Amanhã é aniversário da Karina, quero que você deixe ela bonita – eu falo – vamos tratar esses cabelos.
— Poderia mudar a cor – Alana fala
— A cor? – eu pergunto
— Isso – Ester fala – vamos deixar mais claros os seus cabelos.
Eu acabo concordando e Ester não saiu do meu lado nemsequer um minuto, chegamos super cedo e saímos super tarde, eu olho para o espelho e eu amo o resultado, Ester me deu de presente e pagou todo o salão.
Voltamos para sua casa e a gente fez algo para comer e ela me encara.
— Você ficou linda – ela fala
— Obrigada – eu falo sorrindo
— - você já sabe o que vai fazer da sua vida depois?
— Depois que ele for morto?
— É – ela fala
— Não – eu respondo
— Você vai ter uma herança enorme – ela fala
— Esse dinheiro é sujo – eu falo para ela
— Mas você precisa recomeçar sua vida de alguma forma.
— Eu não parei para pensar nisso – eu falo para ela.
— Saiba que o morro vai estar a sua disposição – ela fala me encarando – se você quiser ficar aqui comigo, eu serei muito feliz, até porque minha amiga, eu estou meio sozinha – eu abro um sorriso para ela.
— Eu sou grata pela sua amizade Ester – eu falo para ela – você me deu segurança aqui dentro, confio de mais em você.
— Fico feliz – ela fala sorrindo – porque passamos pelas mesmas coisas.
— Uma pena a gente não ter se conhecido antes.
— Realmente – ela fala sorrindo – eu sei que você e Grecco estão se envolvendo.
— Não devo pensar que isso é sério, é algo do momento.
— Ele foi seu primeiro, não foi?
— Foi – eu respondo para ela e ela encara sorrindo – e você deve pensar que pode ser loucura se apaixonar por ele.
— É melhor eu não pensar nisso, Grecco tem uma fama bem pesada.
— Faz tempo que ele não se envolve com ninguém, acho que desde que ele ficou com você – ela fala – até alguns dias antes.
— Não quero me iludir, Maria Izabel me disse, é muito fácil uma mulher se iludir, mas difícil um homem amar de verdade – eu falo para ela e ela me encara.
— Maria Izabel era sábia – Ester fala sorrindo e eu sorrio para ela.
Capítulo 64
Ester narrando
Eu tinha aproveitado que era aniversário de Karina e tinha colocado escutas no salão de Alana, sem que elas percebesse, eu abro as escutas no quarto com os fones de ouvidos, mas não escuto nada, somente conversas aleatórias.
— O que está fazendo? – Sampaio pergunta
— Coloquei escutas no salão.
— Está desconfiando dela mesmo?
— Logico – eu falo
— Eu também – ele fala – mas p***a, Joca tá todo bobo com essa criança, é uma menina.
— Uma menina? – eu falo sorrindo
— Sim – ele fala.
— Imagina se não ia estar, so que ele tanto desconfiava dela – eu falo – deveria ser ciúmes, cheguei a essa conclusão.
— Eu não sei se ele está realmente perdido na dela ou se está desconfiando – Sampaio fala – joca sempre foi esperto.
— Você também – eu falo – mas quando ela chegou ficou todo cheio de papo errado.
— Eu estava mirando a ela – ele fala – mas já dei o papo a ela, não quero mais ela se metendo com você.
— Foi discutir com ela por causa de mim? – eu pergunto
— Achei que não ia gostar.
— As vezes gosto de ser uma garota indefesa – eu falo e ele começa a rir
— É, meu lombo que sabe – ele fala rindo – como você está? – ele passa a mão pela minha abrriga.
— Ansiosa para o nascimento deles – eu falo
— Falta pouco – ele fala
— Você sabe que pode ser que eles nasça antes né?
— Vai dar tudo certo – ele fala me encarando – vamos passar por essa juntos, você vai ver, nossos filhos vão crescer lindos e saudáveis.
Eu sorrio para ele.
— Eu fico imaginando eles aqui com a gente, no bercinho – eu falo para ele – a gente se virando para dar banho.
— Vamos apanhar de dois nenês – ele fala rindo – mas vamos conseguir, nosso sfilhos terão orgulho de nós.
— Eu sei que vamos conseguir – eu falo sorrindo – porque vamos passar por tudo isso junto.
Ele beija a minha testa e passa a mão pela minha barriga.
Capítulo 65
Karina narrando
Era o meu primeiro aniversário sem ela aqui comigo, eu não acordei com bolo e nem mesmo com ela cantando parabéns, eu achei que acordaria feliz, mas não. Dizem que o luto a gente só sente no dia a dia e esse foi o dia mais dolorido para mim.
Eu não tive forças nem para levantar-se da cama e fiquei ali, apenas levantei, tomei um banho e voltei para cama, fui olhando as horas passar no relógio do lado da cama e me lembrando de todos os momentos bons que passei com ela.
Eu acabo dormindo e acordo com alguém mexendo em mim, eu abro os olhos e vejo Grecco.
— Você está bem Karina? – ele pergunta e quando eu sento na cama, sinto que ele arregala os olhos me encarando – Karina? – ele fala pegando em meus cabelos – o que aconteceu com os seus cabelos?
— Ester me deu de presente, foi ideia da dona do salão.
— Ficou linda – ele fala
— Obrigada.
— Você estava chorando? – ele pergunta
— Eu não estou muito bem, estou bastante sentimental.
— É seu aniversário, já é 15h da tarde – ele fala – e você não saiu do quarto para nada.
— É que, é um dia triste.
— Não deveria ser, é o seu aniversário – ele fala.
— Eu agradeço a todos pela forma que me tratam – ele me encara – tenho um carinho enorme por todos, enorme mesmo, mas nesse dia eu me sinto m*l, porque é meu primeiro aniversário sem ela.
— Eu imagino – ele fala e eu começo a chorar – Karina.
— Eu queria tanto ela sabe – eu falo para ele e ele me abraça forte – eu queria ela, eu queria ter ela aqui comigo, eu queria acordar desse pesadelo, eu queria poder ter tido a minha liberdade jutno dela como a gente sonhava, ter ido embora – eu começo a chorar de soluçar em seus braços.
— Eu sinto muito – ele fala – eu sinto muito.
— A gente tinha tantos planos, ela me incentivava a tantas coisas – eu falo para ele – é horrível saber que eu não pode nem me despedir dela.
— Onde ela estiver, sei que está comemorando o seu aniversário.
— Ela está enterrada onde? – eu pergunto para ele.
— Está no cemitério aqui perto – ele fala
— Me leva – eu falo para ele e ele me encara – me leva até o tumulo dela, eu preciso ir até lá.
— Eu te levo – ele fala tentando limpar as minhas lagrimas que não parava de descer nem sequer um segundo.
Capítulo 66
Grecco narrando
Encaro Karina deitada sobre o tumulo de Maria Izabel, tento me manter firme, mas por dentro eu estava despedaçado, ela chorava e era nítida a sua tristeza.
O susto que levei quando eu a vi com os cabelos loiros, foi surreal, ela tinha ficado ainda mais parecida com ela e isso só deixava mais perto das minhas hipóteses, Karina lembrava de mais a ela em todos os aspectos.
— Você está bem? – eu pergunto a ela passando a mão pelo seu ombro , ela me encara e abre um pequeno sorriso
— Queria ela aqui – Karina fala – mas eu não a tenho mais, obrigada por ter me trazido até aqui. O tumulo está limpo e organizado.
— Ester tomou conta disso – eu falo mentindo, porque na verdade quem cuidava de tudo era eu.
— Ester é uma boa pessoa – Karina fala
— É sim – eu falo
Ela passa a mão pela foto de Maria izabel e deixa mais lagrimas cair pelo seu rosto, mais uma vez me mantenho firme , Maria Izabel foi o amor da minha vida e isso eu jamais escondi de ninguén.
Saimos do cemitério e entramos dentro do carro, ela abre a garrafinha de água e me encara.
— O que você quer fazer? – eu pergunto a ela – hoje é seu aniver´sario, deve ter algo que voc~e gostaria de desejar.
— Quero somente ir para o morro – ela fala me encarando – eu me sinto insegura aqui, parece que a qualquer momento meu pai vai aparecer.
— Ele jamais vai encostar o dedo em você ou pegar você – eu falo – eu jamais vou deixar isso acontecer.
— Obrigada – ela fala me olhando e tentando abrir um sorriso que sai tímido.
Eu dirijo o carro em direção ao morro, Karina vai o tempo todo com a cabeça no vidro, só que eu dirijo para o morro da Rocinha e ela me encara com os olhos arregaladoa.
— Quero te mostrar a minha casa – eu fao e ela me encara.
— Esse é o morro da Rocinha? – ela pergunta
— É – eu respondo
— Eu que nunca imaginei pisar em um, estou conhecendo dois – ela fala dando um leve sorriso.