Minutos depois, eu desço as escadas vestindo um short jeans, uma blusa larga da cor cinza, um chinelo xadrez e minha inseparável touca. Miami estava quente, muito quente, mas isso não é nenhuma novidade, já que na maior parte do ano ela fica assim.
Mais alguns minutos depois, eu, Vitão e Thay já estávamos dentro do carro do cacheado. No rádio tocava uma música baixinha, reconheci a voz como a do Shawn Mendes, só não reconheci qual era a música e nem estou muito interessada em descobrir. Sem paciência hoje!
Thaylise está sentada no banco da frente, com a cabeça encostada no banco e mexendo no celular enquanto cantarola baixinho a música. Vitão também canta ela baixinho, enquanto está focado na estrada e batuca os dedos no volante no ritmo da melodia. Eu, bom, estou com cara de tédio enquanto observo os dois.
- Aiai, que saudade da minha cama. - suspiro dramaticamente. - Ela deve estar tão fresca e fofa, do jeito que eu gosto. Os travesseiros devem estar tão fofos também, e o lençol então...
- Dramática nem um pouco. - fala Thay. Vitão apenas ri negando com a cabeça.
- Que tédiooo. - exclamo pausadamente. - Ei, para onde estamos indo? - pergunto quando percebo que o caminho que Vitão pegou não dava para a casa do Bruno. - Não era para você ter virado naquela esquina ali não? - aponto para trás.
- Era... - Victor responde. - se nós fossemos direto para a casa do Bruno, mas como não vamos... - dá de ombros.
- Como assim não vamos direto para a casa do Bruno? - coloco minha cabeça entre os bancos da frente.
- Ele pediu para antes passarmos em um mercado para comprar bebida. - Thay responde por ele. - Na casa dele tem pouca, palavras dele.
- Esses jovens de hoje em dia não podem fazer a maior idade que já querem fazer tudo errado. - n**o com a cabeça. - Crianças. - Thay me manda língua, me fazendo rir.
Eu gosto de irritar ela, Bruno e Carol por conta da idade dos três. Eles são os mais novos do g***o, quando nos conhecemos tinham apenas 17 anos, enquanto eu, Vitão e Álvaro tínhamos 18. Gosto de falar que eles são crianças, mesmo sabendo que a diferença de idade nossa é bem pouca. Mas quem liga? Eu não! Faço isso sempre principalmente com a Carol, ou fazia...
- Falou a idosa.
Depois disso ficamos calados o resto do caminho todo, até chegarmos no mercado e Vitão falar:
- Beleza, pode ir Dayane. - me estende algumas notas. O olho indignada.
- Por que não você ou a Thaylise?
- Porque não!
- "Porque não" não é resposta!
- E lá vamos nós... - Thay suspira e é ignorada.
- É sim, se eu quiser que seja vai ser. Então é!
- Não é!
- É, e vai logo, para de enrolar.
- Quer ficar sozinho com a Thay né s****o? - sorrio maliciosa. - Dentro do carro Victor? Que f**o.
- Cala a boca e vai logo, Dayane. - passa a mão no cabelo, os jogando para trás.
- Não posso, estou com a perna doente. - sorrio.
- Como se você não conseguisse andar né. - fala. - Você está com a bota, vai.
- Mas é r**m.
- Pelo o que eu percebi lá na sua casa, você andava normalmente, sem fazer nenhuma careta de dor.
- Você está um chato hoje sabia? Como pode, p**a que pario. - me viro para Thay. - Está fazendo greve né?
- An... não? - responde corada.
- Ela não faz isso, não aguenta ficar sem esse corpinho gostoso aqui por muito tempo. - levanta a camisa, mostrando a barriga. Olho para aquilo com cara de nojo.
- Será que tem como vocês parar de discutir? - a loira falsa ralha. - Eu vou, okay? - pega o dinheiro da mão do namorado e desce do carro, batendo a porta. Olho para Vitão com o cenho franzido.
- Estressou. - sussurro rindo.
- Se ela fizer greve a culpa vai ser sua!
MENSAGEM EM g***o ON:
Feios e Caroline
Alvxaro, Amor?, Brunão, Thaythay, Vitú
Brunão:
Seguinte galera, mudanças de planos:
Não irá ser só a gente hoje aqui em casa
Eu:
??
Brunão:
Eu não vou explicar não, estou com preguiça
Alvaro que lute para fazer isso
Alvxaro:
Por que eu? Estou com preguiça também
Brunão:
Os convidados são seus, então você explica
Se vira
Eu:
Por que hoje todo mundo ficou chato e estressado?
Brunão:
Por que fala isso? Ninguém aqui está chato e estressado
Eu:
ESTÁ SIM!!
Brunão:
NÃO ESTÁ
Eu:
ESTÁ!!
Vitú:
Bruno, pelo amor de Deus, não começa a discordar dela
Pelo menos não hoje, por favor
Brunão:
O que é que ela tem?
Vitú:
Estresse
Ela está de tpm
Alvxaro:
Ela falou isso?
Vitú:
Não, não
Eu sei quanto ela está
Eu:
Ata
Vitú:
Para quê um melhor amigo melhor que eu? Que até sei o dia que você está de tpm
Já agradeceu à Deus hoje por me ter em sua vida, Dayane?
Eu:
Iria agradecer se não tivesse, isso sim
Vitú:
Nossa, magoou
Mas eu te desculpo, a culpa é da tpm
Eu sei disso
Né?
Eu:
Claro claro
Alvaro, quem é que vai?
Alvxaro:
Então, uns amigos meus do Brasil estão aqui em Miami à passeio, ai eu convidei eles para ir para a casa do Bruno hoje
Eu:
AmigOs?
Alvxaro:
Três meninas e um menino
É porquê eu uso o inglês correto
Diferente de certas pessoas
Eu:
A pessoa que criou o inglês é um machista
Pode ter 1000 mulheres em um lugar, mas se tiver um homem junto à elas têm que chama-los de "eles" (N/A: sei q isso tá errado no inglês, mas vamos fingir q tá certo, ok? ok!)
MACHISTAS
MENSAGEM EM g***o OFF.
- CHEGUEI. - Vitão grita pulando assim que passa pela porta da casa do Bruno.
Detalhe: ele está comigo nos braços. O porquê disso? Nem eu sei, ele só me pegou quando eu sai de dentro do carro e não quis mais me colocar no chão.
Thaylise vinha atrás de nós dois, segurando as sacolas que estavam com as bebidas enquanto ri da gente. Parece que o estresse dela acabou. Agradeço por ela não ser o tipo de garota que fica com ciúmes da melhor amiga do namorado, se tivesse íamos ter problemas, porque não estou disposta a me distanciar de Vitão. Mas também nem tem motivo para ela ter ciúmes, não gosto da fruta.
- Percebi. - Bruno fala. - Que isso?
- Victor que ficou mais doido do que já é. - bato do braço dele. - Me solta i****a.
- Ai. - me larga no chão e passa a mão no local onde eu havia batido.
Leram bem? Ele me largou no chão! LARGOU.NO.CHÃO. Me fazendo cair de b***a, pela segunda vez no dia. Se minha perna não se quebrou em mil pedacinhos na primeira vez, quebra agora.
- VICTOR. - ouço Bruno gritar.
- A culpa é dela, ela me bateu. - se defende. - Day? Está bem?
- Não, minha perna quebrou. - deito no chão com a perna esticada e coloco meu braço por cima de meus olhos. - Não faz nem dez horas que nós nos encontramos, para quê tanta saudade, chão?
- Mas ela não já estava quebrada? - escuto alguém falar, nem ligo.
- Mas gente, me veio uma nostalgia das braba aqui. - uma voz não muito estranha fala. Tiro o braço de cima de meus olhos e levanto minha cabeça, fitando a morena que estava encostada na porta ao lado de um menino de cabelo cacheado.
Como é o nome dela mesmo?
- Day? Você está bem? - Thay chega perto de mim, me ajudando a levantar. - O que foi que aconteceu?
- Estou sim! - bato as mãos em minha calça. - Obrigada. E foi seu digníssimo namorado que me derrubou, esse i****a.
- Ei. - reclama assim que recebe um t**a na nuca, dado por mim, claro.
- Não se pode derrubar uma dama no chão, Victor, seus pais nunca te ensinaram isso não? - ralho.
- Desculpa okay? Foi sem querer. - se desculpa. - E da onde você é uma dama, cavala?
- Não desculpo, não fala comigo nunca mais até hoje! E não me chama de cavala, cavalo. - falo séria, mas por dentro estou querendo rir. - O chão hoje está gostando de mim! - comento.
- Não entendi.
- Pois vai ficar sem entender! - rebato cruzando os braços.
- Ei, essa não é aquela menina que tu derrubou lá no hospital hoje mais cedo, Ana? - uma menina, Vitória se não me engano, fala do sofá.
- É, é ela sim. - Ana responde. - Tu acha que com mais quantas quedas tua perna quebra? - pergunta para mim. - Eu acho que na próxima vai. - aponta. - Na.próxima.vai. - sussurra e anda até a cozinha de costas, enquanto me encara.
Ela é normal?
- Beloved?
- E ainda duvidam quando alguém diz que ela é louca. - o menino desconhecido que estava do lado dela fala rindo. - Oi, meu nome é Bruno. E sim, eu tenho o mesmo nome que aquele seu amigo ali e não, eu não vou namorar com ele para o nome do nosso shipper ser Bruno.
- Mas eu não falei nada.
- Mas ia falar que eu sei.
- Mas, pensando bem, iria ser um máximo né?
- Não, não iria. - revira os olhos. - Por que todo mundo quando me conhece acha que eu sou gay? - se vira para Vitória.
- Temos que concordar que você parece, amor. - ela responde rindo. Se levanta e vai até ele, ficando ao seu lado. - Oi, quanto tempo, mulher.
- Pois não é? Faz tanto tempo desde a primeira vez. - entro em sua brincadeira. - Como se tivesse sido hoje pela manhã nosso primeiro "encontro".
- E não foi? - Ana aparece na porta da cozinha de novo, dessa vez estava comendo um tipo de bolinho pequeno, esqueci o nome, só sei que é comida brasileira. Que por sinal, é muito boa!
- Poxa Ana, custa entrar na brincadeira?
- Desculpa, não sabia. - ri.
- CHEGOUU. - Álvaro, o mais louco de todos, chega da cozinha empurrando Ana sem nem um pouco de delicadeza do meio da porta e vem correndo me abraçar. - QUE SAUDADE.
E adivinha?
Quem adivinhar ganha um chocolate!
Não faz nenhuma ideia?
Nenhuma mesmo?
Vamos lá, tem só mais uma chance.
Não?
Ainda não sei porquê eu ainda estou fazendo isso, vocês já devem ter adivinhado mesmo. Se não, sinto muito dizer, mas estão mais lerdxs que eu.
Está bem óbvio: Ele me derrubou.
Estou caída no chão pela terceira vez no dia, só que dessa vez com alguém em cima do meu lindo corpinho.
Agora foi!
- AGORA QUEBROU. - ouço o grito de Ana.
- ÁLVAROO. - ouço também o grito dos outros.
- O que? - Álvaro pergunta confuso. - Ai.meu.Deus. Day, desculpa, desculpa, desculpa, não foi por querer, eu tinha esquecido.
- Tudo bem... - eu vou morrer!
- Ei, por que ele você desculpa de primeira e eu não? - Vitão se pronuncia. - Que palhaçada é essa?
- Gente, não é melhor levar ela para o hospital não? Sabe, para ver a perna dela... - dessa vez é o Bruno que fala. Não o nosso Bruno, o outro sabe? O de cabelo cacheado que é amigo das meninas.
- Não precisa. - me levanto, de novo, do chão, dessa vez com a ajuda de Álvaro. - Acho que ainda está tudo "inteiro" por aqui.
- Olha, tua perna é uma guerreira viu? É de ferro é? - se aproxima de mim. - Álias, como foi que tu fez isso com ela? Digo, como ela chegou ao ponto de ficar engessada?
- Acidente. - fala somente. Não gosto de entrar em detalhes sobre aquela terrível noite.
- Não é melhor você ir sentar não? - Bruno, o nosso, sugere.
Até que enfim alguém falou isso.
- Graças à Deus alguém falou isso. - vou até o sofá e me jogo nele, sentindo todo meu corpo relaxar. - Não estava maia aguentando ficar em pé! Faz uns vinte minutos que eu cheguei aqui e ninguém tinha falado isso ainda. Helloo, eu estou doente da perna, preciso ficar de repouso por tempo indeterminado, se não morro.
- Ela é sempre tão dramática assim?