- Certo. - Carol passa as mãos na calça dela, tirando as migalhas de pão. - Agora é sério, para quê me trouxe aqui? - pergunta. - E não fala que foi para me m***r e vender meus órgãos, por favor.
- Não posso falar. - falo. - Na verdade, até posso. Não falar, mas sim mostrar.
- E por que não me mostra?
- Ahn... não quer comer mais? - começo a ficar nervosa novamente. d***a, eu já tinha me acalmado.
- Não, já estou cheia. - sorri. - Vai, me mostra. Não é como se você fosse me pedir em namoro, né? - fala brincando, me fazendo arregalar os olhos e ficar sem saber o que falar. - Né?
- Hum.... - mordo o lábio. - Se fosse, qual seria sua resposta?
- Não sei. - responde, ficando vermelha. - Um "sim" talvez?
Uma sensação de alivio toma conta do meu corpo imediatamente depois de ouvir ela falar isso.
- Ai, que bom!
- Uh?
- Me dá o violão, por favor? - peço e ela atende ao meu pedido, me entregando o instrumento.
- Vai cantar para mim?
- Sim. - assinto.
- Qual música?
- Então, sobre isso. - começo a dedilhar as cordas do violão. Havia checado se ele estava devidamente afinado antes de sair de casa pela manhã. - É uma música minha.
- Sua? - pergunta confusa.
- É, eu que escrevi ela! - afirmo. - Faz poucos dias, nunca mostrei ela para ninguém, e... - faço uma pausa, olhando para ela. - eu fiz para alguém especial.
Antes de ela começar a falar mais alguma coisa, eu começo a tocar, deixando a melodia da música fluir.
You're under my skin
( Você está sob minha pele )
Buried so deep
( Enterrada tão profundo )
I wish you could read my mind
( Eu queria que você pudesse ler minha mente )
I'm on of the top so high
( Eu estou no topo do topo, tão alto )
Come, give me a sign that's this for the life
( Venha me dar um sinal de que isso é para a vida )
Promise not a promise
( Prometo não prometer )
'cause I'm afraid
( porque eu tenho medo )
promises are meant to break
( promessas são destinadas a quebrar )
Gosh I don't want it to end
( Poxa eu não quero que acabe )
'cause you're under my skin
( porque você está sobre a minha pele )
buried so deep
( enterrada tão profundamente )
How did you get in here?
( Como você chegou aqui? )
Keep it real, while we're in love
( Mantenha real, enquanto estamos apaixonados )
I really hope forever is enough
( Eu realmente espero que sempre seja o suficiente )
let be you, let it be us
( deixe ser você, deixe ser nós )
I pray to God
( Eu rezo para Deus )
let this fire burn a little longer
( deixe esse fogo queimar um pouco mais )
let this fire burn a little longer
( deixe esse fogo queimar um pouco mais )
You don't understand when you hold my hand
( Você não entende quando você segura minha mão )
I get'em tingles everywhere
( eu tenho formigamentos em todo lugar )
My name sounds a little bit different when you say it
( Meu nome soa um pouco diferente quando você diz isso )
You don't understand when you hold my hand
( Você não entende quando você segura minha mão )
I get'em tingles everywhere
( eu tenho formigamentos em todo lugar )
My name sounds a little bit different when you say it
( Meu nome soa um pouco diferente quando você diz isso )
Keep it real, while we're in love
( Mantenha real, enquanto estamos apaixonados )
I really hope forever is enough
( Eu realmente espero que sempre seja o suficiente )
let be you, let it be us
( deixe ser você, deixe ser nós )
I pray to God
( Eu rezo para Deus )
let this fire burn a little longer
( deixe esse fogo queimar um pouco mais )
let this fire burn a little longer
( deixe esse fogo queimar um pouco mais )
let this fire burn a little longer
( deixe esse fogo queimar um pouco mais )
Toco os últimos acordes da música e olho para Carol, nervosa. Ela está com os olhos arregalados, me olhando com cara de surpresa e, ao mesmo tempo, admiração. Logo ela começa a sorrir.
- O que achou? - pergunto apertando minhas mãos contra o violão e mordendo minha bochecha, por dentro da boca, nervosa.
- VOCÊ É INCRÍVEL! - grita animada. - Para quem você escreveu essa música? - sua expressão cai um pouco, ficando com a feição triste e desapontada.
Sério que ela está pensando que eu fiz para outra pessoa?
- Depois falam que eu que sou lerda. - murmuro e ela me olha confusa. - Foi para você, ruiva!
- Para mim? - respiro fundo e decido, por fim, falar.
- Olha... - tiro o violão do meu colo e coloco-o ao meu lado, me arrumando melhor sobre a toalha. - eu nunca fui muito de demonstrar sentimentos para outras pessoas, sempre fui muito fechada. Isso mudou quando conheci você! Eu estava normal aquele dia, de bobeira e sendo i****a como eu sempre era na escola. m*l sabia eu que iria conhecer uma pessoa capaz de mudar todos os meus pensamentos em r*****o a relacionamentos amorosos. Essa pessoa é você! - sorrio. - Demorou bastante para eu ter coragem de te beijar, o que é um grande milagre, porque eu sempre fui uma pessoa de atitude, mas justo com você isso mudou. Eu penso em você noite e dia, de cada dez palavras que eu falo, acho que cinco é sobre você. Pode perguntar isso para o Vitão, ele vai confirmar. - afirmo. - Eu acordo todos os dias ansiosa para ir à escola, com uma v*****e louca de te ver.
- Day, eu... - levanto uma das minhas mãos, interrompendo-a.
- Deixa eu terminar. - seus olhos estavam brilhando e cheios se lagrimas prontas para descer. - Eu nunca gostei muito de geografia, nem do professor, mas, depois desse trabalho, eu passei a amar tanto o professor, como a matéria, mesmo que nosso trabalho não tenha nada haver com ela. Mas, mesmo assim, foi graças a eles que eu notei e conheci você. Tenho até que me lembrar de agradecer a ele quando o mesmo voltar das férias. - ela solta um riso, em meio as lagrimas. - Seu sorriso é lindo, o melhor e mais bonito que eu já havia visto. Eu fico me perguntando quanto tempo Deus levou para criar tal perfeição, porque, p***a, você é perfeita, garota! A coisa mais linda que eu já tinha visto na vida, como pode isso?
- Você não consegue cumprir promessas né? - pergunta corada. - Ainda me lembra da promessa que você tinha feito, falando que nunca mais iria me elogiar. - completa.
- Sim, eu lembro disso também. - respondo. - Mas também lembro de dizer que era para você ir se acostumando, porque quando a gente começar a namorar, você vai ouvir muitos elogios vindo de mim.
- Não lembro disso não. - se faz de sonsa.
- Mas não era você que era a boa de memoria até alguns dias atrás? - debocho. - Deixa eu terminar de falar, você me desconcentrou. - digo antes de ela começar a falar novamente. - Certo, com isso tudo que eu falei antes, eu queria dizer que você fez oque ninguém mais conseguiu fazer, que é conquistar meu coração. Você me conquistou tanto pessoalmente, quanto por mensagens, mesmo eu não sabendo quem era no começo.
- No começo, meio e quase no fim, né?
- Caladinha!
Tiro algumas coisas que estavam no nosso meio -ela estava na minha frente- e me aproximo dela. Ao pegar em sua mão, percebo que tanto eu, quanto ela, estamos tremendo.
- Para terminar minha incrível declaração, eu quero falar que estou perdidamente apaixonada por você, e queria perguntar se você quer me deixar ter a honra de poder te chamar de namorada. - aperto suas mãos. - Eai, deixa?