ALLONSO ALBUQUERQUE Acordo com um peso no peito e um zumbido nos ouvidos. Por um instante, não sei onde estou. Tento me sentar, mas um puxão agudo nas costas me faz recuar. Merda. Viro o rosto devagar e vejo o Davi desmaiado numa poltrona, com a cabeça caída pro lado, babando no próprio ombro. Figura patética. — Davi! — minha voz sai rouca, mas firme. — Oi! — ele pula assustado, esfregando os olhos. — Irmão! Que bom que você acordou! — Onde é que eu tô, c****e? — falo irritado. — No hospital, véi. Você levou um tiro, lembra? Te trouxeram pra cá ontem à noite. Foi por pouco. De repente, tudo volta como um soco no estômago: o tiro, o sangue, o rosto da Júlia desesperada... — A Júlia! — grito. — Cadê a Júlia?! Ela tá bem? Davi, me responde agora! — Calma, p***a! Ela tá bem. Saiu ont

