JÚLIA FERNANDES Estou concentrada preparando o almoço, cortando legumes e tentando manter minha mente longe dos últimos acontecimentos. Mas é impossível. A cena daquele banheiro volta em flashes na minha cabeça. Aquele toque. Aquela voz. A sensação de impotência... De repente, mãos na minha cintura. — Ai, c*****o! — grito, derrubando quase a tábua de corte. — Allonso, você tá louco?! Quer me matar do coração?! Ele recua um pouco, com um sorriso arrependido. — Desculpa, pequena... só queria ficar bem com você. — Estamos bem, Allonso. — minto, voltando a mexer nos ingredientes, tentando disfarçar o tremor nas mãos. Mas ele não engole a mentira. Se aproxima de novo, com o olhar insistente. — Você saiu sem nem olhar pra mim. E não quis nem que eu te tocasse. Suspiro. Ele tem razã

