03

1234 Words
ZACK [•••] Alessandro fica em silêncio por alguns segundos, olhando por cima do meu ombro e encarando o muro, como se estivesse se perguntando como fiz para escalar aqueles quase quatro metros sem que não tivesse nenhuma árvore ou construção por perto, e foi bastante fácil, na verdade. Bastou jogar a mochila primeiro, escalar o portão — que não era totalmente liso — e improvisar na parte restante, além de torcer para não haver nenhum cachorro aqui dentro, obviamente. — Âhn... Claro. — Alessandro responde, saindo do transe e voltando a olhar para mim. Sua voz rouca e grave envia arrepios pela minha pele, principalmente quando eu o analiso de cima à baixo, lambendo meus lábios. É. Ele envelheceu bem pra c*****o nesses últimos anos. Muito, muito, muito bem. O rosto continua exatamente igual ao me lembro, com o mesmo nariz longo e empinado, os mesmos lábios, os mesmos olhos escuros, as mesmas sobrancelhas grossas e retas e a mesma barba bem feita, que assim como o cabelo, está salpicada de fios brancos entre os pretos lustrosos. Meu olhar desce pelo seu peitoral desnudo, me fazendo engolir em seco, porque pelo visto ele está bem maior do que me lembro. Achei que caso um dia o reencontrasse, essa visão de que ele é enorme iria ter desaparecido, já que eu cresci pra c*****o nos últimos anos e sequer me pareço com o adolescente baixinho que um dia fui, mas a verdade é que ele continua absurdamente imponente. Seus braços são grossos e com músculos evidentes. Seus ombros e o o peitoral moreno são largos, além de que seu abdômen tem aqueles gominhos que estou tentando conseguir nos últimos meses. Demoro alguns segundos à mais do que o necessário encarando seus m*****s, antes de descer o meu foco pelo seu abdômen coberto por aquela fina camada de pêlos sexys, que ficam mais pretos e grossos pouco acima do umbigo, descendo pela sua virilha até desaparecerem dentro da calça esportiva. Suas pernas são grossas, que combinadas com os ombros largos, contrastam perfeitamente com a cintura delgada e a barriga trincada. Eu tenho 1.84M de altura e sou maior do que à maioria das pessoas com que encontro, mas ele consegue ser ainda maior que isso. Se eu me pareço com um ladrãozinho de esquina que bate carteiras e vende maconha, esse cara parece com um mafioso que destroçaria o crânio de qualquer um caso lhe olhassem torto — pelo menos é isso que sua aparência diz, Porquê em questão de personalidade, sabemos que Alessandro não faz m*l à uma mosca se não for necessário. — Aconteceu alguma coisa? — Ele me pergunta, preocupado, antes de dar meia-volta e entrar de volta nessa gigantesca mansão. Eu o sigo em passos silenciosos e furtivos, encarando suas costas musculosas e lançando olhares rápidos para a sala enorme que se estende ao nosso redor à medida que entramos no lugar, tentando assimilar as coisas mais importantes sem precisar ficar olhando toda hora e desviando o olhar de Alessandro. — Tive uma desavença com minha mãe e saí de casa. — Dou de ombros, mesmo que ele não possa ver isso. Essa é apenas uma parte bastante resumida da verdade, e eu definitivamente não quero contar o resto. A verdade é que minha mãe é superprotetora pra c*****o, e com 20 anos eu estava apenas procurando um pretexto pra sair de casa e tocar minha vida sozinho. — Você pode ficar o quanto quiser, Isaac. Cadê suas malas? — Alessandro olha por cima do ombro e me encara, então indico para a mochila que estou carregando e dou de ombros novamente. — Só trouxe isso. Mas relaxa, é mais do que o suficiente. Só preciso de uns dias. — isso também é uma meia verdade, porque esse "só uns dias" significa na verdade "até quando você me aceitar aqui", porque definitivamente não tenho para onde ir ainda. Talvez Caio me aceite no seu apartamento por uns tempos para que ainda não precise gastar todo o dinheiro que tenho guardado. Também tenho centenas de outros contatos, talvez não muito confiáveis para algo mais do que uma simples f**a, mas não custa tentar, certo? — E... O que tem feito nos últimos anos? — Alessandro diz, soltando um grunhido e se aproximando de mim, ficando na minha frente, tão próximo que consigo sentir o cheiro másculo e amadeirado que emana da sua pele. Um flash de curiosidade e carinho cruza seus olhos escuros, me fazendo engolir em seco e erguer o queixo, sustentando o olhar. — Ah, nada demais. Terminei o fundamental, fiz o médio, terminei esse à dois anos e... Foi isso. — Respondo. Esse foi o resumo mais medíocre já criado na face da terra, mas tá valendo. A verdade é que os últimos sete anos foram os mais loucos e divertidos possíveis para mim. — E como anda sua mãe? — Pergunta, e confesso que fico satisfeito em não ter absolutamente nenhuma emoção nessa frase, que parece ter sido pergunta apenas por casualidade mesmo. Alessandro enfia as mãos nos bolsos da calça esportiva, fazendo-a descer mais um pouquinho e revelar ainda mais aquela trilha de pêlos negros, além de deixar mais evidente aquelas marcas em formato de "V". Eu só posso olhar para baixo por um milissegundo antes de voltar à encarar seus olhos, porque caso fique tempo demais o secando, posso deixar bastante na cara o que estou pensando, não que me importe com isso, só não quero deixar as coisas estranhas logo nos primeiros 10 minutos. — Como sempre, você sabe como ela é. Nos últimos meses enfiou na cabeça quer abrir um estúdio de dança, e também está engatando em outro namoro. — O de número quinze mil e setecentos nos últimos anos, porque minha mãe definitivamente não consegue ficar sozinha, e Alessandro sabe muito bem disso, porque solta risada baixinha e assente levemente com a cabeça. — Bianca sempre foi um pouco... Peculiar. — murmura, ainda rindo, antes de seguir em direção às escadas de mármore do outro lado da sala e começar a subi-las, então faço o mesmo, seguindo-o com calma e sem desgrudar os olhos dele. — Você é casado? — Quê?! Não. Moro sozinho. — Alessandro se apressa em dizer, fazendo-me rir da sua expressão, porque ele falou esse "QUE?! NÃO!!" Como se ao invés de ter perguntado se ele tem alguém, tivesse perguntado se ele tem uma bomba nuclear escondida no porão ou se é dono de uma organização de tráfico de órgãos. Então quer dizer que senhor Alessandro não tem ninguém atualmente? Que interessante... Nós seguimos pelo corredor espaçoso e luxuoso, então ele abre uma das várias portas para mim, inclinando levemente a cabeça para que eu entre no quarto, que é enorme e todo mobiliado, com uma cama imensa no canto, carpetes pelo chão, uma poltrona perto das janelas de vidro e um guarda-roupas escuro na parede oposta. — Você pode ficar pelo tempo que quiser. E se precisar de alguma coisa, não exite em me chamar. — Obrigado, senhor. — Agradeço, jogando a minha bolsa no chão de qualquer jeito e avançando na sua direção, antes de me jogar contra ele e abraça-lo com força, não porque estou emocionado ou algo assim, mas porque estava com vontade de sentir o corpo desse daddy gostosão contra mim desde que coloquei os olhos nele, vinte minutos atrás
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD