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A Professora da minha filha

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Blurb

Camila Cabello é a dona de um grande império, a editora mais famosa do país. Sua arrogância só se compara a sua beleza e ao seu amor por livros.

Mas como todos, Camila não é perfeita. Seu passado lhe deixou marcas profundas, e viva. Luna Cabello é uma criança linda, delicada e gentil, que ama demais a mãe, apesar de sentir bastante sua falta por causa das horas trabalhando. Com sete anos ela é extremamente inteligente, bastante sociável e completamente encantadora, tanto que sua professora, Lauren Jauregui, acaba se apegando a menina. Quando perto do dias dos pais Luna acaba tendo uma briga na escola, Camila é chamada. Ao entrar como um furacão na escola de Luna, Camila acaba por encontrar sua perdição em uma certa professora de olhos verdes.

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Minha vida
POV Camila Cabello Acordei cedo como todos os dias, sinceramente, eu já nem sei quando foi a última vez que acordei tarde, mas pensando bem, provavelmente foi antes de Luna. Não tenho do que me queixar sobre minha filha, exceto talvez que ela tenha vindo cedo demais pra minha vida. Eu tinha apenas 17 anos quando minha menina nasceu. Sei que você deve estar me achando uma irresponsável, que engravidou cedo e teve uma filha solteira, mas todo mundo tem suas fazes. Hoje minha pequena tem sete anos e graças a Deus é uma miniatura minha, por mais que eu tenha tido uma paixonite por aquele verme do pai dela, não aguentaria que Luna tivesse um traço sequer do maldito que me largou grávida e sumiu no mundo sem nunca conhecer a filha. Separo minha roupa, uma saia em estilo tubinho preta e uma blusa social de botões na cor azul. Os saltos são pretos e depois do banho faço uma maquiagem leve, arrumando meu cabelo em um r**o de cavalo, pra só então sair da paz do meu quarto. Automaticamente meus ouvidos se enchem de ruídos, ouço o miado do gato de Luna, Sofia, minha irmã "aborrecente" fala no celular com alguém. Da cozinha minha mãe chama todas pro café da manhã. Entro na cozinha e vejo dona Sinu ajudando a empregada a colocar a mesa, mesmo nós sempre tendo dinheiro, minha mãe insiste em  ajudar e cuidar de todos os afazeres da casa. -Bom dia mãe. -Bom dia Kaki. - Ela respondeu com um sorriso. Dei um leve beijo na bochecha de minha mãe e me sentei, puxando pra perto um prato de ovos com bacon e começando a comer. Logo Sinu se juntou a mim, comendo uma tigela de cereais. Uma pequena entrou na cozinha, com o uniforme da escola, uma saia cinza e um blazer vermelho, meias 3/4 brancas e sapatos da cor do blazer. Seus cabelos ondulados estavam presos em um belo r**o de cavalo, muito parecido com o meu, e ela carregava a mochila rosa. Se aproximou de mim com os olhos de cor chocolate brilhando, sentou no meu colo e me deu um gostoso beijo na bochecha. -Bom dia mama. -Bom dia Luna. - Digo lhe devolvendo o beijo. -E a vovó, não ganha um beijo? - Perguntou Sinu. Luna desceu do meu colo e foi até minha mãe lhe dando um beijo. Depois se sentou e tomou seu café. Logo Sofia também entrou na cozinha, com o uniforme igual ao de Luna, mas os cabelos elegantemente arrumados soltos, batendo na altura da cintura. -Bom dia. -Bom dia. - Respondemos eu, Luna e Sinu juntas. Sofia tem 15 anos e não n**a, tal qual minha filha, a semelhança comigo. Na verdade, na escola muitos acreditam que Luna e Sofia são irmãs. Minha mãe nos observava de forma carinhosa enquanto tomávamos café. Logo estávamos todas pegando nossas coisas e dando tchau a Sinu. -Bom dia Gustav. - Disse ao meu motorista enquanto Luna o abraçava. -Bom dia dona Camila. -Gustav, por favor, você me conhece desde que eu tinha cinco anos, pare de me chamar de dona. -Perdão dona Camila, mas seu pai jamais aceitaria que eu lhe tratasse de outra forma. Meu coração deu um pequeno solavanco, lembrar de Alejandro e sua trágica perda ainda me doía. Entrei no carro seguida de Luna e Sofia. Começamos a nos mover lentamente pelo trânsito instável de Nova York, Sofia logo pegou o celular e desviou sua atenção pra tela e Luna olhava as ruas pela janela do carro. Eu consultava os compromissos do dia em meu tablet quando escutei Luna me chamar. -Mama? -Oi? -Sábado tem a festa na escola, a vovó disse que vai, mas eu queria muito que a senhora também fosse. Olhei minha filha que me encarava com os olhos suplicantes. Infelizmente, a reunião sobre os novos títulos da Cabello's Editor aconteceria no sábado. -Desculpa Luna, eu tenho uma reunião importante de trabalho sábado. Luna fez uma carinha triste e Sofia, nada gentil, disse sem tirar os olhos do celular: -Esquece Luna, Camila é muito ocupada pra perder tempo com festinhas de escola. -Sofia... -Que foi? É a verdade. Foi uma sorte que Gustav tivesse parado o carro na frente da escola naquele momento, ou eu teria tido uma bela discussão com minha irmã. Sofia desceu sem sequer se despedir, mas Luna me deu um beijo antes de sair do carro. Gustav logo voltou ao trânsito e eu ao meu tablet, mas as palavras de Sofia martelavam em minha cabeça. Era horrível que ela colocasse daquela forma, principalmente na frente de Luna, porém, de certa forma, era verdade. Só que não era minha culpa. Alejandro morrera cinco anos atrás, deixando uma editora quase falida e ninguém, além de mim, tinha idade e capacidade psicológica pra assumir os negócios. Lutei com afinco para salvar a editora, com muito esforço consegui. Com isso eu me tornei uma grande empresária no ramo editorial, muito conhecida e com ações que valiam bem mais que a de qualquer outra editora do país. A questão é que com tudo isso eu me tornei uma pessoa extremamente ocupada, com compromissos diários na editora. Isso limitava meu tempo em família a poucas horas no dia, geralmente o café da manhã e as vezes ao jantar. Além de livros de todos os tipos eu também tinha um jornal diário, Cabello's Day, que significava que mesmo de domingo eu trabalhava. Será que trabalhar tanto era prejudicial a minha relação com minha família? Me dei uma sacudida imaginária, afinal de contas, tudo que eu fazia era para o bem de Luna, Sofia e Sinu. Gustav parou o carro no estacionamento da editora e eu desci. Entrei no prédio ouvindo o barulho dos meus saltos ecoarem nas paredes do saguão. Entrei no elevador e apertei o botão que me levaria ao último andar, onde ficava a sala da presidência. Quando as portas se abriram e eu desci, o barulho do andar imediatamente cessou, era engraçado ver como todos me olhavam receosos. Passei sem falar com ninguém e entrei em minha sala, logo sendo seguida por Ally, minha assistente pessoal e melhor amiga. -Seria bom dar bom dia aos funcionários Mila. -Bom dia Ally. -Pros outros funcionários. Fala sério Mila, todos acham que você é uma espécie de bruxa -Não dou a mínima para o que eles pensam, desde que trabalhem direito podem pensar o que quiser. Ally era a única pessoa com quem eu não era rude e prepotente dentro da editora. Meu pai havia sido displicente e amigável com todos os funcionários e o resultado foi a quase falência da editora. Eu não iria cometer o mesmo erro. Mas com Ally era diferente, ela era minha amiga desde a infância. Sempre me ajudou, me deu apoio e amizade. Ela foi uma fortaleza quando engravidei, se tornando madrinha de Luna, foi meu porto seguro quando meu pai faleceu, meu braço direito quando decidi reerguer a editora... Ally era a pessoa mais importante pra mim fora minha família. -Como está minha princesa? - Perguntou Ally se referindo a Luna. -Está bem. Deixei ela e Sofia na escola. Logo lembrei as palavras de Sofia antes de descer do carro e senti um pequeno incômodo, que claro, foi notado por Ally. -O que foi? - Perguntou com um olhar desconfiado. -Nada. - Menti - O que temos pra hoje? -Bom, alguns jovem escritores mandaram manuscritos para serem avaliados. Também temos uma reunião com acionistas que querem saber sobre o investimento em livros de auto-ajuda... -Já disse que não vou publicar esse tipo de livro Ally, trabalhamos com literatura. Ally me olhou por cima dos óculos de grau. -Camila, os acionistas pediram essa reunião. -É absurdo. As ações de todos juntos não chegam a dez por cento da editora. -Mas eles tem o direito de opinar. -Tá bem. O que mais? -A reunião com o Styles e os representantes da Warner sobre os direitos de imagem da trilogia romântica dele. -Certo, agende tudo para depois do almoço. Quero dar uma olhada nos manuscritos agora de manhã. -Acho que não vai dar Mila, você precisa resolver aquele problema da coluna esportiva do Cabello's Day. -Droga, tinha esquecido. Ally apenas me olhou e suspirando me levantei. Saímos juntas da sala e eu logo vi todos se calando automaticamente pela minha presença, atravessei o corredor observando se todos estavam trabalhando e entrei no elevador com Ally. ... Já passava das oito, não tinha mais ninguém na editora. Ally tinha se oferecido pra ficar comigo enquanto eu revisava a edição de amanhã do jornal, mas eu disse a ela pra ir pra casa. Tomei outro gole do meu whisky e terminei as últimas linhas da coluna esportiva. Fora um dia complicado, precisei demitir o editor da coluna e contratar um novo. Li e reli diversos manuscritos e tive que enfrentar duas reuniões exaustivas, mas que renderam bons resultados. Terminei minha leitura e mandei um e-mail pro novo editor da coluna, falando sobre a pequena mudança necessária no artigo. Deixei o copo de bebida alcoólica na mesa e peguei minha bolsa pra sair. Gustav me deixou em casa e ao entrar vi minha mãe esquentando meu jantar. -Boa noite mãe. -Boa noite. Como foi o dia? -Um pesadelo. Mas no fim deu tudo certo. -Que bom. - Disse ela enquanto colocava o prato na minha frente. -E as meninas? - Perguntei antes de começar a comer. -Dormindo. Ficamos em silêncio enquanto eu comia. Assim que terminei Sinu pegou o prato e os talheres e os lavou. -Anda Kaki, vai tomar banho e descansar. - Ela disse. -Vou. Amanhã tem tudo denovo. Dei um beijo em minha mãe e subi, tomando um banho rápido e me jogando na cama. "Mais um dia que se foi." Pensei enquanto ia pegando no sono... Essa é minha vida.

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