Semana do dia dos pais

1368 Words
POV Lauren Jauregui Eu fui espumando pra casa. Como é que Lucy podia ter convidado alguém tão arrogante pra sua festa? A mulher sequer me deu tempo de me desculpar e já veio me atacando. Arrogante metida a b***a. O pior de tudo foi Lucy me dizendo no meu ouvido que eu não deveria brigar com uma mulher como aquelas. Me desculpei mesmo depois de tudo o que aquela prepotente falou só por respeito a minha amiga. O pior de tudo é que meu olhar havia se cruzado com o daquela arrogante. Os olhos eram castanho chocolate, um olhar intenso, diferente. Ela também era bem gostosa pra ser sincera. Balancei a cabeça querendo afastar as imagens das curvas daquela mulher da minha cabeça. Foi uma má ideia. Eu havia bebido demais depois da discussão com a gostosa, dormido no sofá da casa de Lucy e o simples gesto de balançar a cabeça fez tudo rodar. Verônica estava do meu lado, no banco de trás do táxi que ela chamou, que nos levaria pro apartamento dela. -Você vai se sentir melhor quando tomar um bom café. - Disse Vero. -Como você não tá de ressaca? -Laur, eu bebo todo fim de semana, meu cérebro já tá calejado de bebida, nem dá ressaca mais. Dou uma leve risada, o que também é uma má ideia. -Porque eu não posso ir pra minha casa? - Digo fazendo careta. -Você pode, mas eu não quero. Me faz companhia hoje por favor vai. -Posso saber porque da carência? Você não saiu toda saltitante do quarto de Lucy hoje de manhã? -Saí, mas... Olhei Vero e ela parecia encabulada. -O que foi Vero? -Lucy vai fazer um papel importante no novo filme, personagem principal. -Isso é ótimo. -Não, não é. Laur a Lucy vai fazer par romântico com o Taylor Lautner. -Aquele gostoso que fez o Jacob em Crepúsculo? -É. O ânimo de Vero parecia lá embaixo. -Você tá com ciúmes né? - Ela fez um gesto afirmativo com a cabeça. - É o trabalho dela Vero. -Eu sei. Mas se pelo menos ela assumisse nosso... -Nosso o que? - Perguntei com um sorriso. -Lance. -Porque ela não assume? -Diz que não quer ninguém fuçando nossa vida, mas eu acho que Lucy não me leva tão a sério quanto eu levo ela. Era difícil ver Vero assim. Na nossa adolescência Vero era a garota mais cafajeste do mundo, pegando todas que quisessem meia hora no banco de trás do seu carro. Mas quando se envolveu com Lucy as coisas mudaram. A verdade é que Vero passou a vida querendo ter uma chance com a menina por quem sempre foi apaixonada, mas Lucy não conseguia confiar na garota com fama de pegadora, e no fundo eu desconfio que ela ainda não consegue confiar. Chegamos a casa de Verônica, uma bela construção no estilo colonial, pintada de um verde bonito por fora, belamente decorado por dentro com móveis arrojados. A casa tinha um jardim bem cuidado e uma área de lazer com piscina e churrasqueira. Vero tinha herdado essa casa dos pais e conservava ela da melhor maneira possível. Tomei um banho de banheira no banheiro luxuoso, coloquei o short largo e a parte de cima do biquíni, já que a de baixo não era possível eu usar. Desci pra cozinha e já tinha tomado duas xícaras de café quando Vero apareceu. -Pronta gata? - Perguntou Vero me olhando por trás dos óculos escuros. -Sempre. Fomos pra área da piscina e nos deitamos pra tomar sol. ... O fim de semana na casa de Vero foi ótimo, mas a segunda tinha chegado e eu estava mais uma vez em frente a minha turminha. Eu tinha uma ideia, era a semana do dia dos pais e eu queria preparar uma apresentação dos alunos para sexta. Pra isso eu precisava terminar a matéria. -Muito bem, quem vai ler a redação sobre o fim de semana que eu pedi? Algumas mãos se ergueram e escolhi uma a esmo. Os alunos eram da Elite Nova Yorkina e todos geralmente passavam os fins de semana em piscina ou curtas viagens. Ouvi alguns lerem em sala as redações e depois fui até alguns dos que não tinham lido, apenas pra recolher a redação e ouvir, mesmo que de forma sucinta, como havia sido seu fim de semana. -E você Luna? - Perguntei me aproximando da princesa latina. - Teve um bom fim de semana? -Tive sim professora Lauren. Minha mãe passou um dia inteiro comigo. -Um dia inteiro? -Uhum. Me levou no zoológico, comemos pizza e tomamos sorvete. Sorri pra pequena em minha frente. -Sua mãe é muito ocupada? -É... Ela trabalha muito. -Entendo. - Sorri pra pequena que retribuiu com carinho o sorriso. Dei continuidade a minha aula pensando na alegria da pequena só por sua mãe ter passado um dia com ela. A questão é que eu entendia perfeitamente o que ela estava sentindo. Era a maior alegria da minha infância quando meus pais ficavam em casa. Eles passavam tantos dias longe, nos seus plantões, noites as vezes e era muito raro um momento juntos. Não sei como eles puderam esperar que eu escolhesse esse tipo de vida. ... Era quarta feira e finalmente ia começar o projeto do dia dos pais. Quando contei aos meus alunos a minha ideia no dia anterior, a grande maioria havia gostado, hoje provavelmente eles estariam com as coisas que pedi. Entrei na sala e dei algumas instruções, observando eles começarem a fazer o que eu havia proposto. Mas havia uma pessoinha que não estava fazendo o que eu sugeri. Luna pintava em uma folha, parecia meio distante e seus olhos se fixavam de forma intensa no papel. Me aproximei lentamente e sentei ao seu lado. -Porque não está fazendo seu presente do dia dos pais Luna? -Eu não tenho pai professora. -Como assim? -Eu tenho minha mama, minha vovó, minha tia Sofia e meu gato Ruffles. Mas eu não tenho pai. Olhei pra ela sentindo meu peito apertar, mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa Candy Hansen falou alto: -Todo mundo tem pai. Luna se virou e olhou calmamente a colega. -Não, eu não tenho. -Claro que tem. -Já disse que eu não tenho. - Luna parecia aborrecida. -Você tem sim sua burra. Candy estava em pé ao lado de Luna que se levantou também. -Eu não tenho pai e pronto. E não me chame de burra, você que é burra. Candy empurrou Luna, antes que eu me levantasse as duas já estavam emboladas no chão. Separei as duas com dificuldade. -Vocês não podem fazer isso. - Digo exasperada. - Brigar na sala é muito feio. Eu vou ter que chamar as mães de vocês. As duas ofegavam e tinham marcas de unhas nos rostos. Levei as duas pra diretoria pra Mani fazer as ligações. -x- POV Camila Cabello O dia estava sendo um tanto estressante, os editores da coluna social haviam feito uma verdadeira bagunça e estava bem difícil arrumar. Ally entrou na sala e tentava me ajudar a organizar os papéis que estavam espalhados em minha mesa. Meu celular começou a tocar e perdi alguns segundos tentando achá-lo embaixo dos papéis. Não olhei o identificador de chamadas, apenas atendi nervosa. -O que é? -Eu falo com a mãe de Luna Cabello Estrabao? - Perguntou a voz do outro lado da linha. -Sim, é minha filha. -Aqui é Normani Kordei, sou diretora do New York Elementary School. -Aconteceu alguma coisa? -Sim senhora. A Luna se envolveu em uma briga com uma colega de clas... -A Luna se envolveu em uma briga? - Ally arregalou os olhos. - Como assim? -É, ela se envolveu em uma briga. Eu e a professora Jauregui gostaríamos que a senhora viesse até aqui pra conversarmos sobre isso. -Ela tá bem? Se machucou? -Fique calma senhora Estrabao, Luna está bem. Só precisamos da sua presença pra conversarmos. -Certo, estou indo pra aí. Desliguei o telefone. -O que aconteceu com a Luna? -Parece que se meteu numa briga, precisam que eu vá lá conversar. -Eu vou com você Mila. Pegamos nossas bolsas e descemos. Gustav já nos esperava e rapidamente chegamos a New York Elementary School. Entrei seguida de perto por Ally, passando por diversas crianças que agora se dirigiam animadas à saída. Cheguei a sala da diretoria e bati, entrando em seguida e deixando Ally do lado de fora da sala. Quase dei um pulo quando vi a moça em pé ao lado da mesa. -Você? - Perguntei exasperada. A mulher me olhou da cabeça aos pés. -É sério que ela é a mãe da Luna? - Perguntou olhando pra n***a sentada a mesa. Cruzei os braços e encarei de forma arrogante a mulher de olhos verdes que a alguns dias tinha derrubado vinho em meu vestido.
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