Eleonora O médico me pediu que me sentasse, mas as pernas ainda tremiam. Minhas mãos estavam frias, especialmente a que ele segurava para examinar o ferimento. Mesmo tentando esconder, não conseguia evitar que o tremor me denunciasse. O tiro que Dario me deu ainda ecoava na minha mente, e o olhar dele… Aquilo me assombrava. Ele não hesitou. Apontou, atirou e marcou uma linha impossível de cruzar entre nós. O médico limpava o ferimento com cuidado, mas a dor me fez morder os lábios para não gritar. Ao meu redor, as pessoas tentavam fingir que aquilo não passava de um acidente, mas ninguém ousava se aproximar. A mão latejava e o pulso pulsava mais rápido que minha respiração, acelerada pelo susto e pelo medo. Era como se toda a minha força tivesse sido drenada por aquele único disparo. Mé

