Paolo As luzes do salão começavam a diminuir, sinalizando que a cerimônia tinha chegado ao fim. Dário estava cercado pelos conselheiros, recebendo as felicitações de seus aliados e os olhares invejosos de seus adversários. Eu não tinha estômago para aquilo. Meu sangue fervia, e cada fibra do meu corpo gritava que eu deveria reagir. Vi meu pai, Antônio, se retirando para o corredor que levava ao escritório. Sem pensar duas vezes, fui atrás dele, minhas mãos cerradas em punhos, os passos ecoando no mármore do piso. Ele entrou no escritório e fechou a porta, mas não me detive. Girei a maçaneta com força, invadindo o cômodo e batendo a porta atrás de mim. Paolo — O que foi isso, pai? Ele estava parado ao lado de sua poltrona de couro, com uma calma que apenas aumentava minha raiva. Antô

