46

892 Words

Olga O som da porta principal ecoou pela casa, avisando que Antônio havia chegado. Eu estava no salão, sentada no sofá, olhando para a lareira apagada como se ela pudesse responder às perguntas que me atormentavam há anos. Eu sabia que ele viria até mim. Sempre fazia isso quando estava inquieto ou quando algo o pressionava além da conta. Antônio não era homem de fugir das coisas — nem das pessoas. Logo, seus passos firmes e calculados atravessaram o corredor. O som de seus sapatos contra o piso de mármore era como um prenúncio de tempestade. Respirei fundo, ajustando minha postura. Ele entrou na sala, com a expressão que sempre carregava: dura, implacável, mas mascarando algo mais profundo. Antônio — Precisamos conversar. Ele parou em frente à poltrona oposta e cruzou os braços, me e

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD