Olga
Sentada sozinha no meu quarto, os ecos do confronto com Paolo ainda ressoavam na minha mente. Eu sabia que este dia chegaria. O dia em que ele descobriria a verdade e me encararia com aqueles olhos inquisitivos, cheios de raiva e mágoa. Mas nada poderia ter me preparado para a dor de vê-lo me olhar como se eu fosse a origem de todos os seus infortúnios.
Encostei a cabeça na poltrona de veludo, meus dedos brincando com o colar em volta do meu pescoço — um presente de Antônio nos primeiros anos de casamento. Um símbolo de um tempo que agora parecia uma vida passada.
Fechei os olhos e, como um filme antigo, as lembranças começaram a surgir.
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Eu tinha apenas 16 anos quando fui apresentada a Antônio Marino. Ele era jovem, mas já carregava a postura e o peso de um homem destinado a
