Elena O vestido me abraçava como um segredo perigoso. A seda branca caía em ondas sobre o corpo, e cada ponto de luz no espelho devolvia uma noiva radiante — uma imagem tão perfeita que doía. Sorria com os lábios, mas por dentro eu mordia ferro. O b***o realçado, a cintura marcada, o véu rendado repousando nos meus cabelos como neve. Belíssima. E irremediavelmente presa. — Ajuste mínimo na barra — disse a costureira, com vozes de alfinetes e paciência. — A senhorita está… deslumbrante. Deslumbrante. Palavra que veste a mentira com joias. A cada toque de linha eu me lembrava do corpo preso sob laços invisíveis, do contrato assinado com sangue que me prendeu a um homem que beija como quem declara guerra. Recordei o chalé, o gelo, a respiração de Vincenzo no meu pescoço e a verdade c***l q

