Capítulo 49. Amélie vai com Henrique

536 Words
Henrique segurou firmemente o braço de Amélie, guiando-a rapidamente pelos caminhos laterais da propriedade, evitando o salão e qualquer olhar curioso. —Vamos Amélie, rápido— disse ele, firme, mas com suavidade. —Antes que ela mude de idéia. Amélie chorava muito, se deixando ser arrastada por Henrique. — Mas… meus pertences… minhas roupas… — sussurrou, a voz trêmula, os olhos marejados. — Eu não posso nem pegar o que é meu? Henrique sacudiu a cabeça, com um leve pesar. — Francesca não vai permitir — respondeu, a expressão séria. — Eu sei que é difícil, mas não podemos perder tempo. Amélie respirou fundo, sentindo o frio da noite e a urgência da situação. O medo ainda apertava, mas a perspectiva de escapar daquele ambiente c***l e humilhante pesava mais, mas também...o medo de ser pior. "Eu não tenho escolha…”, pensou, os olhos fixos nos caminhos escuros à frente. Eles passaram por um dos portões laterais, onde o jardim terminava e o bosque começava. O vento frio lhe bateu no rosto. — Para onde vamos, senhor? — perguntou Amélie, a voz baixa, quase um sussurro. —Já estamos chegando a minha carruagem — respondeu Henrique, sem olhar para trás. — Depois, você terá tempo de pensar em tudo. Ela assentiu, ainda chorando, mas consciente de que não tinha ninguém para salva-la. Enquanto caminhavam, o som distante da mansão desaparecia, substituído pelo vento entre as árvores e o silêncio da noite. Amélie sentiu uma mistura de medo e alívio ,medo pelo desconhecido, alívio por finalmente sair da mansão e do controle de Francesca. Mesmo sem seus pertences, que não eram muitos. Mesmo sem certeza do que viria. Henrique, percebendo a tensão dela, apertou seu braço ainda mais. — Eu já disse que não vou machuca-la— disse, confiante. — Em breve, vera que não precisa me temer. — Você me comprou. — Eu te salvei. E assim, sob a escuridão da noite, Amélie seguiu com ele, com medo, assutada, com raiva. Chegaram até a carruagem, preta, com detalhes dourados e um brasão reluzente com a inicial dos Cestáro que era cruzado por duas espadas. Henrique foi recebido com uma reverência do cocheiro que nem sequer olhou para Amélie. — Senhor Henrique, para onde ? — Para casa, agora e o mais rápido possível. — Sim senhor. — Suba, Amélie Amélie não se moveu, estava perdida ainda, com medo. — Suba agora, eu não vou repetir, é uma ordem.— a voz de Henrique soou alta e imponente, fazendo Amélie tremer e obedecer a contra gosto. O caminho foi feitio rápido, Amélie escutava o barulho dos cascos dos cavalos batendo contra o chão da estrada, olhava para Henrique que olhava pela janela, Amélie chorava, sem fazer barulho, apenas lágrimas solitárias escorriam. — Senhor...o que fará comigo ?— perguntou temerosa, olhando para ele com olhos marejados. Henrique respirou fundo, e demorou alguns segundos para responder. — Já disse que não lhe machucar, Amélie. Por enquanto, é o máximo que saberá.— respondeu sem nem sequer olhar para ela. Amélie engoliu seco e secou as lágrimas, se virou de lago a fim de não olhar mais para Henrique, seguiram em silêncio. Amélie tentava ser forte, de novo.
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