CAPÍTULO 47 EDUARDA NARRANDO A Jéssica ainda tava colocando as últimas peças na sacola quando o Sombra fez um gesto discreto com a mão. Em segundos, um dos vapores entrou na loja, pegou tudo sem perguntar nada e saiu com aquele andar apressado de quem sabe que tá em missão importante. — Leva tudo pro carro, deixa no banco de trás — ele disse, e o moleque só assentiu. Eu ri baixo, balançando a cabeça. — Cê tem até logística de entrega, né? — Aqui é tipo delivery… só que no estilo do morro — ele respondeu, com aquele sorriso torto que já virava quase um vício. A gente saiu da loja e, por um instante, eu me senti leve. De verdade. O céu tava bonito, o clima tinha esfriado um pouco, e eu tava com um monte de sacola de roupa nova, um cara que me olhava como se eu fosse o centro do mundo…

