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2547 Words
Se eu fosse comparar minha empresa como um dos grandes times do NBA, eu seria a melhor jogadora da temporada. Eu sou sócia de um dos bancos de investimento em Nova York, especializado em mídia e tecnologia. Sim, meu pai e seus dois amigos mais próximos começaram a empresa. Mas isso não significa que eu não tive que ralar pelo meu espaço, para chegar onde estou - porque eu ralei. Também não significa que eu não como, respiro, durmo e trabalho para ganhar essa reputação que eu tenho, porque eu faço exatamente isso. O que eu faço como banqueira, você se pergunta? Bem, você lembra, em Uma Linda Mulher, quando Richard Gere fala para Julia Roberts que sua empresa compra tudo e vende peça por peça? Eu sou a mulher que ajuda a fazer isso. Eu negocio os acordos, elaboro os contratos, faço a análise e investigação sobre a empresa que será vendida, os projetos de contratos de crédito, e muitas outras coisas sobre as quais eu tenho certeza que você não tem interesse de ouvir. Agora você deve estar se perguntando por que uma mulher como eu estaria citando um filme água com açúcar como Uma linda mulher. A resposta é muito simples: Quando éramos mais novos, toda semana minha mãe fazia com que seus filhos passassem uma noite juntos assistindo algum filme. Lili conseguia escolher o filme do dia de vez em quando. Durante um tempo, ela passou por essa obsessão com Julia Roberts e fez com que eu assistisse essa merda por quase um ano. Eu conseguia lembrar palavra por palavra daquilo. Mas tenho que admitir: Richard Gere é o cara. Agora, voltando ao meu trabalho. A melhor parte dele é o quanto fico empolgada quando fecho um acordo, um acordo muito bom. É como se tivesse ganhado na loteria. É como se tivesse sido escolhida por Sasha Grey para estar com ela em seu próximo filme pornô. Não há nada – nada mesmo – melhor. Faço a prospecção para os meus clientes, recomendo o que eles devem fazer. Sei quais empresas querem desesperadamente ser compradas e quais precisam passar por uma aquisição hostil. Sou eu quem tem as informações secretas sobre qual magnata da mídia está pronto para se atirar da ponte do Brooklyn, pois gastou muito do lucro de sua empresa com prostitutas de luxo. A competição por clientes é feroz. Você tem que seduzi-los, fazer com que te queiram, com que acreditem que ninguém mais consegue fazer o que você faz. É como se estivesse conseguindo uma transa. Mas, em vez de comer uma gostosa no final do dia, eu ganho um grande e gordo cheque. Consigo dinheiro para mim e para meus clientes – muito dinheiro. Os filhos dos sócios do meu pai também trabalham aqui, Bella e Cole Sprooke. Sim, aquele Cole – o marido da minha irmã. Como nossos pais, nós três crescemos juntos, estudamos juntos e agora trabalhamos na empresa juntos. Os velhos deixam o verdadeiro trabalho para nós. Eles nos visitam às vezes para parecer que ainda estão no comando, e depois vão para o clube jogar golfe à tarde. Bella e Cole também são bons nesse trabalho – não me entendam m*l. Mas eu sou a estrela. Sou a predadora. Sou quem os clientes pedem e quem as empresas temem. Eles sabem disso e eu também sei. Toda segunda-feira estou em meu escritório às nove da manhã. Minha secretária, morena fumante com p****s incríveis – já está aqui, com minha programação do dia pronta, minhas mensagens do fim de semana e a melhor xícara de café da região. Não, eu não dormi com minha secretária. Não que eu não fosse gostar. Acredite em mim, se ela não trabalhasse para mim, eu a pegaria com mais jeito que Muhammad Ali. Mas tenho regras – princípios, pode-se dizer. Uma delas, é não brincar no escritório. Eu não faço coisas assim, eu não trepo no trabalho. Esqueça as questões de assédio s****l que trariam à tona, simplesmente não é um bom negócio. Não é profissional. Então, já que Alexandra é a única mulher, além de meus parentes e Bella, com quem tenho interações platônicas. Temos uma boa relação profissional. Alexandra é simplesmente... incrível. Essa é outra razão pela qual eu não transaria com ela, mesmo que me implorasse de joelhos para isso. Acredite ou não, uma boa secretária – uma boa de verdade – é difícil de encontrar. Já tive mulheres trabalhando para mim que eram mais burras do que um balde cheio de merda. E outras que pensaram que se dariam bem apenas abrindo as pernas, se é que me entende. Essas são as mulheres que quero conhecer em um bar numa noite de sábado, não o tipo que quero que atenda meus telefonemas numa manhã de segunda-feira. Portanto, agora que você já me entende um pouco, vamos voltar à minha descida para o inferno. – Mudei seu almoço de uma da tarde com Mecha de volta para a reunião às quatro – Alexandra me informa, entregando uma pilha de mensagens. Merda. A Mecha Communications é uma empresa de mídia multibilionária. Durante meses, estive trabalhando para que eles conseguissem adquirir uma rede de cabos espanhola, e o diretor-executivo, Radolpho Scucini, é sempre mais receptivo quando está de barriga cheia. – Por quê? Ela me entrega uma pasta. – Hoje nesse horário, haverá um almoço na sala de conferência. Seu pai está apresentando um novo associado. Você sabe como ele é sobre essas coisas. Já assistiu Um conto de Natal? Lógico que já deve ter visto – alguma versão dele deve estar passando em algum canal, em algum lugar, algum dia antes do Natal. Bom, lembra quando o Fantasma dos Natais Passados leva Scrooge de volta à época em que ele era jovem e feliz? E ele tinha aquele chefe, Fezziwig, o gordo que fazia grandes festas? Sim, aquele cara. Ele é o meu pai. Meu pai ama esta empresa e vê todos os funcionários como parte de sua família. Ele sempre tem alguma desculpa para dar uma festa no escritório. Festas de aniversário, chás de bebê, almoços no Dia de Ação de Graças, bufês para o Dia do Presidente, jantares para o Dia de Colombo... preciso continuar? É um milagre que algum trabalho seja mesmo realizado. Quanto ao Natal? Esqueça! As festas de Natal que meu pai organiza são sempre extraordinárias. Todo mundo vai embora muito bêbado. Algumas pessoas nem voltam para suas casas. Ano passado, pegamos dez funcionários de um banco rival tentando entrar na festa, apenas pela reputação de ser totalmente fantástica. Isso tudo é feito apenas para conseguir a atmosfera – o clima – que meu pai quer nesta empresa. Ele ama seus funcionários, e eles o amam. Devoção, lealdade – temos tudo de sobra. Tudo isso faz parte do que nos torna os melhores, pois as pessoas que trabalham aqui com certeza venderiam seus primogênitos para o meu velho. No entanto, têm alguns dias – como hoje, quando preciso de um tempo para conquistar um cliente – que suas celebrações são um verdadeiro pé no saco. Mas é assim e não vai mudar. Minha manhã de segunda-feira está lotada, então vou direto para a minha mesa e começo a trabalhar. Depois, antes que consiga piscar os olhos, já é uma da tarde e estou indo em direção à sala de conferências. Vejo uma cabeça familiar, com cabelo castanho brilhante, ligada a um corpo musculoso. Este é Booboo Stewart. Booboo começou na empresa há cerca de seis anos, na mesma época que eu. Ele é um bom homem e um companheiro assíduo de baladas. Perto dele está Bella, falando animadamente enquanto passa sua mão em seu cabelo ruivo. Pego minha comida no bufê e me sento com eles à mesa, logo quando Bella está contando, mais uma vez, sobre sua noite de sábado. – Então ela começa a usar algemas e chicote. A p***a de um chicote! Pensei quefosse perder a cabeça naquele lugar, juro por Deus. Quero dizer... ela foi para um convento... realmente estudou para ser freira, p***a! – Te disse, as quietinhas são as piores – acrescenta Booboo, rindo. Bella olha para Cole, com seus olhos castanhos, e fala para ele: Sério, Cole. Você tem que sair conosco. Apenas uma vez. Te imploro. Dou um sorriso porque sei o que virá em seguida. – Me desculpe, mas você já conheceu minha esposa? – pergunta Cole, franzindo atesta, confuso. – Não seja tão medroso – Booboo o provoca. – Fala pra ela que você vai jogar cartasou algo assim. Viva um pouco. Cole tira seus óculos e limpa as lentes com um guardanapo, considerando a ideia. – Claaaro. Aí, quando ela descobrir, e a Lili com certeza irá descobrir, posso te garantir, ela vai servir minhas bolas em uma bandeja de prata, com um belo molho de alho e um bom vinho Chianti. Ele dá uma golada à Hannibal Lecter, que me faz gargalhar. – Além do mais – ele se vangloria, colocando seus óculos e esticando suas mãos atésua cabeça –, tenho filé mignon em casa, crianças. Não estou interessado em hambúrguer. – Trouxa – tosse Bella, enquanto Booboo balança sua cabeça para meu cunhado e diz: Mesmo um bom filé perde a graça se você comer todos os dias. – Não se você cozinhá-lo de maneiras diferentes a cada vez – defende Cole. – Meuamor sabe como manter minhas refeições apimentadas. Levanto minha mão e imploro: – Por favor. Por favor, pare por aí. Tem algumas imagens que não quero visualizar. Jamais. – E você, Dakota? Te vi saindo com aquelas gêmeas. Elas eram ruivas de verdade? – Booboo me questiona. Sinto o sorriso esticando em meus lábios. – Ah sim, elas eram autênticas. Depois continuo descrevendo minha selvagem noite de sábado, com detalhes vívidos e deliciosos. Ok, vamos parar aqui um pouco, pois consigo ver aquele olhar de julgamento em seu rosto e também consigo escutar aquele tom agudo de reprovação: Que i****a. Ela transou com uma garota – bem, neste caso, foram duas – e agora ela está contando para todos os amigos. Que falta de respeito. Em primeiro lugar, se uma garota quer que eu a respeite, ela tem que fazer por merecer. Em segundo, não estou tentando ser uma babaca, só estou me comportando como uma mulher que sou, e todos os amigos conversam com seus amigos sobre sexo, pelo menos nós somos assim. E se alguém lhe diz o contrário? Dê um fora nele(a), pois está mentindo para você. Além disso, já ouvi minha irmã e suas amiguinhas conversarem também. Algumas das coisas ditas por elas teriam feito com que a p***a do Larry Flynt ficasse envergonhado. Então, não fique agindo como se as mulheres não falassem do mesmo jeito que os homens, porque sei que falam. Após expor os melhores momentos do meu final de semana, a conversa na mesa mudou para futebol americano e a eficácia do ataque de Manning. Ao longe, escuto a voz do meu pai ao chegar na frente da sala, detalhando as ótimas realizações do mais novo associado, cujo arquivo nem me importei em abrir esta manhã. Faculdade de Wharton na Universidade de Pensilvânia, aluno número um, fez estágio na Credit Suisse, blá-blá-blá... A conversa desaparece quando meus pensamentos se voltam para o momento do sábado à noite que não me preocupei em contar aos meus amigos: a interação com a deusa morena, para ser exata. Ainda consigo ver com clareza aqueles olhos redondos e escuros em minha mente. Aquela boca apetitosa, o cabelo luminoso que não podia ser mais macio do que parecia. Não é a primeira vez que a imagem dela me veio à tona, sem querer, nesse um dia e meio. Na verdade, parece que a cada hora alguma parte dela me vem à mente, e eu me pego pensando no que aconteceu com ela. Ou, para ser mais preciso, o que poderia ter acontecido se eu tivesse ficado por lá e ido atrás dela. É estranho. Não sou de ficar me lembrando de pessoas que conheço em minhas aventuras nos finais de semana. Em geral, elas vão embora de meus pensamentos no momento em que escapo de suas camas. Mas havia algo nela. Deve ser porque ela me deu um fora. Deve ser porque ela não disse seu nome. Ou talvez seja aquela belo volume traseiro que me fez querer agarrá-la e nunca mais soltá-la. Quando as imagens em minha cabeça começam a se focar nessa característica em especial, uma agitação bem familiar começa mais ao sul, se é que você me entende. Eu sacudo minha cabeça. Não tenho uma ereção espontânea desde meus doze anos. O que está acontecendo? Acho que vou ter que ligar para aquela gostosa que me passou o telefone na cafeteria nesta manhã. Costumo deixar este tipo de atividade para os finais de semana, mas parece que terá que ser feita uma exceção. Agora, já estou na frente da sala, na fila para dar o usual aperto de mão de boasvindas, que é dado a todos os novos funcionários. Conforme chego ao começo da fila, meu pai me vê e se aproxima para me cumprimentar com um cortês tapinha nas costas. – Estou feliz que esteja aqui, Dakota. Esta nova garota tem futuro. Quero que vocêcuide dela pessoalmente, que a ajude com tudo. Faça isso, filha, e te garanto que ela vai decolar e deixar a todos nós orgulhosos. – Claro, pai. Sem problemas. Ótimo. Como se eu não tivesse meu trabalho para cuidar. Agora tenho que pegar na mão de uma novata, enquanto ela adentra o mundo escuro e assustador dos negócios americanos. Que perfeito! Obrigada, pai. Minha vez chega, finalmente. Ela está virada de costas para mim; me aproximo calmamente. Observo seu cabelo escuro e macio preso em um coque. E Instintivamente, olho para a parte de baixo de suas costas, enquanto ela conversa com alguém à sua frente. Como instinto, meus olhos vão direto para sua b***a e...espera. Espera a p***a de um minuto. Já vi essa b***a antes. Não pode ser. Ela se vira. Porra. Ela abre um enorme sorriso no momento em que seus olhos encontram os meus. Olhos infinitos e brilhantes que não me lembrava de ter sonhado antes, até este exato momento. Ela me reconhece e me estende sua mão: – Srta.Cameron. Sinto minha boca se abrir e fechar, mas as palavra não saem. O choque em vê-la de novo – Aqui. Dentre todos os lugares no mundo – deve ter congelado por um momento a parte do meu cérebro que controla a fala. Após as sinapses voltarem a funcionar, escuto meu pai dizer: – ...Sofia. Sofia Copper. Ela tem futuro, filha, e com a sua ajuda, vai nos ajudar acrescer com ela. Sofia Copper. A garota do bar. A garota que deixei escapar. A garota cuja boca ainda quero desesperadamente sentir. E ela trabalha aqui. No meu escritório, onde prometi nunca... nunca... t*****r. Sua mão macia e quente toca a minha, e dois pensamentos invadem minha cabeça ao mesmo tempo. O primeiro é: Deus me odeia. O segundo é: tenho sido uma menina má, muito má durante toda minha vida, e esta é minha punição. E você sabe o que dizem sobre punição, certo? Isso mesmo, é uma merda.
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