Capítulo 1
Gabriela Braga
Em muitas famílias quando se faz dezoito anos ganha - se de presente , um carro, viagem , apartamento e outras coisa mais , pois é, eu ganhei o desespero de não ter onde morar , meu pai perdeu o emprego e o dinheiro que minha mãe ganha lavando roupas pra fora não e suficiente para o aluguel. Eu sempre sonhei em ter condições de ajudar eles e tirar uma parte do peso das costas do meu pai, porém nessa cidade pequena não tinha muita opção.
— Tião infelizmente vocês vão ter que desocupar o imóvel , espero que entenda pois esse também é meu ganha pão — Falou o Sr Durval dono da casinha de três cômodos que eu moro com meus país — Sete meses sem pagar aluguel isso está me atrapalhando com minhas contas.
— Eu te entendo Durval , quando tempo que você me daria para que eu desocupe sua casa . — Meu pai fala abaixando a cabeça, minha mãe está sentada do lado com os olhos cheios de lágrimas.
— Tião , eu sei que você sempre foi trabalhador e honesto nunca deixou passar um mês de aluguel , entendo que você ficou desempregado, vou te dar dois meses , se eu não precisasse eu deixava vocês aí até que tu encontrasse um trabalho.
— Obrigada Durval , eu vou resolver isso viu — Sr Durval vai embora, e uma coisa que eu nunca vi antes acontecer em meus 18 anos foi meu pai chora igual criança , ele se ajoelhou no chão , colocou as mãos no rosto e chorou muito, aquilo cortou meu coração, e ali eu decidi que nesses dois meses eu precisava fazer alguma coisa por eles que sempre cuidaram do meu bem estar , nunca me deixando faltar nada.
Sai daquele desespero e fui até uma pracinha que tinha próximo a minha casa ,me sentei no banco e meus olhos queimavam com as lágrimas insistindo em descer , eu estava tão envolta aos meus pensamentos que não percebi a Dona Dirce e o Sr Francisco sentar ao meu lado.
— O que foi Gabriela, aconteceu alguma coisa com Tião ou Tânia? — A senhora perguntou com a sua voz calma e confortante .
— Ah Dona Dirce , estamos passando por um momento muito complicado, e eu gostaria de ajudar os meus pais .
— O que ouve criança me fale — Contei pra senhora tudo que estava acontecendo aos prantos, ela me abraçou desejando que ficasse tudo bem , depois me deu uma nota de cem reais e falou para que eu comprasse umas coisas para dentro de casa , aquilo me deixou feliz e triste ao mesmo tempo, Dona Dirce tinha um coração bom , mais eu não queria depender daquilo , queria um trabalho para ajudar minha família, ela levantou deixando um beijo em minha testa e saiu na sua caminha com seu esposo.
Eu também resolvi seguir meu caminho , cheguei em casa e entreguei aquele dinheiro a minha mãe, ela não gostou muito mais não pode os ser pobres orgulhosos na hora da necessidade.
No dia seguinte acordo com a minha mãe falando que o Leandro neto da Dona Dirce veio aqui pedindo para que fosse até a casa da sua vó que ela queria falar comigo, levantei fiz minha higiene tomei café da manhã e fui a casa da Dona Dirce.
— Oi Gabriela senta , já tomou café? — Eu tinha tomado mais quela mesa cheia de coisa boa confesso que me deu fome .
— Já sim Dona Dirce não se preocupe — Respondo com um sorriso tímido.
— Pedi que Leandro te chamasse porque ontem depois que cheguei em casa minha filha Lia que mora em São Paulo, você se lembra dela ? — Eu balanço a cabeça que sim— Pois bem , ela me ligou e perguntou se eu não conhecia ninguém de confiança que quisesse ir trabalhar lá em São Paulo, na casa que ela trabalha esta precisando de ajudante pra arrumação, aí pensei em você filha , o dinheiro é bom e você ajudaria seus pais , o que você acha.
— Eu não tenho como ir Dona Dirce , como vou pagar passagem , e me manter em São Paulo.
— Menina a Lia falou que você vai morar na casa dos patrões , e eles vão pagar a passagem, é só você aceitar que eu ligo pra ela agora.
— Eu aceito , não falei com o pai e nem a mãe mas é uma forma de ajudar eles a não ir pra debaixo da ponte .
Com tudo acertado inclusive a data de viajar que seria na próxima semana eu saiu da casa da Dona Dirce e vou para casa , chegando conto a novidade para eles que ficam nervoso .
— Gabi minha filha você vai pra um lugar sem conhecer ninguém — Minha mãe fala já começando a chorar .
— Mãe eu vou estar com a Lia , ela falou que o patrões são gente muito ricas e que são legais com os funcionários, eles gostam de pessoas do interior porque não fogem do trabalho. — Depois de muita insistência, minha mãe aceitou a contra gosto.
Na semana seguinte estou dentro do avião indo para São Paulo, minha mãe e meu pai ficaram aos prantos parecia que eu estava indo pra o corredor da morte , três horas de vôo e chego a terra da garoa , retiro minha mala , apenas uma pois não tenho muitas roupas , um senhor alto e bem vestido em um terno preto todo elegante com um quepe na cabeça segura uma placa com meu nome , me aproximou dele já me apresentando.
— Olá senhor sou a Gabriela Braga - Falo apontando para placa , ele me olha e abre um sorriso.
— Tudo bem Gabriela sou João o motorista dos Toledo, um prazer conhecer você , vamos que o carro está na garagem do aeroporto, me dê sua mala . — Seguimos para a garagem e senhor o João abre a porta para mim e seguimos em direção a casa dos Toledos, não demora muito pra entrar em um portão branco de ferro estilo retrô com a letra T no meio , o mesmo se abre e o carro atravessa aquela e enorme propriedade, meus olhos se arregalam conta tá beleza e luxo .
— Vamos Gabriela e sua tia Lia te espera pra poder te apresentar aos patrões — Sigo o Sr José até uma área que deve ser dos empregados , encontro lá duas senhoras, a Lia e dois rapazes vestidos igual o Sr José.
— Gabriela, seja bem vinda, como você tá linda — Lia vem e me abraça apertado, me apresenta todos e me leva até a sala onde o casal estão sentados lendo jornal .
— Dana Sandra , Sr Carlos essa é a Gabriela minha sobrinha que eu indiquei pra trabalhar aqui .
— Prazer Gabriela, não sabia que ela tão novinha — Fala a mulher que só de olhar pra ela você ver luxo e poder, é uma mulher de seus 45 anos mais ou menos, um corpão de da inveja em muitas meninas.
— Acabei de fazer dezoito anos , mais não fujo de trabalho, pode confiar que eu aguento.
— Entendi , eu não dúvido disso, Lia me falou muito bem sobre você e o motivo de sair tão jovem da casa de seus país para enfrentar a cidade grande, você está precisando de um adiantamento um tanto alto , pra sanar uma dificuldade que seus pais estão passando, aqui está o seu cartão onde receberá todo mês seu salários com o desconto desse adiantamento, o dinheiro já está disponível para você enviará para seus pais, não se preocupe que as parcelas serão suaves agora venha que vou mostrar a casa a você.— Ela sai na frente, sigo ela enquanto me apresenta a casa toda que por sinal o enorme , chegamos em frente a uma porta que acredito ser de um quarto.
— Esse é o quarto o Saimon meu filho , ele tem vinte cinco anos e estar em um intercâmbio na Inglaterra, mais volta em sete meses , gosto de sempre manter esse quatro limpo e arrumado.
Depois de me passar tudo eu volto para cozinha , a Sra Sandra me deixou descansar hoje e amanhã eu começo no trabalho, estou feliz por ter conseguido o dinheiro para ajuda meus pais, e todo mês mandarei uma quantia generosa do meu salário para ajudar eles igual a Lia faz com dona Dirce. Lia me mostra meu quarto, o lugar é muito aconchegante, tem uma cama de solteiro que quando sento percebo o conforto, um guarda roupa bege, uma penteadeira da mesma cor, pra completar o conforto no ambiente tem um banheiro bem arrumado e espaço e o ar condicionado, eu fico muito contente em saber que além de ajudar meus pais vou poder também estudar porque o horário de trabalho vai me permitir fazer um curso ou até mesmo uma faculdade.