CAPITULO CINCO

1226 Words
— Desculpe. Eu me afastei rapidamente. — Não seja boba, está tudo bem. Ele plantou uma estaca em mim que fez minhas pernas tremerem. Eu fui em direção aos outros. Jimena e Regina gritaram quando me viram e Alan continuou sussurrando por que aquele pico com Leo havia chegado. Carlos se aproximou de mim e perguntou por que eu estava saindo do trabalho e contei tudo sobre Enzo. Ele não estava totalmente convencido com a mudança, achava que eu era louca e que não ficava em nenhum emprego e lugar algum por mais de três meses seguidos e que não acreditava que esse tipo de trabalho, onde eu tinha que passar tantas horas seguidas, era uma boa opção. Eu realmente o vi preocupado e tentei minimizar dizendo a ele que ele ainda não havia me ligado e talvez nem ligasse. Depois de mais ou menos uma hora no local, eles conseguiram se sentar em uma mesa. Eles me pediram um narguilé para que eu pudesse sair um pouco do bar e me desligar dos típicos bêbados que me comiam com os olhos. Pouco antes de voltar, Hugo me disse que haviam vomitado no banheiro masculino e que, como eu estava fora, deveria ir limpar. Fui pegar o esfregão e fui para o local. Eu tinha acabado de arrumar as coisas quando senti mãos na minha cintura. Meu coração disparou. Leo? Eu pensei quando senti sua respiração no meu pescoço. Minhas pernas estavam começando a ceder, aquele beijo talvez tinha significado algo para ele. Suas mãos vagarosamente desceram pelos meus quadris até alcançarem a barra do meu vestido. Meu peito subia e descia rapidamente. Ele agarrou o vestido e começou a puxá-lo para cima enquanto beijava meu pescoço. — O que você está fazendo Léo? Você está louco? Eu olhei para trás, pronta para detê-lo, não era a hora nem o lugar. — Leo? Não linda, eu não sou aquele Leo, mas você não pode me dizer que não estava gostando de mim. Ele era um dos homens que estava tentando me pegar no bar. Eu o empurrei para longe de mim, mas ele se virou para mim com mais força. — Me Solte!! Uma sensação de angústia percorreu meu estômago. Ninguém me ouviu por causa do barulho da música e ele conseguiu me arrastar para a sala de limpeza. — Deixe ela ir, seu filho da pu*ta! Um menino da minha idade pegou ele pelos cabelos, e jogou ele no chão e deu-lhe um soco. Eu caí para trás abruptamente, batendo as minhas costas contra a parede enquanto observava com medo aquele homem tentar atacar o garoto sem sucesso. — Chega! Eu gritei, apavorada. Tentei me levantar e separá-los, mas ele gritou para mim, para que eu não me metesse. Eu fiquei imovél, não querendo causar mais problemas. Pensei em sair e pedir ajuda, me sentia impotente, mas eles estavam brigando no caminho para a saída. Por fim, fiquei agachada em um canto esperando ansiosamente que tudo acabasse. Fiquei com vergonha e comecei a chorar. O menino veio até mim e perguntou como eu estava. Apreciei muito sua proteção naquele momento e seu jeito preocupado de me olhar. — Obrigado obrigado. Seu olhar de compaixão me relaxou. Aquele homem havia desaparecido e o menino queria ir procurá- lo, mas eu disse a ele para deixá-lo por favor. Eu precisava esquecer tudo e ir para casa imediatamente, não poderia ficar nem mais um minuto naquele lugar. — Eu sou o Dany. Você quer que eu encontre alguém? Ele me ajudou a levantar e me deu papel para secar minhas lágrimas. — Tem certeza que está bem? — Obrigado Dany, estou bem. Você pode me levar até os meus amigos, por favor? Eu implorei com os meus olhos. — Claro. Ele me agarrou pela cintura e pelo braço e me levou para fora. Os meus amigos, vendo meu rosto com rímel manchado e escorrendo, correram para mim. Dany contou tudo para eles o que tinha acontecido. — Bem, se não precisa de mim, vou embora, espero ver você outro dia em outras circunstâncias. Qual é o seu nome? Seu olhar de compaixão me confortou, serei eternamente grata. — Meu nome é Samantha, Sam. Obrigado por tudo. Ele apertou meu braço, sorriu e foi embora. Tudo o que cercava aquele lugar me parecia horrível, o O cheiro da fumaça, a sensação... eu tinha que sair dali. — Quero ir para casa. Solucei. — Claro linda. Alan me abraçou com força. — Vou segurar você contra o meu corpo, ninguém vai se aproximar. Leo disse enquanto me agarrava. Ele estava furioso. —Vou contar ao Hugo o que aconteceu, vá com calma. Carlos comentou enquanto me beijava na testa. As meninas ficaram em choque com o ocorrido, não tinham palavras. — Você quer que a gente vá com você também, Sam? Elas perguntaram em uníssono. — Não, deixe-a em paz. Vou conversar um pouco com ela. Leo respondeu. Entramos no carro e durante toda a viagem fui com um olhar perdido, não só deixei aquele homem me tocar, como pensei que o garoto que eu gostava estava me tocando daquele jeito. Chegando em casa, Leo estacionou o carro no portão e tirou o cinto de segurança. — Como você está se sentindo? Ele beliscou minha bochecha e sorriu. — O que exatamente aconteceu? Quando eu descobrir quem é aquele filho da pu*ta, vou matá-lo. Sua voz soava furiosa. — Estou melhor agora que saí de lá. Suspirei. Ele pegou minha mão e acariciou suavemente. — Eu deixei ele me tocar. Eu disse a ele enquanto observava seus olhos se arregalarem. — Como? Ele ficou surpreso com a minha confissão. — Eu deixei ele me tocar porque pensei que era você. Não consegui olhá-lo nos olhos e comecei a brincar com a bolsa. — Sam... eu... eu sinto muito, mas você sabe que... Eu não queria comprometê-lo porque ele era meu amigo e eu sabia que ele não queria me machucar. — Não se preocupe Leo, eu sei. Olhei ele nos olhos e saí do carro. — Obrigado por me trazer. Coloquei minha cabeça para fora da janela e corri em direção a casa. Eu conhecia aquela sensação, meu corpo me pedia para mudar de cenário e sair dali. A única esperança que eu tinha era conseguir o emprego com o cara forte. .... Durante a semana fui esquecendo o que aconteceu no PUB, embora meus amigos continuassem me lembrando ligando de vez em quando para saber como eu estava. Os dias se passaram e Enzo não me ligou. Talvez ela tivesse encontrado alguém mais adequado para o trabalho, digamos uma mulher de cinquenta anos que não se parecesse com Mary Poppins. Esperei, esperei e esperei. Quinta à noite pensei que talvez não tivesse aproveitado a segunda chance que ele me deu. Eu pensei que se estivesse vestida com outra roupa ou me comportado de maneira diferente, então algo me ocorreu. No domingo, assim que acordei, pensei em vestir algo totalmente diferente e ir até a casa dele. Algo sério, mas o mais sério que eu tinha era o macacão preto, talvez estivesse muito arrumado, mas... eu tentaria, o importante era causar uma sensação totalmente diferente. Vestindo a macacão, as sandálias, levemente maquiada e com os cabelos soltos, entrei no carro e me preparei para me aproximar da casa dele.
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