ALANA SCHMITH Mesmo com a luz suave do quarto e o som distante dos aparelhos, ainda sinto o cheiro daquele lugar. Está impregnado em mim. O mofo, o suor, o medo. O medo tem cheiro. E ele continua aqui me sufocando. Os meus olhos percorrem o teto branco do hospital, mas minha mente está longe. Na cadeira velha. No chão gelado. Nas correntes. O gosto metálico da saliva acumulada por horas sem água ainda parece na minha boca. A fome que rasgava o meu estômago. A dor nas costas por ficar tanto tempo na mesma posição. A vontade desesperada de gritar. O som do tiro. Fora que os meus pulsos estão doloridos e eu vi as marcas. Vão passar dias aqui. Eu estou cheia de arranhões, algumas apartes feridas além da superfície. Eu ainda estou lá. Uma parte de mim ficou presa naquele cativeiro. As pal

