Tension

1038 Words
Amanda: Ao entrar sala me deparo com o professor encostado na mesa lendo um livro que parecia ser de física pelo desenho que estava na capa, sem notar minha presença ele continuou ali concentrado e eu me sentei em uma cadeira que tinha bem em frente a ele, sem querer fiz barulho quando coloquei a mochila em cima da mesa. — Olá, não vi você entrar.. Menina silenciosa. - diz com um belo sorriso O encaro de cima a baixo analisando sua roupa: Camisa social extremamente branca por dentro da calça marrom, sapatenis preto.. brega. Tornei meu olhar para o rosto dele que agora havia um semblante confuso e curioso, o cabelo é padrão, a barba rala porém bem feita. — Algo de errado Amanda Garcês? - suspiro e dou de ombros - Então por que me olha dessa forma? — Por que se veste assim? É tão brega pra um homem tão jovem como você - como de costume digo ríspida — Bom, eu gosto de ser extremamente profissional na minha área de trabalho.. e isso incluí na minha forma de vestir - Ele sorri de lado e senta na cadeira - e você? — Eu o que? - olho confusa pra ele recebendo um olhar debochado em troca — Por que agride a moda? Uma adolescente do ensino médio deveria saber fazer combinações melhores de roupas - O encaro séria e ele faz o mesmo me deixando com raiva Como ele consegue ser tão inconveniente? eu uso o que eu quero e não importa se ele não gosta! Era só o que me faltava agora. Após esse momento drástico, Collin West agiu normalmente porém sendo profissional como ele havia dito ser. Apenas me deu tarefas e hora ou outra me explicava alguma coisa que eu tinha dúvidas ou dificuldades. — Muito bem Amanda Garcês, está tudo certo. - o professor diz parado ao meu lado analisando a folha que eu havia respondido umas questões que ele passou - Pode ir, estarei a sua espera aqui amanhã no mesmo horário. — Fazer o que né.. - murmuro e sinto o olhar dele queimar sobre mim. Guardo minhas coisas e me levanto, olho para o professor que estava apagando o quadro. Fico observando ele por alguns segundos e logo saio da sala dando graças a Deus que já estaria indo embora pra casa. Enquanto andava pelos corredores da escola noto ter esquecido de algo, assim que peguei meu telefone para ouvir música percebi que havia esquecido o fone na sala. Assim que dei meia volta para voltar o caminho dou de cara com ele, o professor de matemática estava parado olhando pra mim. Com o susto que tomei fiquei olhando para ele com os olhos arregalados, seu corpo bem próximo do meu, praticamente colados. O perfume fraco agora era bem perceptível, seus olhos azuis penetraram nos meus castanhos. Me senti presa naquele momento quando ouvi a voz dele soar bem baixa e seu hálito de framboesa colidir com meu rosto. — Esqueceu seu fone - ele pega em minha mão sem se afastar e nem tirar os olhos dos meus. Naquele momento senti minhas pernas tremerem e um frio na barriga tão grande que todo meu corpo se arrepiou, sem dizer mais nada ele entrega o fone se afastando de mim lentamente fazendo com que o choque que diminuísse. — Obrigada - digo quase que num sussurro com a voz totalmente falha e assim ele se desgruda de mim completamente me dando as costas e sumindo pelo corredor. O que foi exatamente que aconteceu aqui? Essa proximidade..? Essa tensão? Por que eu estou tão nervosa e desestabilizada? Sem as respostas para as minhas perguntas tomo o rumo do meu caminho colocando os fones e uma playlist qualquer. Ao chegar em casa subi direto pro meu quarto e me joguei no meu tapete branco de pelo, eu estava tão cansada que poderia dormir ali mesmo. Após me recompor fui tomar um banho bem relaxante ouvindo uma música bem tranquila enquanto ensaboava meu corpo, fechei meus olhos enquanto deixava a água molhar meu cabelo e flashes do que ocorreu mais cedo envadiram minha mente. A forma que ele pegou na minha mão, o perfume francês.. me lembrava muito um dos perfumes preferido de meu pai, o calor do corpo dele colado no meu, os olhos penetrantes... — Ammy! - abro os olhos assustada e logo me tranquilizo ao lembrar que Dora estava em casa hoje - O almoço está pronto. Te espero na cozinha.. Dora é minha babá desde que eu tinha dez anos, ela era bem jovem quando minha mãe contratou, então ela é como uma irmã mais velha. Término de enxaguar o meu corpo e desligo o chuveiro, me enrolo na minha toalha e corro para o closet. Depois de me vestir e pentear o cabelo, calço minhas pantufas e desço para cozinha encontrando Dora sentada mexendo no celular. — Olá Dorinha - abraço ela por trás - O que teremos hoje? — Olá Ammy - ela sorri - Hoje temos frango grelhado e salada de rúcula, mas como sua mãe não está fiz lasanha. Sorri abertamente e ajudei Dora a colocar as coisas na bancada para podermos nos servir. — Então, como foi na detenção? - Dora diz sentada em minha frente enchendo nossos copos de Coca cola — No começo foi um saco -. reviro os olhos - Mas o professor ensina bem, ele.. - Novamente os pensamentos do que aconteceu voltam a passar na minha cabeça — Hm... você está vermelha - ela ri e eu balanço a cabeça - me conte sobre esse Professor — Não tem muito o que dizer, ele é jovem e se veste como um corretor de imóveis apenas - coloco uma colherada de lasanha na boca - Vamos mudar de assunto.. O almoço foi bem agradável, Dora é super engraçada e divertida. Ela sempre está metida em alguma furada e eu amo ouvir as histórias dela, depois que acabamos de comer fui para o meu quarto aproveitar para dormir o resto do dia. Precisava urgentemente de um descanso, Amanhã após a detenção teria aula de dança em grande parte do dia. Não demorou até que eu pegasse no sono.
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