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Nos Meus Sonhos

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detective
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Blurb

Lindsay é uma jovem de apenas dezoito anos, que ainda está terminando de cursar o terceiro ano do ensino médio. Ela tem uma vida comum, família comum, e namorado também comum. Filha única, ela estuda pela manhã e trabalha na parte da tarde e noite em uma lanchonete. Mas ao deitar todas as noites para dormir, ela não se sente tão comum assim, já que lembra de quase todos os seus sonhos. E o pior de tudo, é que na maioria das vezes esses sonhos acontecem.

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Prólogo
Dezembro de 1999 Noah Era tão triste olhar para as panelas, e não ter o que comer em plena véspera de Natal enquanto nas outras casas as pessoas tinham uma mesa farta de comida, e as crianças ganhavam vários presentes tanto dos pais, quanto dos familiares mais próximos. Infelizmente eu a minha família vivíamos em uma casa humilde feita de madeira, e que só tinha três cômodos que se resumia apenas em um banheiro caindo aos pedaços, e também um pequeno espaço no qual todos dormíamos prensados. E para finalizar a cozinha com uma pia velha e quebrada ao meio. E sendo o mais velho de três irmãos, eu tinha que ajudar os meus pais a catar latinhas de alumínio nas ruas, já que essa era a nossa única fonte de renda. Renda da qual m*l dava para alimentar seis pessoas, sendo que quatro delas eram crianças em plena fase de desenvolvimento. E para piorar a situação, mamãe estava grávida do seu quinto filho. No dia de Natal como de costume, nós íamos até a área movimentada da cidade, provavelmente o centro, em busca do sopão que as pessoas generosas faziam para os pobres. E era aí que nós aproveitavamos para comer bastante, já que nós não saberíamos quando seria a nossa próxima refeição. (...) — Noah, ajuda o seu pai a por as latinhas dentro do saco. — Mamãe disse abaixando com dificuldade devido a sua barriga que estava enorme. — Ok! Fiz o que ela pediu vendo um líquido escorrer por suas pernas. Será que a mamãe tinha feito xixi nas calças?! — Victor! — Mamãe chamou por papai, enquanto colocava a mão sobre a barriga. — A bolsa estourou, a Bela vai nascer. Papai que até então estava terminando de colocar algumas latinhas no saco largou tudo, para ir socorrê-la. — Noah, fica de olho nos seus irmãos que eu vou ter que levar a sua mãe ao hospital. Depois de me advertir, ele ajudou mamãe a caminhar até a beira da estrada. Sim, nós morávamos em um lugar bem afastado da cidade, onde era bem precário, sem energia elétrica e também água encanada. — Noah, eu estou com fome. — Gabriela, a nossa atual irmã caçula se aproximou colocando as mãozinhas sujas de terra na boca. Gabriela tinha apenas dois anos, e vivia comendo terra na tentativa de m***r sua fome. — Irmã, o pai e a mãe não tem dinheiro para comprar comida, mas eu vou dar um jeito de pedir ajuda. Resolvi ir para beira do asfalto, torcendo para que algum carro passasse, mas foi em vão, porque infelizmente não aconteceu. —Vamos esperar pelo o pai e a mãe dentro de casa. Ok, lindinha? — Mesmo sendo uma criança abaixo da altura pela minha idade, peguei Gabi no colo e fui para dentro da casa. — Noah, estou com fome. — Pronunciou Ana após se aproximar, e em seguida foi a vez do Luan dizer a mesma coisa. Fui até a cozinha para ver se tinha sobrado algum pão que papai comprou ontem a noite. Mas infelizmente tínhamos comido tudo no café da manhã, que foi a nossa única refeição até agora. E como já estava anoitecendo eu resolvi deitar no colchão e colocar os meus irmãos mais novos do meu lado para ao menos tentar dormir um pouco, já que essa era a única forma de não sentir mais fome. Pela manhã logo após eu ter acordado, olhei para o lado vendo que a Gabi estava desperta, e que o pai e a mãe ainda não tinham chegado. Será que aconteceu alguma coisa com a mamãe e a nossa irmãzinha? Tomara que não. Ficamos mais um dia sozinhos, e nada dos nossos pais retornarem. Por isso eu sozinho decidi sair e ir caminhando até o próximo posto para pedir ajuda. A caminho dele, me veio a mente as p************s que o pai me falava nas vezes em que eu cismava em sair de casa para pedir ajuda. " Eu já te disse que não era pra você sair de casa, menino." Não dei ouvidos àqueles pensamentos, e continuei a minha caminhada até o posto. Chegando lá, acabei dando de cara com o pai e a mãe, que segurava a pequena Bela em seus braços. O pai e a mãe, eram bem jovens, na casa dos vinte e poucos anos, mas com uma bagagem de pessoas na casa dos quarenta. A mãe não tinha estudo, e o pai, apenas o fundamental secundário. O pai veio de uma família mais ou menos estruturada, chegou a ter quase tudo na infância, mas devido ao meu avô perder boa parte das coisas que eles tinham, por causa de bebidas e mulheres hoje o pai se encontra na ruína. Descendente de sueca, a avó da mãe, migrou aqui pro Brasil no início do século vinte, para conseguir algo melhor, já que estava bem difícil deles viverem no local de origem. — Moleque, eu já disse que eu não quero vê-lo perambulando por aí. O pai se aproximou de mim, me dando um puxão pela orelha, não só verbalmente, mas também na prática. — Aí! — Murmurei baixo enquanto ele me arrastava até o outro lado do posto, onde estava a mãe com a Bela em seus braços mamando. — Mãe, a senhora também pode me dar um pouco de leite? É que eu estou há três dias sem comer. — Passei a mão sobre a barriga que acabou fazendo um leve barulho. — Filho, infelizmente esse leite é para a sua irmãzinha e também eu vou tirar um pouco dele para Gabi. Você deixou os seus irmãos sozinhos? —Apenas balancei a cabeça em concordância. — Pois não devia, eles ainda são muito crianças, e você tem que cuidar deles. — Me repreendeu. — Mãe, eu também sou criança, e não posso ficar sozinho com os meus irmãos. (...) Os anos passaram, e com ele o sofrimento da nossa família não tinha amenizado. Mas agora como os meus irmãos e eu estávamos mais crescidos, o pai e a mãe podiam contar mais com a nossa ajuda, principalmente a minha que já tinha quinze anos, e trabalhava vendendo dvds na rodoviária da nossa cidade, o que acabava ajudando de alguma forma nas despesas. Inclusive o dinheirinho que deu para comprar uma passagem para Vila velha, já que lá eu teria mais chances de crescer e também ajudar a tirar a minha família dessa situação. — Eu já falei com o seu pai, que não sou a favor de você ir para uma cidade grande como Vila velha sem conhecer absolutamente ninguém. - A mãe disse colocando as roupas na bacia que eu tinha comprado aqui para casa, logo após eu receber o meu primeiro salário. — Mãe, eu só quero que a senhora entenda, que é necessário fazer isso, senão nós iremos continuar na mesma, passando necessidade o tempo todo sem ter o que comer direito. — Você pode fazer isso aqui na cidade, Noah, não precisa viajar quilômetros de distância. — Falou enquanto terminava de torcer a camisa do pai e jogá-la na bacia. — Tem certeza, mãe? Aqui por ser cidade de interior as coisas são mais difíceis, e lá por ser cidade grande, rapidinho eu conseguirei um emprego. Acompanhei ela até o varal de roupa, e observei a própria torcer e estender na corda. — Com quinze anos? Noah, você é praticamente uma criança, acha mesmo que alguém vai te dar um emprego? Agora a mãe tinha sido dura demais comigo. — Vai sim, eu sou jovem, e... — Uma criança... — Completou. — Tira isso da sua cabeça, e pensa em terminar pelo menos os estudos, só falta três anos para você completar dezoito. Tenha paciência e espere um pouco. Infelizmente a mãe estava irredutível em me deixar fazer essa viagem. — Tudo bem, eu vou fazer o que senhora quer e ficar aqui nessa miséria que vivemos. Acabei falando com a mãe de forma ríspida, para depois sair dali na intenção de dar uma volta e também pensar em como faria para ir a essa viagem. A passagem já estava comprada, e agora só faltava ter a permissão dos meus pais, que infelizmente estavam irredutíveis em me dar. Ao voltar para casa já a noite, eu fui iluminando o caminho escuro por qual eu ia passando com apenas uma pequena lanterna, e foi também nesse momento em que tive a brilhante ideia de viajar escondido. E já que os dois não quiseram me dar a autorização, eu iria tentar ver com um amigo meu que trabalhava na rodoviária, e que também era fera em falsificar assinaturas, e com certeza ele faria isso para mim. (...) Andando de um lado para o outro, e segurando a alça da minha velha mochila, eu estava na rodoviária a espera do ônibus que só encostaria às 22h. Quando o ônibus encostou na vaga seis, eu logo fui correndo em direção a ele, mas infelizmente acabei sendo barrado pelo próprio motorista. — Boa noite, rapazinho! — Ele me encarou de cima a baixo com uma certa desconfiança. — Vai viajar sozinho? — Boa noite, senhor! Vou, sim. — Ok! Só preciso da autorização dos seus pais assinada e da sua certidão de nascimento ou um documento com foto. Respirei aliviado, e retirei da pasta a certidão junto com a autorização que o meu amigo tinha falsificado. — Aqui está, senhor. — Ele pegou os dois papéis da minha mão e depois de olhar pediu a passagem para logo liberar a minha entrada. Passei por um pequeno corredor e me acomodei no banco 13 que ficava na janela. Após alguns segundos uma moça loira e muito bonita por sinal se acomodou na poltrona ao lado. No meio da estrada a caminho da cidade de Vila velha a moça ao lado abriu um pacote de biscoito, e eu acabei olhando de relance ao escutar minha barriga roncar. Então com isso eu resolvi virar para a direção da janela, e fechar os olhos na intenção de que minha fome passasse. Principalmente porque eu havia comido somente um pão dormido que tinha sido no almoço. — Menino! — A moça ao lado acabou me cutucando, a medida que eu ia abrindo os olhos lentamente. — Está tudo bem, com você? — Olhei para o seu rosto que demonstrava uma certa preocupação. — Sim, só que... — Coçei a cabeça me sentindo um pouco envergonhado de dizer aquilo. — Eu estou com um pouquinho de fome. — Tive que falar, já que eu não estava aguentando mais. — Aqui toma esse pacote de biscoito. — Ela pegou um fechado dentro da sua bolsa, e depois tirou uma nota de cinquenta reais da sua carteira. — Eu agradeço à senhora, moça, mas eu não posso aceitar todo esse dinheiro. E se a senhora precisar dele para alguma emergência. — Recusei e ela riu. — Aceita, por favor menino. — Insistiu. — Eu quero te ajudar, desde a rodoviária eu estou te observando. Você fugiu de casa, não foi? Como ela sabia disso? — Bom é que... Contei toda a história da minha família para ela, do qual eu também fazia parte. — Você é um menino muito especial. Continue sendo assim que chegará longe. Tomara porque é o que mais quero é vencer na vida e dar o melhor para minha família.

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