Arthur
É final de tarde quando chego a Fazenda Valente um , Heitor me recebe e quando minha coisas já estão no quarto encontro com ele na sala sua expressão é nervosa.
- algum problema Heitor?
- no começo da tarde Brutos se soltou e esta solto na propriedade, tentamos pega-lo, mas ele é muito rápido e ele saltou a cerca como se não fosse nada.
- cerca? Qual?
- venha, senhor vou mostrar .
Selamos três cavalos e Heitor trouxe um rapaz de uns dezessete anos que é seu sobrinho para nós acompanhar. A cerca que Brutos pulo chega fácil a dois metros, esse cavalo é um achado, depois de domado será fácil o meu melhor cavalo, forte, bom porte, rápido e um excelente saltador, tenho que lembra de dar uma gratificação a Heitor. Juro que quase quis dar uma surra naquele moleque, onde já se viu apontar uma arma pra um cavalo! Se isso acontecer novamente Heitor terá que se livre dele, não vou perder cavalo algum por culpa dele. Olho para a velha casa na árvore, nem acredito que ainda está aí, foi nela que dei meu primeiro beijo, eu tinha dez anos e a irmã de Heitor veio fazer uma visita, ela tinha dezessete anos e era uma gostosa, mas naquela época eu só era alto, mas quando ela me chamou e disse que tinha um presente pra mim nunca que ia imaginar ser um beijo, comecei a subir na casinha, mas Heitor me lembrou que hoje eu não passou na entrada da casinha, voltamos para a casa e decidimos que procuraremos Brutos amanhã.
São quase quatro horas, não consegui dormi e resolvo ir adiantando as coisas para a captura de Brutos, estou na frente dos estábulos quando escuto o som de uma das baias se fechando, "será que eles deixaram alguma baía aberta?" , resolvi ver, talvez a baía de Brutos tenha ficado aberta e esta batendo por causa do vento. Quando entro paraliso, em minha frente no fundo dos estábulos vejo uma mulher, não consigo ver seu rosto mais a cena é incrível, seu vestido branco colado em seu corpo quase transparente marcam cada curva, ele parece molhado, seus cabelos são quase tão negros que se fundiram com a escuridão a sua volta, ela esta imóvel como uma fotografia, escuto Heitor me chamar e por segundos desvio meu olhos dela e quando olho pra frente de novo ela sumiu. A passos rápidos vou até onde ela estava, olho pro lado e lá está Brutos em sua baia, procuro em casa canto do estábulo e nada passo pelas portas dos fundos e só vejo a noite, Heitor se aproxima de mim e lhe conto o que aconteceu e ele contou sobre a horta e que todos ali acham que se trata de um espírito ou algo parecido, isso é loucura, aquele corpo não tinha nada a ver com espírito talvez uma deusa até vai pois ela era muito gostosa.
O sol nasceu e tudo ganha cor, Brutos está de volta e não havendo mais necessidade de sair vou ao meu escritório olho toda documentação da Fazenda e dos animais, depois volto ao estábulos para olhar os cavalos pessoalmente, todos são saudáveis, me aproximo de Brutos, ele tem pêlos tão n***o que espelha, quando tento passar a mão nele ele se afasta, a baia não é tão espaçosa e quando tento novamente ele fica em pé com apoio nas as patas traseiras, me afastou rápido um chute dele pode me ferir muito, quando estou fora da baia ele se acalma, vou ter que ter mais paciência ainda com ele, naquele momento lembrei da mulher de branco, como ela trouxe ele de volta? Balanço a cabeça pra tirar a lembra dela da minha mente.
No almoço a esposa de Heitor conta sobre sua visitante.
- olha seu Arthur, sei que acha que é loucura, mas só pode ser um espírito, algumas plantas somem, e são colhidas de uma forma que não deixa marcas no chão pela retirada delas se eu não fosse atenta nem saberia te tinham sumido e também á os cães, ele não latem, na verdade ele andam até muito calmos esses dias.
- Não vou disser o que você tem que acreditar Joana, mas espírito não come, pra que ele quer esses legumes?
- Não sei, mas o senhor também está certo.
A tarde passa rápido Joana e Heitor vão a cidade comprar mantimentos e não existe outra mulher por perto então vou tomar banho no lago, tiro minha roupa e mergulho, a água está ótima e fico assim por uma meia hora, ao sair do lago visto minha calça pego o minha camisa e sigo pra casa, estou caminhando quando sinto algo estranho paro e olho em volta, sabe aquela sensação de ser vigiado? Mas não a nada, acho que tô ficando paranoico. O restante da tarde foi tranquilo, jantei com Heitor é sua esposa e discutimos qual seria a melhor abordagem para com Brutos, depois vou pra cama dormir, aqui as coisas começam cedo marquei com Heitor as cinco no estábulo.
Acordo ainda está escuro, olho o relógio e marca três de cinquenta , me levantou faço minha higiene matinal e vou em direção aos estábulos, quando chego na porta lembro da mulher de branco e então lembro que ela parecia molhada, desvio meu caminho e sigo pro lago, sei que parece loucura o lago é enorme ela pode ta em qualquer lugar mas mesmo assim sigo pra onde eu tomei banho no dia anterior, ao chegar lá fico escondido atrás de uma árvore e com a ajuda do céu escuro posso ver muito e não ser percebido, lá esta ela, linda parece uma sereia o lago está iluminado pela luz da lua que ainda está no céu, e posso ver com detalhes seu corpo e rosto, “se isso é um espírito pode me chamar de Chico Xavier. "
Já estou duro com sua visão, me movo um pouco tentando criar um espaço pro meu amigo na calça mas acabo fazendo barulho, paralisou olhando pra ela, não irei perde-la de vista de novo, ela da um mergulho e não retorna, espero ainda por uns minutos e nada ela sumiu de novo.