Capítulo 1: Eu odeio ser azarada

1355 Words
 Tudo começou naquela "maravilhosa manhã". Não que era alguma novidade eu ser azarada, mas... Sempre tem alguma historinha extra para eu contar, né? Eu estava sonhando com pôneis, unicórnios e duendes, porém, senti alguém puxar o meu pé, igual àqueles filmes de terror, sabe? Só que dessa vez, eu não morria, e sim batia com o queixo no chão.   ─ Aí, qual é o seu problema? Você quer me m***r?   ─ Hora de acordar, dorminhoca! – Disse a minha mãe, que agora abria a janela do meu quarto, fazendo o sol bater em meu rosto.   ─ Mas que saco mãe, por que eu não posso dormir mais cinco minutinhos? Não vai acabar o mundo por isso.   ─ É, mas esses cinco minutinhos, vão fazer você chegar atrasada, levar uma detenção e depois levar mais um castigo por xingar a diretora, e claro vai afetar o seu histórico escolar levando junto o seu futuro como uma boa pessoa.   ─ Eu? Xingar a diretora? Nunca! ─ Nada irônica.   ─ Charlie, vai se trocar menina! – Sorriu a minha mãe, que logo saiu do quarto.   ─ Sua doida! - Gritei jogando o travesseiro na porta.  ─ Você é mais louca que a sua mãe. - Ouvi um grito vindo do lado de fora. Fui até a janela da minha sacada. É claro, tinha que ser aquele desgraçado.   ─ Vai cuidar da sua vida, Joey, ao invés de espiar garotinhas pela janela.   ─ O que está insinuando, Dino? – Odeio quando ele me chama assim.   ─ Eu estou insinuando que você é um maluco de pedra.   ─ Vou embora depois dessa. – Ele deu as costas, mas eu sempre falo por último. Fato.   ─ Ótimo, eu não aguentava mais sentir o seu mau hálito de longe. – Ops, peguei pesado eu sei.   ─ Sua i****a, agora você vai ver. ─ Ele virou-se para mim novamente e pulou da sacada, indo diretamente a minha janela. Sim, além de ter a vista do inferno, nossas sacadas eram praticamente coladas.   ─ Do que me chamou? Fala na minha cara agora!   ─ Saía do meu quarto Joey, você está praticamente me assediando! - Falei cruzando os braços.    ─ Olha as coisas que você fala Charlie.─ Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, dei um belo de um chute no seu lugar m*l usado e vi os seus olhos começarem a lacrimejar.  ─  Vai chorar?   ─Tem sorte que é garota e que é menor de idade, tem muita sorte! ─ Disse ele caído no chão, gemendo de dor. Eu me abaixei para ficar ao seu tamanho.  ─ Minha vida nunca será uma sorte, eu ter nascido foi um azar! ─ Abri um sorriso e a porta do meu quarto foi aberta com tudo.   ─ Charlie, fala para o seu pai que... ─ Os meus pais pararam na frente da porta e olharam para eu e o b****a do Joey.  ─ Oi Joey! ─ Falaram os dois juntos.   ─ Oi. – Ele respondeu gemendo de dor. Minha mãe desmanchou o sorriso e olhou pra mim.   ─ Continuando, Charlie explique logo ao i****a do seu pai, que o seu absorvente acabou e que você precisa de mais.   ─ Mãe! – Gritei.   ─ O quê?   ─ Viu? Eu não falei? Ela não precisa amor... A última vez que ela teve, foi na semana passada e tinha três pacotes de...   ─ Estou sentindo bem lá no fundo do meu coração, que se vocês não saírem desse maldito quarto eu vou pegar o dinheiro da carteira de cada um de vocês e gastar até o último centavo com o novo doritos que chegou ao mercado!  ─ Vou terminar os meus Waffles. – respondeu a minha mãe já aflita.   ─ E eu... Vou falar com o Hunter... O seu irmão. ─ Geralmente, ninguém dúvida do que eu falo. Quando eu digo que eu vou fazer é porque eu vou. Os meus pais saíram do meu quarto e eu voltei a olhar para o Joey, que ainda estava encolhido no chão, com as mãos entre as pernas.   ─ Ei vizinho, fale para o seu irmão que eu acho ele um gostoso.   ─ Vou falar para ele que você é projeto de hemorragia... Daqui a pouco estão te chamando para fazer a série Grey's Anatomy.  Ajuntei todas as forças acumuladas em meu corpo e peguei em seu braço o levantando do chão e levando até a sacada do lado direito da minha janela, deixando a mostra o chão, que por sinal era bem lá em baixo.  ─ Está vendo esse chão aqui? ─ Perguntei apontando para o andar de baixo. ─ Você vai ser esmagado lá embaixo se não sair da minha propriedade.   ─ Quer saber? Os seus p****s nem são tão bonitos para apreciar.   ─ Espera, o quê?   ─ Deveria fechar a cortina, ás vezes. ─ Minha boca formou um verdadeiro "O".   ─ Seu desgraçado! Saía, saía! – Comecei a bater nele e então foi a deixa dele me ver envergonhada.   ─ O meu irmão nunca ficaria com bebês como você. ─ Fechei a minha cortina revoltada e me joguei na cama.  Arranquei um doritos de baixo da minha cama, junto com um pacote de Pringles e comecei a comer. Joey Garcia, o vizinho mais insuportável de todos os tempos, acha que manda em mim, só porque praticamente me viu nascer. Qual é ? Ele só tem vinte anos e eu dezesseis, não somos muitos anos de diferença. – Coitado. – Olhei para o relógio, os meus olhos se arregalaram. Eu tenho que me arrumar. Limpei o meu choro e peguei a primeira roupa que vi no guarda roupa. Uma calça de moletom, uma regata e minha mochila. Eu estou nem ai, o único cara que eu quero está fazendo faculdade, então ele não ia me ver. O meu cabelo estava desarrumado, nem penteei, quem liga? Desci as escadas rapidamente, quase caindo e batendo novamente com o queixo no chão.   ─ Meu deus, o que aconteceu com você? Por que ainda não se trocou? ─ Perguntou mamãe. ─ ─ Mãe, você é a única que não vê que a Charlie nunca se troca? - Comentou o i****a do Hunter. Miguel estava comendo sua comida enquanto mexia no celular eu abri um sorriso diabólico e fui até ele arrancando o celular de sua mão. ─ Charlie, devolve! - Diz ele pulando em cima da mesa para arrancar o celular da minha mão, mas só fez com que ele caísse do outro lado. – Arregalei os olhos. ─ Olha, parece que o Miguel está ganhando nudez das piranhas da faculdade dele.   ─ O quê?    ─ Grita ela jogando o waffles para cima e arrancando o celular da minha mão. ─ Meu deus Miguel!  ─ Mãe foi ela quem...  ─ Nossa, até que ela tem um corpo bonito.  ─ O quê? - Perguntou ele. Miguel vem em minha direção e eu saí correndo.   ─ Tchau, não quero tomar café estou atrasada. ─ Em seguida saí correndo enquanto Miguel vinha atrás de mim, Hunter só soube rir da situação e o meu pai ficou lendo o jornal como se fosse a coisa mais normal do mundo. Essa casa não é normal.   ─ Você vai ver o que irá acontecer quando voltar da escola, nanica. – Ele gritou, porém eu já estava longe dele. Graças a Deus.   ─ Boa faculdade, maninho. ─ Respondi no meio da estrada.  Chegando à escola a primeira coisa que me aconteceu foi o i****a do porteiro não me deixar entrar, mas ai, eu dei 40 pratas pra ele e ele deixou, porem não adiantou muito, pois parei na diretoria, e acabei levando uma detenção, e claro falei m*l a diretora, e depois levei castigo novamente.   ─ Bom, hoje receberemos uma visita muito especial. – Ouvi o meu professor falar, assim que entrei pela porta da classe. Me sentei em minha carteira e comecei a fazer alguns rabiscos. ─ A turma da faculdade Stanfourd University vai vir dar dicas para vocês sobre como é... De repente tudo parou. Espera a universidade... Essa universidade é da do Calvin! Ai meu deus. E agora e agora? Por Deus como eu sou tão azarada? 
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