HT Narrando O quarto tava num silêncio tão calmo que dava pra ouvir os segundos do relógio pendurado na parede. Tic-tac, tic-tac. Era agoniante, mas eu já tinha me acostumado com isso. Só que hoje, o clima tava estranho. Eu, Karine, o Benjamin ali, deitado, preso nesse sono que não acaba. Meu filho. Minha cria. Só um fio de esperança segurava a gente. E, por mais marrento que eu seja, ver meu herdeiro assim... mano, corta o coração. Karine sentada do lado dele, segurando a mão de um lado e a Hanna do outro . Os olhos delas, vermelhos de tanto chorar, mas com aquele brilho de mãe que nunca apaga, e a pequena Hanna que sempre foi o brilho dos olhos do Benjamin. Eu, encostado na parede, só observando. Sou um cara cheio de recursos, inteligente pra caramba, mas tem coisa que nem toda a genia

