📓 NARRADO POR LÍVIA Chegamos em casa quando o sol já começava a esquentar as telhas. O caminho de volta foi silencioso, mas leve. Pedro nos deixou no portão, e Dona Inês foi logo avisando, ajeitando a bolsa no ombro: — “Vou passar lá em casa rapidinho, ver minhas plantas e pegar umas coisas. Mas antes do meio-dia tô de volta, que vou fazer o almoço. Hoje tu não bota a mão em panela, ouviu?” Assenti com um sorriso pequeno, ainda embalada pelo som do coração do Miguel que ecoava dentro de mim. — “Tá bom, Dona Inês… obrigada.” Ela me olhou por cima dos óculos, aquele olhar firme mas cheio de carinho. — “Obrigada nada, menina. Isso aqui é família. Agora vai descansar.” Subi pro quarto com o corpo cansado, mas a alma diferente. Larguei a bolsa na cadeira e fui direto pro banho. A água mo

