✍️ Narrado por Rey
A subida do asfalto pro morro parecia mais longa que de costume. O carro gemia na ladeira, eu com cigarro queimando no canto da boca e Pardal quieto demais no banco do carona, ainda branco de susto.
Quando dobramos a curva final, os vapores já tavam no QG, fuzil pendurado, rádio chiando, olhar atento. Um deles correu até o carro, abriu espaço e falou rápido:
— “Patrão, a gente tava esperando o senhor. E a carga? O caminhão já encostou, só falta a palavra pra liberar.”
Parei o carro de frente pro barraco, puxei a Glock da cintura e desci sem pressa. A fumaça do Marlboro subiu junto comigo. Os moleques abriram passagem, respeito no olhar.
Pardal vinha atrás, meio mancando, ainda ressabiado da queda. Foi abrir a boca, empolgado:
— “Ô, patrão, conta pra eles o que a vé
