capítulo 115

1112 Words

📓 NARRADO POR REY O morro nunca dorme, mas naquela noite parecia respirar mais fundo, como se estivesse se preparando pra algo maior. O Cruzeiro tava em ebulição: fogueteiro avisando entrada de carga, rádio chiando em todas as bocas, cachorro latindo como sirene natural. Subi a viela devagar, a corrente batendo no peito a cada passo. Quem me via, abaixava o olhar. Quem ousava encarar, recebia de volta só o peso da certeza: eu mando aqui. Quando empurrei a porta do QG, o ar veio pesado, misturado com fumaça de cigarro e cheiro de suor. A mesa carregada de papel, garrafas encostadas no canto, rádio solto cuspindo ordens e respostas. E o Pardal, largado numa cadeira, camisa aberta mostrando as faixas sujas de sangue seco. Parecia que tinha tomado o inferno e ainda tava rindo de volta. Ele

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD