Manu Narrando Larguei o prato na mesa no impulso, com metade da boca ainda cheia de arroz e purê. Limpei a mão na bermuda e gritei: — Pai, abre o portão, por favor! É o pessoal do laboratório! Ele soltou um resmungo qualquer, se levantando devagar, com aquela tranquilidade de quem já viveu guerra e não se abala com vacina de bebê. A pistola tava ali, encaixada na cintura da bermuda de moletom, como se fosse parte do corpo dele. Saiu caminhando até a porta da frente com aquele andar firme de homem que mete respeito até no silêncio. Corri pra pia. Lavei as mãos igual enfermeira no plantão, esfregando até o antebraço, e sequei com pano de prato no impulso. Já fui direto pra sala. O Cauã tava ali no bercinho portátil, dormindo igual anjinho, mas eu sabia que a paz dele ia durar pouco. Vac

