MANUELLE NARRANDO Eu fiquei no posto até tarde. Muito mais do que devia, pra ser sincera. Mas como é que eu ia embora, me deitar tranquila, sabendo que o Lucas ainda não tinha acordado? Nem pensar. A Bruna tava agarrada na mão dele o tempo todo. Me partiu o coração ver aquela cena. Minha mãe do outro lado, com os olhos vermelhos, e meu pai calado no canto, do jeito que ele fica quando o mundo dele tá desmoronando por dentro. E eu ali… médica e irmã. Uma mistura de função e sentimento que me deixava inquieta por dentro. Lucas perdeu muito sangue. Tá fraco. E, por mais que os médicos tenham dito que a cirurgia foi um sucesso, eu sei como funciona. O pós-operatório é o que assusta. O corpo reagindo, se reconstruindo, às vezes sem força, às vezes no limite. Eu via aquilo todos os dias nos p

