MARCOS NARRANDO (COROA)
A p***a do isqueiro não acendia. Minha mão tremia tanto de raiva que eu quase quebrei o plástico na primeira tentativa. Quando finalmente a chama pegou, puxei o cigarro com força, a fumaça rasgando minha garganta igual o ódio que tava queimando por dentro.
A varanda tava escura, só a luz da rua lá embaixo batendo de longe. E eu ali, de cueca e camisa, com a cabeça fervendo, fumando feito um condenado, tentando entender que c*****o tava acontecendo dentro da minha própria casa.
Vivian entrou no quarto devagar, como quem pisa em ovos. Fechou a porta com cuidado, mas eu nem olhei. Só continuei lá, parado, apoiado na grade da varanda, o cigarro queimando entre os dedos.
— O Caio pegou a chave do casarão… — ela disse baixo, quase num sussurro. — Falou que ia embora p
