MILENA NARRANDO — Meu Deus… meu Deus… eu não acredito que isso tá acontecendo… — murmurei, andando de um lado pro outro dentro do quarto. A mão na barriga, o coração acelerado, o sangue fervendo. — Ela voltou. Aquela vaca voltou. Me sentei na beira da cama com o peito arfando. Minhas mãos tremiam e meu olho não desgrudava do vazio. — Eu pensei que ela ia refazer a vida dela… que ia seguir em frente, que ia ficar rica em São Paulo, médica, sei lá… — cuspi as palavras com raiva, apertando a coxa. — Mas ela volta… GRÁVIDA, mano. GRÁVIDA?! Minha mãe entrou no quarto devagar, com um copo d’água na mão. — Bebe isso, Milena. Tá se alterando demais. — Alterando? Alterando?! Eu tô à beira de um surto, mãe! — gritei, empurrando o copo. — O Caio já não me dá moral nenhuma. Já me trata como se e

