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Milena narrando Eu tava ali, largada naquela maca fria do posto, com o corpo todo moído, os pontos ardendo e a cabeça a mil. A enfermeira tinha saído há uns minutos e o silêncio naquele quarto era sufocante. Só o barulhinho do respirador ligado e o piado do monitor enchendo o ambiente. Peguei o celular do lado do travesseiro, com a mão meio trêmula ainda. Desbloqueei e fui direto no contato dele. Rato. O nome dele piscando ali me causava um troço estranho no peito. Uma mistura de raiva com desespero. Mas eu sabia que não dava mais pra empurrar com a barriga. O tempo do teatro tinha acabado. Abri a conversa e mandei logo. — A gente precisa conversar. Fiquei encarando a tela. Coração batendo forte. — A menina nasceu. Mais uns segundos. — Ela é tua cara. Eu não tenho como fingir iss

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