04 - UM SOBREVIVENTE

1724 Words
|D A V I D N O L A N| Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. — Ele tem lesões no quadril e joelho. Estamos tratando uma insolação de grau grave. As cicatrizes somam uma parte de 40% de toda a pele do corpo e são de muitas origens: Cortes, garras, corais, e eu ouso até arriscar tentativas de suicídio. Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. — Ele amarrou uma espécie de galho de árvore como apoio para o quadril e joelho da perna esquerda enquanto estava lá, mas acredito que as sessões de fisioterapia vão ajudá-lo a recuperar até 90% da mobilidade. Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. — Também passou com a psicóloga cognitivo comportamental antes de qualquer contato com a família. Desde que ele chegou, tem repetido apenas a mesma frase. A psiquiatra também receitou uma medicação. Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. — Ele tem tido alguns súbitos de agressividade. Nós o amarramos na cama para não comprometer a recente cirurgia e ele não tem reagido bem ao contato humano. A última vez que estive lá dentro, ele estava dormindo após ter passado m*l com a comida do hospital. A nutricionista recomendou a dieta que ele adotou na ilha. Frutas, peixes e água de coco. É importante que a dieta dele seja alterada da forma mais lenta possível. Ele chegou aqui com um quadro de desidratação muito grave. Acreditamos que talvez tenha ficado dias à deriva debaixo do sol antes de ser encontrado. Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. — Será normal ele não se reconhecer, então é importante que você use palavras de afirmações sobre quem ele era. É inegável dizer que David Nolan fez o impossível acontecer, que era sobreviver durante cinco anos sozinho em uma ilha, mas não posso mentir e dizer que inserir ele novamente em uma vida social será fácil, porque não vai. Recomendo que as interações sociais dele sejam extremamente limitadas e que todas as mudanças sejam apresentadas a ele lentamente, ou ele pode entrar em estado de negação e depressão. Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. Meus olhos se abrem e encaram o teto branco quando a conversa que estou escutando vir detrás da porta acaba. Depois de muito tempo, ouço vozes que não são as da minha cabeça. Depois de muito tempo, as vozes da minha cabeça se calam. Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. Elas voltam. Estou delirando. Tenho certeza disso. Não é a primeira vez que sonho que fui resgatado, nem a primeira vez que sonho com uma realidade onde não sinto dores no joelho ou no quadril. Nunca é a primeira vez. — Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy. — David? Ouço meu nome ser chamado por uma voz feminina e meu corpo reage num súbito. Procuro a dona da voz, mas quando a encontro, ela foi parar do outro lado do quarto. Com medo. Noto que meus braços e pernas estão amarrados. Vejo um homem vestido de branco me analisando, como se eu fosse um bicho prestes a atacá-lo. Me debato. Grito como um animal que foi capturado. Escuto outra voz que não é a minha. — David! — ouço meu nome novamente. — Está tudo bem, você foi resgatado se lembra? Você está no hospital especializado de Long Island. Era onde você morava, em Long Island, consegue se lembrar? — a voz masculina diz enquanto me debato, tentando me soltar a todo custo. — Eu fui resgatado — repito. — Está tudo bem — Digo para mim mesmo. — Você se lembra da Ava? Você se lembra da sua mãe? Ela veio te visitar. Abro os olhos e sinto um toque cauteloso na minha pele. Olho para o lado, para a mão enrugada por cima da minha, em seguida, encaro seu rosto. A mulher de pouco mais de cinquenta e cinco anos, está perto mais uma vez e seu rosto está molhado pelas lágrimas que escorrem através dos seus olhos azuis. Eles permanecem da mesma cor que eu me lembrava. Nessa hora, me dou conta que tinha me esquecido de como era a voz da minha mãe. Eu costumava sonhar com ela, mas com o tempo, todos os sonhos foram resumidos à escuridão. — Eu sou a Ava. Sou a… — ela começa a falar, mas sua voz embargada vacila e Ava me abraça aos prantos. — Soltem o meu filho, pelo amor de Deus! Olho ao meu redor. Pela primeira vez desde que me encontro aqui, consigo prestar atenção no cheiro de produtos de desinfecção de hospital. — Eu estou no hospital de Long Island. Estou vivo. — Sim, querido. Você está aqui — ela confirma acariciando meu rosto. Os flashes invadem a minha mente como relâmpagos que duram segundos. Eu construí uma jangada. Foi a maior de todas as tentativas que já tinha feito naqueles cinco anos. A verdade é que, eu não tinha a intenção de ser encontrado. Já tinha perdido as esperanças, estava ficando sem recursos na ilha e se fosse para morrer, queria ao menos tentar uma última vez. Levei dias para construir uma boa estrutura, reuni os últimos recursos que tinha para me hidratar e comer, e me lancei no mar. Foi um bom começo. Eu estava bem equipado com remos, a jangada tinha troncos grossos e estava bem amarrada. Comecei a ficar otimista, mas minha reserva de alimentos não era nada grande, então me apeguei a remar o quanto eu conseguisse. Quando eu me cansava, deixava que a corrente do mar, me levasse para onde ela quisesse, até a ilha desaparecer e eu estar em completo alto mar. Quando os primeiros sinais no céu, anunciaram a primeira tempestade que eu iria enfrentar, me amarrei na jangada para não ser lançado para longe dela pelas ondas e poupei o máximo de energia que eu tinha até realmente, precisar usar os remos. Foi só quando o mar começou a ficar agitado que percebi que eu não teria nenhuma chance. Ali era o meu fim. Tentei manter a jangada alinhada e remar na mesma direção do vento, mas quanto uma onda despencou sobre mim, eu apaguei. E acordei ouvindo gritos dizendo: — Homem ao mar! Lançar botes! Eu abri os olhos, e estava amarrado em alguns dos troncos que restaram da jangada. Não sabia quanto tempo havia passado desacordado, só sabia que à minha frente, havia um imenso navio cargueiro e alguns homens acenando para mim, mas eu m*l tinha forças para dar um sinal de que estava vivo. Estava esgotado, não tinha forças nem para levantar os braços e minha pele queimava como brasa no sol escaldante que fazia. Quando dois deles desceram em um bote para subir comigo, um deles jogou um cantil com água fresca nos meus lábios e tentou me reanimar fazendo algumas perguntas, mas eu só repetia uma frase: “Meu nome é David Nolan, eu tenho vinte e nove anos, minha mãe se chama Ava, o nome do meu pai é Marcius, eu tenho uma irmã chamada Gwen e a minha namorada se chama Cassidy.” — Vai demorar um pouco até que ele volte a associar o que é a realidade e o que não é, por isso, o mais indicado, é que nós não o pressionemos a falar nada sobre o que ele passou. — Mais uma vez ouço o médico dando as orientações para Ava e abro os olhos, analisando novamente o ambiente hospital. Pela primeira vez em cinco anos eu realmente me sinto vivo e se nada disso foi um sonho, quer dizer que ver Cassidy sendo consolada nos braços de outro homem, também foi real.
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