Nova chance ao Amor

CAPITULO 2 - Gato e pés em coma

Cheguei na festa, que já estava cheia de pessoas bem vestidas, e as que eu já vi passar por mim são muito importantes.

Fotógrafos por toda parte e garçons com bandejas fartas andando por todo lado. A festa era na casa dela, quer dizer, mansão dela. Entrei na festa que estava acontecendo na sala, cheia por todos os lados, e com dificuldade a vi em um canto da parede, conversando com uma mulher.

- Jheny! - Surpreendi ela com um abraço bem forte.

- Você veio! - Sorriu - Achei que não viesse mais por causa da visita indesejável. - Piscou.

- Há, esse ai foi embora rápido, e não deixaria de vir no aniversário da minha amiga por isso!

- Então, gostou da decoração? - Perguntou bem entusiasmada ao olhar pelo local com seu sorriso no rosto.

- Adorei! Foi você que escolheu tudo?

- Sim fui eu... - Ela pareceu olhar para alguém - Grace, se importa se eu for ali um minutinho? Meus convidados estão chegando e tenho que comprimenta-los

- Não, pode ir flor. - Sorriu e foi de encontro as pessoas que chegavam.

Depois de algumas taças de vinho e cumprimentando algumas pessoas que reconheci, fui para o Jardim tomar um pouco de ar e ficar longe de Fiorella, uma garota mimada que sempre arruma confusão para o meu lado desde quando eu era pequena.

Ela era o meu braço direito,só que podre. Andava com ela pra todo lugar, mas ai começei a descobrir as milhões de faces que tinha.

Me sentei em um banquinho todo enfeitado de flores ao seu redor e um poste todo florido ao lado também. Respirei o ar puro com força e tentei deixar os meus pés confortáveis, sem parecer uma desajeitada, pois o salto estava me matando!

- Grace? - Uma voz fina que eu conhecia muito bem - Grace! Quanto tempo amiga! - Era a Fiorella. Ótimo, amiga!

- Fiorella! - Dei um sorrisinho para não fazer desgosto.

- O que está fazendo aqui sozinha? Vamos, vou te apresentar alguns amigos meus. - ela me levantou puxando meu braço e me arrastando para algum lugar.

- N-não, eu estou ótima aqui. Pelo menos antes de você aparecer!

- Que vestido lindo! -- ela ignorou totalmente o que falei. - Sempre foi boa com roupas. Ali estão eles.

Apontou para um grupinho dentro da mansão. De longe eu não reconheçi ninguém.

- Gente, essa é Grace, minha amiga do coração! - Ela deu um sorriso de orelha a orelha. Você tem coração?

- Grace, George, George, Grace. -m- Ela me apresentou a ele. Um homem alto e bem bonito por sinal usando Um terno.

- Essa é Karla. - Ela disse e a cumprimentei com um abraço.

- E por fim, Rodrigo - Meus olhos foram de Karla a ele, e pararam totalmente.

Que. Homem!

Ele está de blazer escuro e uma blusa de mangas dobradas com as mãos no bolso, deixando seu charme a mostra. Cabelo é bem bagunçado, mas bonito, e seus olhos verdes... que não paravam de me encarar com um sorriso de canto. Ele é tipo o capitão América depois do experimento!

- Oi. - Ele falou e logo um arrepio tomou minha nuca com sua voz rouca e máscula.

Assenti com um sorriso e ficamos nos olhando em silêncio.

- Ér... - Fiorella olhou pra mim e para ele várias vezes e depois foi para o seu lado, entrelaçando seus braços. Não pode ser.

- Ele é meu acompanhante. - Ela disse confiante.

- Estão namorando? -- Perguntei sem expressar o quanto estou surpresa.

- Não! - Rodrigo respondeu de imediato, e logo os olhos de Fiorella o fuzilaram - Sou SÓ, o acompanhante. -- Ele riu. E eu também. Fiorella por outro lado, apenas me olhou com os olhos fendados e sorriu.

- Ela está procurando um noivo bem rico para se casar... - Ela falou com um sorriso cínico. Vaca problemática. Já começou com a discórdia! Rodrigo e os outros me olharam com surpresa.

- Você não está tão atualizada assim, não é? Os meus pais estão procurando um noivo sim, mas eu estou aqui na minha, e se eu não quiser me casar, não caso. Tenho direitos igual a todos. -- pisquei e vi Rodrigo segurar o riso ao ver a cara dela. Essa garota é insuportável! Não basta ter a fama de interesseira que tem, e ainda quer falar m*l dos outros como se fosse melhor!

Uma musica começou a tocar de dentro da mansão, devia ser a hora da dança, mas como eu sou experiente em machucar muito os pés dos meus parceiros de dança, fico sentada vendo todos dançarem e sem correr o risco de causar sérias lesões em ninguém. Não quero ser conhecida por "pés de chumbo".

- Vamos dançar meu companheiro? - Ela me lançou um olhar debochado e se virou para Rodrigo, segurando seu braço e quase se jogando em cima dele - Está na hora da dança romantica. Eu e você, não é mesmo?

- Não estou afim de dançar. - Ele disse me olhando. - Acho que vou ficar aqui fora um pouco, olhando a beleza do jardim e respirando um pouco esse ar

- Como assim? Não vai dançar comigo? Mas você é meu parceiro Rodrigo!

- Acho que você arruma o parceiro que quiser e quando quiser - Ele falou a ela - Ou estou enganado?

Fiorella o encarou antônita e  simplesmente virou as costas para ele, me fuzilou com o olhar e saindo a passos firmes e nos deixando sozinhos.

- Acho que é melhor você dançar com ela. - Sorri. - Ela vai ficar bastante irritada se não for. Conheço a peça.

- Já é irritada de natureza. E acho que prefiro dançar com você.

- Se você quiser o bem dos seus pezinhos, é melhor não! - Ele gargalhou.

- Meus pezinhos disseram que não se importariam em ser pisados por você. - Ok, fiquei vermelha. Ele me olhava mantendo seu sorriso no rosto e estendeu a mão. Seu rosto passa informações de um homem risonho e carismático, mas mesmo assim, não posso.

- Olha, não que eu não queira, mas não é uma boa ideia já que você disse que não iria dançar com Fiorella...

- Vai me negar uma dança? -  Perguntou sério. Ele não estava pra brincadeiras - Não quis dançar com ela porque fiquei para falar com você.

Esse jeito que me olhou sério, me deixou sem reação. Como posso negar isso? Uma simples dança... É melhor não falar nada, vai que ele me ache chata?

- Assentiu, então você quer. -- Ele pegou em meu braço me puxando para o centro do salão. Ótimo, vergonha em público, tudo o que eu queria.

- Não é uma boa ideia, é melhor parar antes que aconteça uma tragédia! -Ele riu. - É sério Rodrigo, não estou brincando. --Falei tentando de todas as maneiras me soltar de seus braços.

- Não falei que estava de brincadeira -- Ele me olhou sério -- Ri de como você fica bonita desesperada.

Olhei ao redor. Já estava no meio das pessoas, prontas para começar a dançar, e eu aqui sem saber o que fazer. Uma musica começou a tocar, e meu coração parou de bater. Vou causar uma ótima boa impressão!

Ele enlaçou os braços ao redor da minha cintura e disse que eu devia colocar os meus em sua nuca. Só obedeci. Um breve arrepio causou uma vibração estranha em meu corpo, a reação ao seu toque.

A música começou lenta e até agora não aconteceu nenhum desastre, a não ser a sensação que estou sentindo ao olhar em seus olhos verdes bem fixos aos meus. Ai Grace, até parece que nunca viu um homem bonito na vida!

Quando penso que está tudo indo bem, lá vai o primeiro de muitos pisões.

- Me desculpa - Falei e ele sorriu.

A medida que a musica acelerava, o ritmo das pisadas aumentavam, e pude ver que ele escondia a dor que estava sentindo.

- Falei que não sabia dançar. Eu avisei!

- Você dança bem, só está nervosa de ter esse homem em sua frente, é normal essa efeito nas mulheres.

- Como é? Até parece! -- Ri sem humor - A única coisa que sei de você é o seu nome, acha que ficaria caidinha só porque é bonitão? Não sou desse tipo, mas você é acostumado com elas, eu entendo - vi sua expressão ficar mais séria que o normal e depois parou de dançar. Justo no meio de todos dançando?

- Ei? Voce entendeu errado, não quis falar isso.

- Estão olhando... -- falei envergonhada. Ele parou de me encarar e olhou para os lados. Sim, aglumas estavam nos observando. Ele deu um sorrido sem graça para as pessoas e me puxou para fora, necessariamente ao jardim de onde eu nunca devia ter saido.

- Eu falei brincando está bem? Você que tem um gênio forte e entendeu tudo errado. - Se sentou no banco. Sim, talvez eu tenha um gênio forte, mas ainda sim, não explica.

- Olha, posso ser sincero com você?- Perguntou sorrindo.

- Deve. - respondi e sentei ao seu lado.

- Meus pés estão em coma! 

Gargalhei alto, já que não conseguia rir de maneira diferente, e ele também acompanhou com uma risada gostosa.

- Eu avisei a você, não ouviu porque não quis - ele concordou - Porque será que ninguém acredita?

- Eu achava que era mentira né? Você tem cara de pé de valsa e confesso que fiquei interessado em você. Se não estivesse procurando um noivo, talvez te convidaria para jantar algum dia, quem sabe.

- Eu não estou procurando um noivo! Pra falar a verdade, eu nem me imagino casando. Meus pais estão com essa ideia maluca de me casar logo porque vai ser ótimo para os negócios.

- Entendo.

Um silêncio se formou entre nós e eu só conseguia pensar que conclusões precipitadas Jhenifer estava tirando, nos olhando de longe. Vi Fiorella nos olhando também, mas ela já estava abraçada com outra pessoa. Garota rápida!

- O que você faz da vida? - Ele me perguntou de repente.

- Ah, eu... Na verdade, não faço nada. Mas quero arrumar um emprego logo para sair de casa. E você?

- Bom, estou aprendendo aos poucos a cuidar da empresa do meu pai, mas pra falar a verdade, eu não quero isso. - Deixei que ele continuasse. 

- Mas eu não sei o que eu quero, então essa é a única opção até agora. - Abriu um sorriso pensativo.

- Do que você gosta? - Perguntei curiosa. Se ele não quer trabalhar na empresa, tem que fazer algo que goste.

- Promete que não vai rir? - Perguntou se apoiando nos joelhos.

- Prometo!

- Gosto de desenhar. - Ele falou e logo se encolheu. - É a coisa que eu mais gosto na vida.

- Sério? Eu acho legal. Isso é um dom... Mas eu preciso ver um desenho seu para tirar conclusões... Vai que você desenha apenas aquelas pessoas em pausinhos!

- Pausinhos? - Ele sorriu negando com a cabeça - Vou fazer um desenho seu então, e vou entregar na proxima vez que a gente se encontrar. - Falou se levantando.

- Você não vai lembrar meu rosto! -- sorri divertida. 

- Lembraria do seu rosto com apenas um olhar. - sorriu - tenho que ir, até mais Grace.

- Até mais Rodrigo. - Falei, mas tenho quase certeza que nunca o veria novamente.