Capítulo 2

1407 Words
Dentro de um dos melhores escritórios de advocacia de Nova York Daphne e Henry trocavam olhares mas não trocavam uma palavra sequer -Acabou de chegar - a advogada de Daphne fitava o computador olhando o contrato pré nupcial dos dois -O que foi ? -Nada.. nada tão sério que não possa ser resolvido - ela gaguejava -Diga logo - o outro advogado a pressionou -Vocês não podem se separar -O que ? - os dois repetiram em um único som chamando atenção de quem passava por aquela sala de paredes de vidro -Me diga agora qual é o problema - Daphne estava pronta para m***r a mulher e henry se mantinha quieto esperando a notícia -Vocês deviam ter me dito que tinham colocado no contrato um prazo para separação - a mulher afirmou encarando os dois que não sabiam o que responder Nem sabia do que ela estava falando -Prazo ? - Henry indagou preocupado -Mínimo de cinco anos para o divórcio - ela ainda fitava o computador - a não ser que a senhora Walton queira abrir mão de sua parte na TecWalton Company Daphne não teve reação e Henry teve que rir das palavras da advogada, tudo que ela tinha planejado estava indo para o buraco -Você fez isso - ela apontou para o marido o acusando do maldito prazo - que me acorrentar a você -Não diga isso querida, estou tão surpreso quanto você - ele sorriu adorando a situação -Ainda quer seguir com o processo de divórcio senhora ? - o silêncio da sala esperando por uma resposta da mulher foi quase uma tortura -Não..- ela falou baixo fitando o rosto do marido que não tinha nenhuma reação -Ótimo, me procure daqui três anos - a advogada sorriu - sejam feliz e não se matem Henry viu a mulher sair pisando fundo daquele escritório e a seguiu até a entrada do prédio -O que vamos fazer agora ? -Nós ? primeiro vou me auto deserdar da família que um dia chamei de "minha" e depois eu vou garantir que fique bem longe de mim Henry Walton - a voz dela era quase uma ordem -Espera... - ele riu - seus pais colocaram essa cláusula no contrato ? -Está surpreso por não ser tão b****a ? parabéns você está no top 2 da minha lista n***a Ela estava furiosa, sem pedir licença Henry entrou no mesmo carro que ela, pegariam um jato até Boston. Ele presenciaria a morte dos sogros pela única filha que tinham, seria prazeroso ver o velho Bruce enfrentar a fúria da sua garotinha Se sentaram em pontos extremos do jato, seriam as três horas mais longas que enfrentariam juntos no mesmo ambiente Ele viu ela abrindo um livro da sua autora favorita, sempre carregava livros na bolsa, como se não quisesse ficar entediada nos lugares que andava. Ele admirava isso nela afinal ele odiava ler e o único hábito que mantinha era o de gritar em reuniões e de escutar podcasts Seu ponto fraco era a leitura, totalmente o oposto dela. Henry admirava Daphne pelo que ela realmente era e não pelo que ela mostrava ser através do seu feed do i********:, agradeceu por não tê-la conhecido por redes sociais, caso contrário nunca teria se casado com ela Ela era fútil e "Barbie" através daquele feed, como se tentasse se encaixar nos padrões da elite de Nova York, e ele odiava isso Preferia a Daphne inteligente que se formou em literatura americana contra a vontade dos pais e que planeja suas viagens de acordo com os cenários dos livros que lê. ela sim é genial e a mulher que ela admira Claro que todos tem seus defeitos, os dela era comprar demais. Sorriu lembrando a visão do closet da esposa, cheio de marcas, bolsas e sapatos dos quais ela nem usava tanto assim mas tinha prazer em tê-los para ela Sorriu mais uma vez se lembrando da vez que a presenteou com uma bolsa da sua marca favorita e ela ficou sem graça por já ter comprado a bolsa antes dele "b****a, você nem repara nela " ele se culpou Chegaram em Boston quase no final da tarde, no hangar já havia um carro esperando pelos dois, coisa de que daphne estava acostumada desde criança já henry teve o primeiro motorista aos vinte e dois anos depois de ter conquistado seu primeiro milhão - Senhor e Senhora Walton - o motorista cumprimentou os dois e seguiram em direção a mansão onde os pais dela se escondiam já que raramente apareciam publicamente Daphne adentrou a casa dos pais como um furacão sem pedir licença e os encontrou no jardim desfrutando de um Brunch a tarde na beira da piscina -Querida, que surpresa maravilhosa - Greta sua mãe se levantou pronta para abraçar a filha mas ela correu na direção de Bruce seu pai -Foi ideia sua - ela acusou - o que te faz pensar que pode controlar minha vida e dizer com quem quero ficar ? - ela falava alto e Henry estava parado atrás dela como uma estátua -Então quer dizer que iam se separar mas se não fosse pela minha esperteza vocês não estariam aqui juntos como um casal feliz que desejei que fosse -O que ? - sua mãe estava em choque pela notícia que o marido deu sem rodeios, ele já sabia do que se tratava -Não pode fazer isso comigo - mais uma vez ela acusou o pai -E você não pode se separar sempre que algo no seu casamento der errado Daphne - dessa vez ele falou mais alto que a filha a deixando em silêncio - está na hora de me escutar Ela permaneceu parada ao lado de Henry que desejou sumir daquela situação -Antes de se casar com Henry eu quis garantir que tivesse um casamento duradouro de no mínimo cinco anos - ele se sentou e deu um gole no copo de suco - eu quis que lutasse pelas suas coisas antes de desistir fácil, porque você é assim, não luta por nada e quando não consegue entrega de bandeja e desiste Eles continuavam ouvindo -Por anos.. aliás até hoje eu escuto como você é mimada e acomodada, escuto a forma como você se esconde atrás do Henry e escutei seu plano de tirar tudo dele e garantir sua vida perfeita por mais alguns anos com essa fortuna mas escute só, você não vai fazer isso querida. Eu te amo demais para deixar que seja inútil dessa forma, quero que seja brilhante e não que se esconda da luz -Querido... chega - Greta quis acabar com o discurso do marido - ela já entendeu -Ainda não acabei.. você precisou que eu, seu pai colocasse uma cláusula no seu contrato pré nupcial para evitar o divórcio de um casamento que não existe. Lute por isso querida - ele suspirou vendo as lágrimas no rosto da filha - e você Henry não estrague tudo com meu maior tesouro Antes que ele pudesse finalizar Daphne saiu daquela casa em direção ao hangar sem se despedir dos pais, estava estava chateada demais para isso, o pai tinha jogado um balde de água fria sobre ela e agora ela não sabia o que fazer Tinha visto Henry a primeira vez na capa da Forbes, a segunda em uma festa particular da elite e a terceira tinha fisgado ele. Na quarta ele e seu pai tinham um acordo milionário, tudo tão rápido e sem sentido e assim se casaram Como se o casamento fosse uma coisa boba que fazemos quando der na telha. Ela foi ambiciosa, interesseira e imatura admitiu, viu do outro lado do jato Henry com seu fones olhando pela janela Sorriu lembrando da lua de mel em que ela o fez de i****a fugindo de Paris sem ele, e sorriu ao lembrar do toque gentil dele por cada parte do seu corpo Coisa que ela não sentia a muito tempo, ela se castigava por gostar daquele toque e muitas vezes desejou que ele não sentisse nada por ela e quisesse manter um casamento de fachada onde ela não precisasse mostrar que estava apaixonada mesmo estando Se castigou mais uma vez ao admitir isso olhando para ele. Ela não o merecia, apesar de tudo ele tinha sido bom, tinha sido presente e por muitas vezes tentado fazer dar certo mas ela só via o dinheiro e o que conseguiria se livrando do gênio da tecnologia
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