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Seguindo as Estrelas

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Blurb

E se tudo o que o seu horóscopo previsse começasse a acontecer na vida real?

Laura Reis não consegue fazer nada direito. Toma decisões erradas atrás uma da outra, não consegue parar em uma faculdade ou escolher um homem que vale a pena. Ela é uma cética em relação à astrologia, mas quando sua melhor amiga lê a previsão do signo para ela e curiosamente tudo o horóscopo disse realmente acontece, Laura decide ditar o rumo da sua vida através do comando das estrelas. Ela entra em um curso que gosta, consegue sua independência financeira e até mesmo um namorado perfeito.

Porém quando o inferno astral chega e as coisas começam a ruir, Laura se divide entre voltar a tomar suas próprias decisões ou continuar fazendo o que o horóscopo manda.

Será que ela deve seguir seu coração ou continuar seguindo as estrelas?

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Capítulo Um
Ora (direis) ouvir estrelas Certo que perdestes o senso Soneto XIII Via láctea Olavo Bilac Capítulo Um São Paulo Laura Reis Enquanto espero o sinal vermelho mudar para o verde eu me pego pensando na minha vida acadêmica. Largar o curso de Medicina foi fácil, difícil foi contar para o doutor Marcelo Reis, meu pai. Vinda de uma família que há muitas gerações vem cuidando da saúde das pessoas, foi algo quase natural prestar o vestibular de Medicina. Depois de entrar e passar todo o deslumbramento inicial eu vi que aquilo não era pra mim (até hoje tenho pesadelos com as aulas de anatomia), e mesmo com meu pai dizendo que iria melhorar com o tempo, tudo foi indo ladeira abaixo assim como as minhas notas e acabei abandonando o curso. Isso foi a alguns anos atrás, de lá pra cá eu já tentei Engenharia elétrica (quem consegue se formar nisso?!), Medicina veterinária (gostar de cachorrinhos não significa que você tem talento com animais), Direito (apenas uma palavra: Urgh), Turismo (Como assim o curso não é viajar?) e mais recentemente Psicologia que eu havia desistido há uma semana. Meu pai ainda não sabe que eu larguei outro curso e tenho certeza que dar a noticia vai ser tão r**m como da primeira vez. Ele sempre diz que eu faço isso por que eu estou tentando puni-lo ou chamar atenção. Minha melhor amiga, Lola, diz que eu sou assim porque meu signo é Gêmeos com ascendente em Libra, seja lá o que isso signifique. Como eu não gosto de colocar a culpa das minhas burradas nas posições das estrelas e pelos cinco meses de psicologia que eu estudei sei que eu não estou descontando nenhuma mágoa antiga ou trauma do passado no meu pai, eu só consigo pensar que eu sou realmente um caso perdido. O barulho de uma buzina me faz sair do devaneio e coloco o carro em movimento novamente. Pelo menos uma vez por mês meu pai me obriga a ir almoçar com ele, eu não queria ir hoje, mas como já faltei ao nosso encontro mês passado, ele me intimou a vir ou iria até o meu apartamento me buscar. Apesar de ser domingo as ruas paulistanas estão bem movimentadas, naquela cidade as pessoas pareciam sempre precisar ir a algum lugar, mas como moro no mesmo bairro em que meu pai, depois de alguns minutos chego ao meu destino. — Olá Laurinha — diz seu Zeca assim que eu atravesso o portão da casa onde eu morei até os dezoito anos. O seu Zeca tinha sido empregado do meu avô e até hoje trabalhava para a família, ele mora numa casa nos fundos e assim como a maioria das pessoas só me chama pelo diminutivo.Eu retribuo o cumprimento, estaciono o carro meio torto, mas como há muito espaço ligo e saio do carro para encarar o meu pai. A casa é enorme, a família do meu pai sempre teve boas condições financeiras. Eu me lembro que na época da minha infância eu pensava morar em castelo encantado tamanha era a casa. Se eu encontrasse uma lâmpada mágica só me bastaria um desejo: voltar a ser criança e nunca mais crescer, sinto tanta falta da infância que dói, não havia responsabilidades, cobranças e a única preocupação era não perder o horário do meu desenho animado favorito. Voltar para a casa da minha infância era sempre um prazer e as memórias sempre invadem minha mente quando passo pelo portão. Porém assim que entro pela sala percebo algo diferente. Em cima da lareira, que nós nunca usávamos, ficava um quadro que tinha sido pintado por a minha mãe há alguns anos, mas ele não estava lá agora. Aquilo me deixa intrigada, a obra da minha mãe era a coisa que eu mais amava na vida, era uma pintura realista de mim quando era criança, junto com meu pai e ela e sempre esteve pendurada lá, mesmo depois que minha mãe se foi, então saio em busca do meu pai para exigir uma explicação. Eu encontro ele e a esposa, Beatriz, já postos a mesa e a cara dele não é boa. — Está atrasada — diz ele se levantando e vindo me dar um abraço. Meu pai tinha acabado de completar cinquenta anos e aparentava exatamente a idade que tinha, seu vasto cabelo já ficava ralo em alguns pontos, os tons prateados já o dominavam as têmporas loiras, como ele é médico, sempre cuidou bem da saúde e ainda tinha o corpo em forma. Nós dois não nos parecíamosem nada, eu era praticamente uma cópia da minha mãe, cabelo escuro e liso, pele bronzeada e eu sempre tive muito orgulho de parecer com ela. — Cadê o quadro da lareira? — pergunto quando ele me solta. — Eu estou bem querida, obrigado por perguntar — diz ele revirando os olhos. — Cadê a p***a do quadro, pai? Luíza Reis, minha mãe, sempre adorou pintar e teria sido uma artista renomada se ela tivesse se dedicado, porém essa nunca foi a vontade dela, ela decidiu se voltar para mim e ao meu pai e abdicar de que poderia ter sido uma carreira brilhante. — Eu mudei de lugar, Laurinha — diz Beatriz vindo me cumprimentar com um abraço, porém eu me esquivo — Ele está no antigo ateliê da sua mãe. Nesse momento minha visão fica vermelha, nem tanto pelo quadro e sim por ela ter me chamado de Laurinha, eu odiava quando ela forçava i********e comigo. Minha madrasta era dez anos mais nova do que meu pai, ela era muito bonita, eu tinha que admitir, loira, alta e esbelta, uma beleza clássica, quando meu pai a conheceu ela tinha recém se aposentado das passarelas e voltado para o Brasil. Eles se encontraram pela primeira vez quando ela marcou uma consulta com meu pai, ela vivia dizendo que era a primeira pessoa a sair de um cardiologista com uma imensa taquicardia. No começo nem dei bola, eles viviam em mundos totalmente diferentes e achei que não iria dar em nada, porém já faziam cinco anos que meu pai se casara com Beatriz, e eu até achei que demorou para que ela fizesse aquela mudança, aos poucos ela ia decorando a casa ao modo dela, e foi por isso que eu me mudei e evito vir aqui com frequência, eu quero conservar na minha memória a casa do jeito que minha mãe deixou. Eu nunca gostei muito de Beatriz, mas, a verdade é que eu não gostaria de qualquer outra mulher que se casasse meu pai, então acho que o problema é comigo mesmo. Eu resolvo não fazer muito drama por causa do quadro e tomo meu lugar à mesa, o que eu teria que contar para o meu pai já me traria dor de cabeça suficiente. Beatriz serve a comida que ela preparou, eu tinha que admitir que ela sabia cozinhar muito bem, naquele domingo ela tinha preparado um incrível espaguete que era meu prato favorito, mas nem em um milhão de anos eu admitiria isso pra ela. — Como está o consultório pai? — pergunto. Nós íamos conversando, eu o enchendo de perguntas para prolongar cada vez mais o real motivo de eu ter ido lá. O vovô esta gostando da casa de repouso?E as novidades na área médica? Sua assistente como está? Ele ia respondendo tudo sem se dar conta da minha técnica. Mas quando a sobremesa é servida e minha caixa de perguntas esvazia, ele solta a temível frase: — E como anda a faculdade? Eu hesito por um momento remexendo os morangos com merengue do meu prato. Tirar o band-aid de uma vez ou aos poucos? — Hum, não é bem o que eu pensava na verdade. — Você ainda está no começo, não se preocupe vai melhorar. — Na verdade — digo evitando contato visual com ele — Eu estava pensando em dar um tempo do curso, eu não acho que é isso que realmente quero. Ele joga o guardanapo com força na mesa e se levanta com raiva quase derrubando a cadeira. — É o que é que você quer Laura? — diz ele quase gritando. — Eu ainda não sei — digo me encolhendo na cadeira — Mas eu vou encontrar algo que goste de fazer. — E enquanto isso eu continuo pagando o seu aluguel, carro e cartões de crédito não é mesmo? Quer saber de uma coisa, eu acho que sua mãe estaria decepcionada com você! — Não fala da mamãe! — digo já com raiva me levantando da mesa também — Além do mais você tem obrigação de pagar as minhas contas, eu sou sua filha. — Você é minha filha, mas precisa ter responsabilidade você tem vinte e cinco anos. — Laura querida seu pai está certo —intervém Beatriz —Você não acha que está na hora de arrumar um emprego e se sustentar sozinha? — E quem é você pra falar assim comigo hein? Você não é nada minha! — Você pode não gostar de mim e não me considerar nada sua — Responde Beatriz —Mas não muda o fato que sou a esposa do seu pai e também tenho o direito de opinar pelo menos na parte financeira na qual você se aproveita bastante não é mesmo? Aquilo me enfurece ainda mais, roubar o meu pai de mim tudo bem, mas dar opinião na minha vida nunca. Eu pego a taça de vinho da mesa e jogo no vestido imaculadamente branco de Beatriz e saio correndo dali me sentindo uma vilã de novela mexicana r**m. No meio do caminho eu volto, passo por eles sem nem olhá-los e vou até o cômodo onde minha mãe usava como ateliê. Eu procuro pelo quadro que ficava em cima da lareira e o acho encostado em uma parede, eu tento não olhar muito ao redor, pois as lágrimas já beiram os meus olhos e aquele lugar me traz muitas lembranças de um tempo feliz e que nunca mais irá voltar. Pego rapidamente o quadro e saio pelos fundos para não encontrar ninguém.

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