Helena
Voltei da faculdade com as mãos cerradas nos bolsos do casaco. A cidade inteira parecia zombar de mim com aquele sol pálido de outono e as folhas que giravam aos meus pés. Arturo havia me dispensado com a elegância de um homem que treina discursos diante do espelho. "Você é incrível, mas amo a Emilly." Frio, direto. Como se eu fosse um erro gentil que ele precisava corrigir.
Empurrei a porta do apartamento com força. A chave girou como uma lâmina. Dentro, Cobra estava jogado no sofá, com um cigarro apagado entre os dedos e um copo pela metade de uísque barato equilibrado no joelho.
— Pelo seu olhar, o príncipe virou sapo? — ele provocou, sem tirar os olhos da televisão.
— Ele me largou. — Joguei minha mochila contra a parede. — Disse que ama a Emilly. Disse que sempre amou.
Cob
