Cristian Eu deixei o quarto de memórias da Meg como quem flutua sobre um lago: corpo leve, mente girando em círculos luminosos. O corredor envidraçado da mansão refletia meu sorriso bobo — o mesmo sorriso que eu julgava ter perdido em alguma fusão corporativa anos atrás. Ao chegar ao escritório, o charme do CEO tentou reassumir o controle, mas ainda havia música na minha cabeça: Shiny happy people laughing… Sentei‑me à mesa de nogueira, abri o notebook e comecei a revisar relatórios. Cinco minutos depois percebi que estava digitando o refrão em vez de números. Soltei uma risada — eu, Christian Müller, quarenta e dois anos, o homem que transformou margens de lucro em religião, cantarolava R.E.M. como adolescente apaixonado. A porta se abriu devagar; Arturo, meu assistente, apareceu equil

