Saí do prédio da Helena sentindo o rugido da Harley reverberar no peito. O trajeto inteiro de volta a TriBeCa foi um duelo entre o motor e a minha cabeça repetindo a mesma cena: Érico se gabando do Brunello, pronunciando palavras em italiano como se fosse o guardião da cultura mundial, e Emilly rindo— rindo! — como se aquilo fosse normal.
Quando estacionei, as luzes da casa ainda estavam acesas. Respirei fundo, apaguei o motor e entrei.
Sarah já dormia; ouvi a musiquinha da caixinha de som no quarto dela. Encontrei Emilly na cozinha, colocando garrafas de cerveja vazias em uma caixa de reciclagem.
— Ainda acordada? — perguntei. — A louça ficou pronta só agora. — Ela não olhou para mim. Pegou outra garrafa. — Helena deixou um casaco, mas eu avisei que devolvo depois.
Eu me encostei na b
