Arturo Parei diante da porta de Emilly, coração batendo no mesmo compasso frenético de uma largada dos Vultures. O corredor estava escuro, iluminado apenas por um filete de luz cálida que escapava debaixo da madeira. Parei tão perto que o perfume dela — baunilha com algo cítrico — ainda flutuava no ar, provocando uma espécie de vertigem que começava na garganta e terminava na boca do estômago. Minha mão subiu devagar, dedos trêmulos prestes a tocar a madeira. Bate. O corpo implorava. Eu queria sentir de novo a textura da pele dela colada à minha, ouvir a voz macia murmurando meu nome sem medo. Talvez ela estivesse acordada, esperando, revivendo o mesmo turbilhão que me enlouquecia. Mas a cabeça — lúcida, fria, canalha — sussurrou: Não. Se atravessar essa porta agora, Helena vira mentira

