Emilly
Eu não dormi — eu desfilei, mesmo dentro do meu próprio quarto. Passei a madrugada sentindo o tecido da camisola deslizar pela pele cada vez que me mexia, lembrando o jeito como os olhos de Arturo arderam quando entrei na cozinha. Pela primeira vez na vida, vi o reflexo de uma mulher fatal no espelho e descobri que aquela mulher era eu.
Só existia um porém: ele não bateu na minha porta.
Quando a claridade pálida da manhã atravessou as persianas, a certeza de que Arturo ficara no próprio quarto caiu sobre mim como água fria. Vesti uma calça alfaiatada nude, uma blusa de seda caramelo com um decote discreto — mas suficiente para lembrar que Emilly-mãe também sabe ser Emilly-mulher —, passei um batom vermelho queimado e saí antes de ele acordar. Precisei disso; precisava que ele sen
