Episódio 1
AMANDA
Batendo diretamente no meu rosto, o sol fez com que eu me revirasse na cama, e a intensidade com que me atingia acabou me despertando, então eu levei a mão até a coberta e, tentei cobrir o rosto sem obter muito resultado, então virando o corpo, me deparei com a fria solidão da minha cama.
Era imaginei que tudo seria diferente, mas não era, e quando eu me levantei, descobri que ele já havia saído.
Por que você acha que as coisas poderiam mudar depois de um ano de casado? A minha consciência me lembrou.
A resposta era simples. Era a nossa primeira noite como marido e mulher, e tendo finalmente consumado o nosso casamento, eu pensei que o meu marido me olharia diferente, mas eu estava errada.
Eu me sentei, sentindo uma dor aguda na minha inti*midade. Eu permaneci imóvel por alguns segundos, e quando a dor acalmou, eu sai da cama e fui em direção da porta. Eu saí para o corredor e fui em direção às escadas que levavam ao andar de baixo da mansão.
— Bom dia, senhora, em que posso ajudá -la? A primeira que atravessou o meu caminho foi Geórgia. Ela era babá do Dante, que, vendo que eu estava descendo ao longo da enorme escada, me abordou, provavelmente para questionar o que eu precisava.
Com um meio sorriso, eu fiquei pensativa se deveria ou não perguntar pelo meu marido. E então, decidi que eu poderia fazer isso, eu estava no meu direito, afinal, eu era a sua esposa e, finalmente, depois de tanto sofrimento, finalmente tínhamos nos tornado um só. E consumado o nosso casamento.
— Onde está Dante, Geórgia? Você sabe onde ele está?
A mulher mais velha abaixou o rosto por um milésimo de segundos, e se aproximando de mim. Ela pegou a minha mão antes de dizer.
— Ele saiu... o garoto Dante foi embora, e talvez ele não volte por alguns anos.
Eu franzi a testa por alguns segundos, pensando que tudo poderia ser uma piada de mau gosto, mas percebendo que os olhos da mulher que o viu crescer e que conhecia Dante tão bem, cristalizados, eu sabia que não era uma brincadeira.
Uma dor intensa pegou o meu peito e, depois de trazer um das mãos para a boca, que Geórgia liberou, eu comecei a chorar e soluçar de uma forma desesperadora.
Eu entendi que o Dante não a amava, de fato, quando nos casamos, ele deixou isso muito claro, e foi por isso que o nosso casamento não foi consumado, mas agora, meses depois, nos estávamos começando a nos dar bem a ponto de eu pensar que ele realmente sentia algo por mim. E eu me entreguei para ele, sem saber que não o veria novamente.
Aproximando-se de mim, Geórgia esfregou as minhas costas na clara tentativa de me confortar, o que não funcionou.
A sensação de ter sido usada substituiu a dor de ser abandonada não passava. Eu sequei algumas lágrimas que ainda rolaram na minha bochecha, e levantei a cabeça para perguntar para Georgia.
— Ele deixo pelo menos uma explicação? O covarde disse o porquê?
As palavras que saíram da minha boca estavam carregadas de pura raiva. Eu me senti um objeto, que ele só usou, e depois descartou.
Geórgia, vendo a raiva no meu rosto, negou, mas eu sabia que não era verdade.
— Diga-me Geórgia! Como a sua esposa, tenho o direito de saber que merda aconteceu.
Não fazia sentido esconder uma verdade que, mais cedo ou mais tarde, viria à tona e causaria ainda mais dor. Geórgia colocou a mão trêmula no seu avental e pegou uma folha de papel dobrado.
Não existia nenhum envelope, nem detalhes, parecia escrito com pressa, por obrigação.
Com as mãos trêmulas, eu peguei o papel e, depois de pedir à mulher que me deixasse sozinha, eu me sentei no último degrau da escada, onde abri a carta que causou a maior dor de toda a minha vida.
Amanda...
Quando você estiver lendo isso, é muito provável que eu esteja longe, o suficiente para não vê -la novamente em muito tempo.
Tentei ...
Eu juro que fiz isso, mas não posso, não, quando você sabe que não te amo, não quando o meu coração tem uma dona e, depois de passar uma noite com você, entendi que não tinha sentido em forçar algo que não funcionará.
Você é uma boa mulher, mas não posso te amar quando outra pessoa é dona da minha vida, espero que você entenda.
Depois de levantar os olhos para o céu com os olhos inundados de lágrimas, Eu me levantei, e retornei ao meu quarto, assim que eu entrei deixei a carta em cima da cama.
O que eu faria agora?
Chorar por um amor não correspondido?
Seguir em frente?
Eu decidi fazer a última opção. Caminhei para o espelho, e olhei a imagem refletida uma última vez. Antes de deixar no passado, a to*la e romântica Amanda que eles só usaram, e nada mais.
Anos depois ...
Caminhando com passos delicados e leves, eu entrei no enigmático edifício da H&G, que estava centrado no coração da cidade.
Eu agora, a editora chefe da revista mais lida dos últimos 5 anos e isso tinha os seus benefícios. Portanto, antes que eu consiga atingir o meu elevador pessoal, a minha assistente me atacou para comentar as atividades do dia.
— Sra. Granfort, para hoje...
Antes que ela pudesse continuar com a minha agenda, eu levantei a mão e, depois de tirar os óculos de sol, disse a ela: antes de começar...
A garota me conhecia tão bem, na verdade, ela estava ao meu lado há três anos e, antes que eu pudesse terminar a frase, ela estendeu o café, com apenas dois pedaços de açúcar, o que me fez sorrir.
— O que eu faria sem você? Agora vamos ao escritório, eles esperam por mim.
Tomando o copo nas mãos, eu avancei. Nos duas entramos no elevador que nos levaria ao andar superior.
— Temos o lançamento da nova edição em dois dias. E estamos com um atraso com os modelos e...
Abrindo as portas no meu caminho, Melissa me acompanhou até a sala de reuniões, onde antes que eu pudesse respirar, todos se viraram e se concentraram em mim.
— Bom dia... eu sei do atraso, e isso será resolvido... Agora, vamos começar.
Caminhando para a enorme mesa oval, eu dei os meus pertences a Melissa e apoiando as mãos na mesa, eu sorri para o meu time de trabalho.