CAPÍTULO 3

1294 Words
NARRAÇÃO FERNANDO - Você não ficou abalado em saber que não somos irmãos? Sua pergunta me pega de surpresa, mas a resposta é simples. - Não... Ergue a cabeça e me olha. - Me sinto extremamente feliz em não ter você como irmã. Me inclino para ficar mais perto dela. Passei quase três dias de merda sem sentir seu cheiro, seu calor e agora quero senti-la. - Agora você poder ser minha, só minha e sem culpa. Toco seus lábios com os meus de leve. - Você ficou abalada? - Por não ser sua irmã? Não. Toca meu rosto. - Eu quero ser sua. Só sua para sempre. Nós dois estamos sorrindo como dois idiotas apaixonados. - Mas não é tão simples como parece. - Como assim? Clara suspira e desce os olhos para o meu peito. Sua mão sai do meu rosto para o meu peito e ela começa a desenhar algo com os dedos nervosa. - Me conta o que descobriu. - Depois que eu descobri que não era sua irmã, Erick questionou uma troca de bebês na maternidade. - Por isso veio para Holambra? - Sim... o exame demoraria muito e tinha que saber o que aconteceu. Seus olhos se erguem um pouco. - Minha intenção era vir e achar as respostas antes de você sair do hospital. - Por que não me esperou? Podíamos vir juntos achar as respostas. - Não queria perder mais tempo Fernando. Seus olhos estão marejados. - Perdi 9 anos. Uma lágrima escorre de seu rosto. - Não queria perder nem mais um dia sem ser sua. Me viro e ficamos com o rosto colado. - Você descobriu como foi a troca? - Como foi não, mas quem é a outra família da troca sim. Suspira e permanece me olhando. - Eu tenho um irmão gêmeo. Abro um sorriso. - Olha só, você tem um irmão de verdade gêmeo. - Sim... e assim como não me parecia com você, não me pareço em nada com ele. - Ele é tão feio assim? - Não... Responde sorrindo. - Falo quanto aos traços. Ele parece nosso pai e eu a nossa mãe. É a primeira vez que a vejo falar de outros pais que não sejam os nossos e isso é estranho. - Então conheceu seus pais biológicos? - Sim... essa noite. - Como eles são? - Parecem legais. Então um estalo me vem a mente. - Se você foi trocada e tem um irmão gêmeo, eu também tenho uma irmã gêmea. Como ela é? Clara fica tensa, sai do meu peito e se senta na cama. - O que foi? Se levanta e começa a andar pelo quarto. - Quando decidi vir achar minha família, imaginei algumas coisas. Cruzas os braços e para de andar, me encarando. - Descobrir a troca, desfazê-la e cada família ter sua filha verdadeira ao seu lado. - E... Tem que ter o “ficar comigo” nesse plano. - Ficar com você... Sorri e suspira. - O que deu errado? - Não existe outra menina. Olho pra ela sem entender nada. - Mas teve troca. Clara se senta na beira da cama. - Sim! De um bebê morto, por um bebê vivo. Paro alguns segundos para entender tudo. - Então minha irmã gêmea morreu no parto? Ela confirma com a cabeça. - Nossa... Me sento na cama ainda atordoado e com dor. - Nossa mãe vai surtar com isso. - Ai esta a complicação toda. Olho pra Clara. - Existem duas famílias. Uma que já aceitou a morte de sua filha, que na verdade esta viva. Outra família que acha que tem uma filha, mas na verdade não tem. Se arrasta na cama e se senta ao meu lado. - Eu não sei o que fazer. - Seu medo é machucar a nossa mãe? - Sim... Ela sempre foi maravilhosa para mim. Pode não ter me colocado no mundo, mas me amou muito como filha. - Verdade! - Só que existe a Laura. Seus olhos voltam a marejar. - Dava para ver nos olhos dela a dor, ainda da perda da filha e a ferida no peito por não tê-la ao seu lado. - Você se sente dividida? - Muito. Sua cabeça se encosta em meu ombro. - Posso dar minha opinião? - Deve. Beijo sua cabeça. - Você descobriu as coisas agora. Esta tudo explodindo dentro de você. Sua mão busca a minha e ela enlaça os dedos nos meus. - Procura saber mais sobre eles. Vamos mais a fundo nessa troca e ver os motivos de ter acontecido. - Isso pode demorar muito tempo. Existem coisas sobre o dia do nosso nascimento que são estranhas. - Quais? - O medico que teoricamente fez o nosso parto, sofreu um acidente no hospital que o levou a morte um tempo depois. Ela me olha. - Esse acidente foi em seguida ao nosso parto. - E o medico que fez o parto da outra família? - Ainda esta no hospital. - Então vamos falar com ele. - Não é tão simples assim. É uma médica e ela parece bem chata. - Posso jogar o charme dos Ribeiro nela e ver se consigo algo. Clara me bate no braço. - Aí... - Nada de charme pra ela e nem pra ninguém. - Esta com ciúmes? Aperta os olhos brava e não consigo deixar de rir. - Acha que eu trocaria a mulher da minha vida assim? Abraço-a e a puxo para mim. Senta sobre o meu colo, me montando. Meus braços em torno dela, enquanto suas mãos estão em meu rosto. - Clara, nada e ninguém me separa mais de você. Seu dedo desliza em meu lábio inferior. - Você tem duvida sobre as famílias, mas espero que não tenha sobre nós. Se curva e cola a testa na minha. Fecha os olhos e respira fundo. - Você é a única certeza em minha vida, Fernando. Abre os olhos e o azul deles está tão intenso. - Perdi a minha identidade, não sei quem eu sou e ainda estou tentando entender de onde vim. Segura meu rosto em suas mãos. - Toda a minha estrutura desmoronou e a única coisa que me manteve ainda erguida foi você. Beija meus lábios com carinho. Subo uma mão enfiando em seu cabelo e a prendendo em meus lábios. Intensifico o beijo e Clara geme em minha boca. Todo meu corpo desperta pra ela com esse simples gemido. Se entrega ao beijo e suas mãos seguem para o meu cabelo. A forma como ela se agarra nele me deixa louco. Minhas mãos seguem para sua camiseta e começo a tira-la. Subo a camiseta expondo aos poucos sua barriga. Solta meu cabelo e ergue os braços para que eu tire por completo. Assim que passo a camiseta pela sua cabeça, jogo-a na cama. Clara me olha ofegante. Seus longos cabelos caídos sobre seus s***s. Delicadamente retiro uma parte do cabelo que cobria o seio direito. Ergo meus olhos pra ela. Ela é tão linda! Tão perfeita e minha. Retiro do seio esquerdo a outra parte do cabelo, deixando os dois agora expostos. Ergo minha mão e toco seu rosto. Clara fecha os olhos me sentindo. Com o dedo percorro seus lábios e desço pelo queixo. Tomba a cabeça um pouco para trás. Minha mão desce entre seus s***s e ela suspira excitada. Abre os olhos e me encara. Com um desejo enorme avança em mim, agarrando meu cabelo novamente e me beija. Seus lábios estão famintos e sua língua exigente. Começa a rebolar no meu colo. - Você é a minha única certeza. Sussurra em minha boca. - Não importa o que aconteça. Me olha intensamente. - Eu te amo e nada vai ficar entre nós dois. Nada...
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