Episódio 5

1966 Words
Jonas não sabia que Mirella estava presa, ele apenas perguntou ao seu assistente o que poderia fazer para que ela não fosse à coroação já que ele pensava em divorciar-se dela. — EU... Mirella não deixou ele terminar de falar e continuou falando. — Você fez tudo isso só para evitar que eu fosse coroada imperatriz? Fez tudo isso para me impedir de ir à cerimônia, bastava falar a verdade. Quando você tiver os papéis do divórcio eu os assinarei. Jonas pegou alguns papéis que tinha em cima da mesa e entregou para ela. Ela leu e olhou para ele sem poder acreditar. Mas, se conteve. — Vejo que você já os preparou. Ela se aproximou da mesa para pegar uma caneta e Jonas bloqueou o seu caminho. Ele acreditava que ela iria fazer algo com a jovem atrás dele. — Eu só ia pegar uma caneta. Ela disse, muito surpresa com a sua atitude protetora. Jonas ficou confuso com toda a frieza de Mirella. Ela pegou a caneta, assinou os papéis e disse a ele. — Espero que você seja feliz com a mulher que você ama. E então ela saiu, batendo a porta. Quando Mirella se foi, Jonas se sentiu terrivelmente m*al pelo que havia feito com ela. A jovem que estava atrás dele o abraçou por trás e disse. — Não se sinta culpado, você só queria a sua liberdade. — Ainda assim, não posso deixar de me sentir ma*l por ela. — Este foi um casamento sem amor, ela só está magoada porque você pediu o divórcio. Jonas se virou para ver a jovem e disse para ela. — Aline, me desculpe por fazer você ver tudo isso. — Eu sei que não é culpa sua, então não se preocupe, o que importa agora é que finalmente podemos ficar juntos. Mirella foi até o seu quarto, pediu às empregadas que a ajudassem a tirar o vestido, quando terminaram de tirá-lo ela ordenou para que elas saíssem. a eles. — Mas senhora...! — Eu quero ficar sozinha, vá embora. Ela gritou com elas. As duas criadas foram embora e Mirella caiu no chão e começou a chorar como uma garotinha até não ter mais lágrimas para derramar, ela abriu o armário, tirou um vestido verde simples e vestiu. Então ela pegou as suas joias favoritas e colocou em uma bolsinha, e olhou para o quarto pela última vez e depois saiu. Ela encontrou a assistente de Jonas no corredor e ela disse a ele. — Diga a sua majestade o imperador que já deixei o seu palácio. E ela continuou andando sem olhar para trás. Andrew sentiu um pouco de pena por ver ela Mirella partir daquele jeito, mas, como não podia fazer nada por ela, foi até o escritório de Jonas e ao entrar viu Aline sentada ao lado de Jonas no sofá. Aline, ao vê-lo, disse: Andrew, por que você não toma chá conosco? — Não acho que esteja certo. Respondeu Andrew. — Porque não? Jonas foi quem respondeu à pergunta de Aline. — Porque há muito trabalho a fazer. Aline parecia chateada com isso, mas Jonas a beijou na sua testa e disse. — Por que você não vai passear pelo jardim, tenho certeza que você vai adorar. Ele se levantou com relutância. — Ok, vejo você mais tarde. Quando Aline se foi, Andrew disse. — Dona Mirella já saiu, ela me pediu para contar você. — Ontem você a trancou no quarto dela? — Você não me disse como lidar com ela, então trancá-la foi a única coisa que me ocorreu. — Talvez você devesse ter sido mais sutil. Ela estava com a voz rouca quando veio. Acho que ela continuou gritando até perder a voz. — Sinto muito, talvez eu devesse ter lhe dado um sedativo. — Acho que teria sido melhor. Quando Mirella chegou à mansão do seu pai, ela disse a ele em lágrimas que Jonas havia pedido o divórcio a ela naquela manhã. — Você não assinou, não é? — Claro. Ele não me ama. O marquês, cheio de raiva pelo que Mirella acabara de fazer, deu-lhe um tapa deixando a mão marcada na sua bochecha e começou a gritar com ela. — Você é uma inútil! Como você pôde ceder tão facilmente, agora a minha família será a zombaria de todos. Saia da minha casa, não quero mais ver você, a partir de hoje você não é mais a minha filha. Mirella olhou para o pai com os olhos arregalados. Ela não era capaz de acreditar no que estava acontecendo. Como ela não se mexeu, o marquês empurrou-a para a entrada onde ele disse a dois servos. — Tire esse lixo da minha casa. Quando dois servos se aproximaram dela, Mirella disse a eles: Posso andar sozinha. Ela saiu da casa do pai e caminhou muito até chegar a cidade. ..... Quando Nirella chegou na cidade todos ficaram observando e murmurando enquanto ela passava, e apontando o dedo para ela. — Olhe para a mulher que o imperador repudia. Uma disse. — Como ela ousa vir para a cidade, em seu lugar eu já teria ido embora. Uma outra mulher disse. Há apenas alguns meses, aquelas mesmas pessoas que agora apontavam o dedo para mim, eram as mesmas que me parabenizaram no dia do meu casamento. Mirella ficou enojada com o quão m,*au e vil Jonas tinha sido, ela assinou o divórcio e já foi anunciado. Ele garantiu que todos soubessem disso. Ela procurou uma pousada para passar a noite, mas não foi bem recebida em nenhuma delas. Todos lhe disseram que estavam lotados e que não podiam lhe dar um quarto, mas quando ela se virou, eles começaram a dizer. — Essa é a mulher que o imperador despreza, eu nunca a deixaria ficar no meu negócio. Mirella, vendo que não encontraria nenhum lugar que a recebesse, alugou uma carruagem e foi à casa de alguns amigos, mas todos se recusaram a recebê-la. No final, o único que lhe mostrou bondade foi o cocheiro. — Você não é mais bem-vinda neste lugar, talvez devesse voltar para casa. Disse-lhe. — Não tenho casa para onde voltar, nem mesmo lugar para passar a noite. Mirella respondeu enquanto lágrimas ameaçavam rolar por seu rosto. O cocheiro sentiu pena de Mirella e disse a ela. — Se você quiser pode ficar comigo na minha casa, minha esposa é uma mulher gentil e não creio que ela vá se opor. Mirella sorriu tristemente e disse a ele: eu realmente apreciaria se você fizesse isso. A casa do cocheiro ficava na periferia da cidade, a casa era pequena, com um jardim no pátio, e com janelas coloridas, quando o cocheiro desceu da carruaje disse a ela. — Espere um momento. O cocheiro entrou na casa e saiu pouco depois acompanhado de uma mulher de cabelos castanhos e pele branca e sardenta, ela carregava um bebê nos braços, o cocheiro lhe disse: pode descer. A mulher olhou para mim e disse. — Começou a ficar frio, lá dentro você ficará melhor. Mirella ficou feliz por ser acolhida em um lugar. — Obrigado. Ela agradeceu. E acompanhou a mulher para dentro da casa. A mulher serviu-lhe uma tigela de sopa e um pouco de pão e queijo. Mirella então recordou que estava desde ontem sem comer, então para ela aquela refeição simples parecia um banquete. Eu me chamou Samira, disse a mulher, e esse é meu filho Dani. — O meu nome é Mirella. Ela respondeu. — Eu sei, todo mundo sabe quem você é. Mirella suspirou e disse. — Acho que todo mundo sabe disso, menos eu. — Acho que você deve estar passando por um momento difícil. Ela sorriu tristemente e disse. — Você sabe, todo mundo me rejeitou como se eu tivesse uma doença contagiosa. Todos, exceto o seu marido e você, obrigado por me permitirem ficar aqui. — O meu marido e eu não somos daqui, então não nos importamos com quem você é. Mirella começou a chorar e começou a dizer. — Sempre fui uma boa filha, fui uma boa esposa e uma boa amiga, mas todos me viraram as costas, todos eles me renegam por algo que eu nem sei o que é. — Às vezes as pessoas podem ser terrivelmente cruéis. Respondeu Samira. Mirella enxugou as lágrimas. — Eu acho que você está certa. As pessoas se alegram com a dor dos outros. — E o que você pretende fazer agora? Ela perguntou. — Não sei, acho que irei para algum lugar longe daqui, quero começar do zero e deixar tudo isso para trás. Samira olhou para ela e disse. — Isso vai ser difícil, todo mundo sabe quem você é. Mirella também sabia que, como princesa herdeira, havia retratos dela em todo o império, e isso tornaria a sua vida mais difícil. Ela olhou para o seu cabelo e disse a Samira. — Talvez eu só precise mudar um pouco. Quando o cocheiro voltou para casa depois de ter guardado a carruagem e dado comida aos cavalos, Samira entregou-lhe a criança e disse. — Camil segure ele, enquanto eu lhe sirvo o jantar. Camil segurou o filho nos braços, beijou-o nas bochechas rechonchudas e o bebê sorriu. Camil sentou-se à mesa e disse para Mirella. Espero que a sua majestade não se importe em dividir a mesa com um humilde cocheiro. — Agora sou menos que um plebeu, deveria ser eu quem pergunta se não sou uma chateação. — Para mim é uma honra. Camil respondeu com um sorriso amigável. Samira o serviu a comida e pegou a criança nos braços. — Onde está sua mala? Samira perguntou-lhe. Mirella olhou para baixo e respondeu. — Não tenho nenhuma. Samira deduziu que Mirella havia sido expulsa de casa sem sequer pegar algumas roupas ou itens pessoais. — Não importa, vou te emprestar um vestido, venha. Mirella hesitou por um momento em se levantar da mesa por considerar isso rude, porque Camil ainda estava comendo, mas eles não pareciam se importar, então, ela se levantou e seguiu Samira. Ela mostrou a ela um pequeno quarto e disse a ela. — Você pode dormir aqui. No quarto havia apenas uma cama, uma mesa de cabeceira e um espelho suspenso na parede. Mas para Mirella, que naquela momento não tinha nada. Aquele humilde quarto, parecia um palácio. — Obrigado. Samira deu o bebê para Mirella e disse. — Espere um pouco, eu vou encontrar algumas roupas para você. Mirella ficou muito surpresa quando pegou o bebê nos braços, mas ela se acostumou rapidamente, e o bebê sorriu para Mirella, e mesmo sem saber lhe dar com bebês, ela tinha que reconhecer que foi adorável. Pouco depois Samira voltou com algumas coisas nos braços, colocou-as na cama e disse a ela. — Espero que elas sirvam em você. — Muito obrigado, você não precisava fazer isso. — Como já te contei, Camil e eu não somos daqui, quando chegamos aqui não tínhamos nada, mas alguém foi gentil e nos deu uma mão, acho que você deve sempre devolver o que recebeu. — Mas não fui eu quem os ajudou. — Mesmo assim, quero retribuir a gentileza que um dia recebi, entregando-a a você. — Se algum dia eu encontrar alguém que precise da minha ajuda, pretendo devolver a bondade que estou recebendo. — Muito bem. É assim que funciona, a pessoa que nos ajudou recebeu gentileza de outra, e aí ela devolveu para Camil e para mim, e agora nós devolvemos para você, e você vai devolvê-la para outra pessoa, que por sua vez irá devolvê-la para outra, é um ciclo sem fim. — Tem razão. Samira pegou o filho nos braços, que já começava a adormecer, e disse. — Vou deixar você sozinha para descansar, boa noite.
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