- Eu e urso saímos do carro e ficamos mais a cima, o cara abaixou o vidro do carro mas não consegui ver quem era, saiu arrancando com o carro e deu uns quatro tiros pro alto e o VT deu um tiro no pneu traseiro, o carro rodopiou, mas o cara sumiu das nossas vistas. Sai correndo mais pra cima do morro, até que os homens armados subiram e o VT veio até aonde eu estava armado até os dentes.
VT: Tá tudo bem?
Luana: Está sim, quem era?
VT: É o que eu preciso descobrir, você tem foto do cana que tu estava saindo? - Falou um pouco grosseiro mas relevei por conta do nervosismo.
Luana: Tenho. - Mostrei uma foto pra ele do Otávio.
VT: Era ele que estava te seguindo, acho que agora você precisa tomar algumas medidas e mais cuidado, liga pra sua mãe. Pergunta se ela está bem.
Luana: Ta bom, me afastei e liguei pra minha mãe, ela disse que está tudo bem, não vou falar nada pra não preocupar ela. Desliguei a ligação e vi o Digão descendo.
Digão: Qual foi, o que tá pegando?
VT: O policial lá seguiu ela vindo pra cá, o Urso que foi buscar ela. Ele seguiu eles até aqui, e ainda deu quatro tiro pro alto, tá desacreditado.
Digão: Reforça a barreira, não quero ninguém subindo que não seja morador. Amanhã nós vai decidir o que vai ser feito. Aqui ele não vai subir, ta suave.
VT: Aqui ele nem tenta subir, descarrego minha Glock na cara dele. Suave, vamos subir.
- Digão deu a volta com a moto e subiu, entramos no carro com o Urso indo em direção a casa do VT. Chegamos em frente a casa dele, saímos do carro, o Urso estacionou e ficou ali com os seguranças que estavam no portão, entramos. Chegamos na sala e eu notei ele meio estranho mas fiquei na minha, sentei no sofá sem falar nada e esperei ele querer falar algo.
VT: Esse cara é perigoso, você precisa tomar cuidado. Não conhece ele e não sabe do que ele é capaz.
Luana: Ele nunca pareceu ser agressivo, realmente eu não o conheço.
VT: To meio bolado, minha cachaça já foi até pro c*****o. Vou subir pra tomar um banho, me espera aqui e fica a vontade, a casa é sua.
- Ele subiu e eu fiquei aqui perdida nos meus pensamentos. As vezes a gente faz cada merda na nossa vida que pode respingar nas pessoas em que mais amamos, se ele faz algo com minha mãe? Eu nem sei o que faria, não temos uma figura masculina por trás de nós, infelizmente nessa sociedade machista a mulher só é respeitada quando se tem um homem por trás dela. Não demorou muito e ele voltou com uma carinha bem melhor, o que eu não entendo é que ele estava bêbado e agora está sóbrio. Que loucura hahaha
VT: Qual foi que tá me olhando assim?
Luana: Achei que tivesse bêbado.
VT: Brabão do pai ficar bêbado, sempre na atividade. - Disse sentando no sofá ao meu lado.
Luana: E porque você ficou estranho? Acho que já conversamos sobre o Otávio e achei que tivéssemos resolvido essa questão.
VT: Resolvemos pô, mas não posso negar que isso ainda me incomoda.
Luana: Te incomoda em que? Queria tentar te entender mas é bem difícil as vezes.
VT: Me incomoda porque tu escolheu o cara e não eu pô. Se tu não tivesse descoberto tudo, você ainda estaria com ele e não aqui comigo.
Luana: Não é verdade. O Otávio foi uma válvula de escape pra mim não ficar sozinha, ou melhor. Não me sentir sozinha, eu não fiz uma escolha, a vida só seguiu. Se você tivesse me procurado, talvez nem ter saído com ele eu teria, mas não foi o que você fez e não te culpo por isso. As coisas aconteceram porque tinha que acontecer.
VT: Não te procurei e já te falei os meus motivos e também não vale a pena a gente ficar falando disso, já passou. O que importa é daqui pra frente.
Luana: Assim que se fala.
VT: Quer comer alguma parada?
Luana: Não, jantei antes de vir.
VT: Então bora subir lá pro quarto, preciso esticar as pernas hahahahah.
Luana: Vamos.