Capítulo 47

963 Words

Corvo narrando A Salinha cheirava a ferro e limpeza m*l feita, a luz fraca, lâmpada tremendo, nas paredes riscadas por quem passou ali e não voltou pra contar história um santuário de dor montado no buraco mais sujo do nosso poder. Os vapores largaram o Caveira no centro, e eu me sentei devagar na cadeira, como quem chama o condenado pro banco dos réus. A cadeira rangia com meu peso, o cigarro solto entre os meus dedos e a minha paciência no limite. — Vai me entregar a garota, Caveira, ou tu não sai vivo dessa sala? — falei baixo, cada sílaba batendo como martelo. Queria ver o medo rasgando ele, queria que ele entendesse que tinha ultrapassado a linha. Ele cuspiu no chão, o rosto marcado, os seus olhos faiscavam, de orgulho ainda aceso. — Ninguém… nem você, Corvo… vai tirar ela daqui.

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