2 - PARTE UM

3192 Words
Quando voltou para casa pela manhã, havia um bilhete da irmã junto à cafeteira elétrica ligada: “A rosa sobre a mesa é para você (risos).” Trish largou a bolsa sobre a mesa, pegou a flor e girou o cabo entre os dedos. Sobre a toalha, um papel amassado e com manchas de tinta, estava escrito: “Perdoe o pintor i****a”. Tirou as botas e deixou os pés nus sentirem a madeira fria do assoalho. Conteve um bocejo e encheu uma caneca com o café forte e cheiroso. Zanzou pela sala com a flor na mão. Por fim, mergulhou-a no copo com água mineral. E mergulhou o próprio corpo também na banheira com sais perfumados. Deitou a cabeça para trás e deixou a mente viajar por labirintos cercados por girassóis. A sensação de pertencer a si mesma e poder enveredar pela via da esquerda ou direita, pular da ponte ou seguir sobre os trilhos, propiciava a ela tamanha paz que fortalecia a muralha que criara para se proteger dos adversários.  E eles sempre agiam da mesma forma, como, agora, quando o pintor i****a oferecia-lhe uma flor. Caso cedesse, ele se aproximaria ao ponto de tirá-la do seu próprio lugar, empurrando-a para o acostamento. Vestiu um robe e deitou sobre a colcha da cama. Adormeceu pouco tempo depois. Uma batida na porta a fez despertar bruscamente. Sentou-se na beirada da cama e esfregou os olhos. Por um momento, pensou em ficar quieta e imóvel. Só podia ser o pintor loiro e lindo tentando uma nova investida. – Como vai? Sim, ela abriu a porta mesmo sabendo quem estava do outro lado. O rapaz vestia um jeans surrado e uma camiseta cinza. Seus olhos eram claros, límpidos e toldados por cílios longos e encurvados para cima. O rosto claro e belo, a pele lisa e o ar fresco de quem parece ter saído sempre debaixo do chuveiro. Mesmo que cheirasse a tinta e tivesse pingos dela na roupa e nas mãos. – Bien, et toi? – as covinhas acentuaram-se no sorriso charmoso. – Acho que acordei você... Foi a vez de Trish sorrir com charme e baixar a cabeça, envergonhada: – Não sou uma pessoa chata, mas sim, você me acordou novamente. – Posso pedir um favor? – perguntou, exibindo na mão uma garrafa térmica. –Trouxe café, mas, inexplicavelmente, esfriou. – Entre... Qual o seu nome? – Michel Ferrier. – estendeu-lhe a mão. Trish franziu as sobrancelhas e apertou a mão estendida: – Michel Ferrier? – Oui. Pourquoi? – perguntou, sorrindo com o canto dos lábios. – Porque esse nome me é familiar... – respondeu pensativa, cedendo passagem para ele entrar. – Talvez seja mais comum do que familiar. – brincou, sorrindo, balançando a garrafa térmica. Alçou as sobrancelhas com ar interrogativo: – Mademoiselle... – Trish Isabelle Silva. – disse, indicando a cozinha e seguindo-o logo atrás. – Trish Isabelle Silvá – ouviu-o murmurar como se quisesse memorizar o nome; depois, voltou-se para ela e disse: – Confio em pessoas com três nomes. Ela achou engraçada tal observação e pôs as mãos na cintura ao dizer: – É mesmo? Eu também só confio em pessoas com três nomes, Michel Ferrier. Ele sorriu amplamente, sentindo-se confortável e à vontade diante da pia de mármore onde depositou a garrafa que segurava. Sem intenção alguma de ser arrogante, mas convicto do poder do seu charme, aproximou-se de Trish e pôs uma mecha de seu cabelo para atrás da orelha dela dizendo solenemente: – Salut, mademoiselle Silvá. Je m’apelle Michel Patric Ferrier. Ela não pôde deixar de rir. – Oh, certo, isso é um belo argumento para se confiar em alguém. – gracejou. Ele não perdeu a pose: – Temos de partir do pressuposto de que todas as pessoas são dignas da nossa confiança até que se prove o contrário. É mais fácil viver assim. – considerou. – É mais arriscado, isso sim. – enfatizou, torcendo o lábio de um jeito engraçado e emendou pegando a garrafa sobre a pia: – Vou esquentar o seu café no micro. Despejou o líquido numa jarra plástica e o pôs para aquecer. Ao virar-se, encontrou um par de olhos verdes passeando pelo seu corpo. Instintivamente, apertou ainda mais o cinto do robe. Observou um leve sorriso aflorar nos lábios dele. – Acho que um minuto é o suficiente. – afirmou, baixando os olhos, uma vez que sentia os dele queimar a pele do seu rosto. – Oui, um minuto é o suficiente para dizer que você é bonita, e que amanhã termina o meu trabalho aqui, nesse prédio, e meus dias então ficarão menos bonitos. – lançou um olhar para o cronômetro do micro-ondas e emendou: – Ainda tenho trinta e cinco segundos... – emendou, voltando‐se para ela: – Gostaria de ter mais tempo para conhecê-la, podíamos sair para um café ou dançar, quem sabe. Ou subir até o terraço e ver as estrelas enquanto tomamos um champanhe barato...– riu-se. – Ou fofocarmos sobre os seus vizinhos que, a bem da verdade, me parecem lunáticos... Sei lá, Trish, como faço para transpor esse muro aí, entre você e os meninos? – disse de um jeito divertido. Faltavam cinco segundos para o micro-ondas apitar, e ela disse: – Não confio nos meninos, Michel, sinto muito. – mas ela não sentia, aprendera a duras penas ser assim e queria ser assim, manter uma distância segura para não se equivocar novamente. Entretanto, ele não se deu por vencido. – Um dia terá de confiar em alguém, senão correrá o risco de mandar para a cadeira elétrica um inocente. Ele falou tão sério que Trish começou a rir. – Não se preocupe, irmão, confio no meu julgamento. – voltou-se para ele com a jarra plástica e o café fumegante exalando o odor forte característico. – Aqui está o seu café, monsieur. Despejou o conteúdo da jarra na garrafa térmica dele. Fechou a tampa com força e, de certa forma, imprimindo nesse ato a vontade de encerrar aquele momento. – Você não quer ser minha amiga, é isso? Está me parecendo xenofobia. –disse, estreitando os olhos, desconfiado. – Não sou uma boa amiga. – afirmou, entregando a garrafa. – Dane-se, de bons amigos o inferno está cheio! – brincou. – Você tem twitter? Vou segui-la obsessivamente. Ela riu, era impossível resistir ao seu bom humor. Precisava também de um pouco de luz nos tons cinzentos de sua vidinha controlada por rédeas puídas e à beira do rompimento. Trish tentava impor a si mesma o comportamento pragmático e distante que a irmã destinava para com os homens. No entanto, Simone agia de forma natural, sem dilemas, sua estrada era reta e ela apenas a seguia. Para Trish, por outro lado, havia ao lado da estrada reta, atalhos, secundárias arborizadas, planaltos e rochedos diante do mar. Às vezes, ela tinha de sair da estrada da sensatez e do equilíbrio para ver outro lugar. Normalmente, voltava quebrada por dentro. Levou-o até a porta com aquela sensação de despedida, despedida de alguém que não deveria partir, pelo menos, tão cedo. Ele se virou para ela, sorrindo. – Merci – agradeceu, balançando a garrafa. – Minha tarde seria h******l sem cafeína. – De rien. – disse e emendou tentando não demonstrar interesse, e sim curiosidade: – Que horas termina tudo por lá amanhã? – Humm...se não chover, ao meio-dia está “finito”. – Vamos nos despedir com um almoço, então. – sugeriu. Ele fitou-a longamente como se quisesse analisar a intenção do convite. Por fim, a beijou rapidamente na testa e disse sorrindo com charme: – Mesmo assim vou segui-la no Twitter. ***   Era a quarta vez que repetia a frase: – Não quero morrer tão cedo! – o timbre da voz deveria soar desesperado e esganiçado ao mesmo tempo. E foi como Trish fez. Entretanto, a diretora do comercial – que já havia realizado um punhado desses e mais um punhado de videoclipes de música pop, ainda não estava satisfeita com a interpretação da atriz. – Acredita mesmo que está à beira da morte? Não sinto isso, e o público também não sentirá. Precisa pôr mais sentimento aí, parece que está comentando com uma amiga enquanto bebe cerveja de cidra. SINTA A MORTE DENTRO DE VOCÊ. – berrou a mulher de cabelos tingidos de branco e mechas azuis. A luz dos refletores incidia sobre a cabeça de Trish, aquecendo o seu crânio e o corpo vestidos numa fantasia com enchimentos de espuma. Ela transpirava abundantemente debaixo da roupa. Filetes de água morna desciam-lhe pelas têmporas, debaixo dos braços e por detrás dos joelhos. Estava desidratando. Usava a fantasia de barata voadora havia três horas. Não conseguia sentar em lugar nenhum, porque o traseiro do bicho era pontudo. Ainda tinha de aguentar uma diretora irritadiça e conhecida por seus chiliques, e uma equipe de produção sarcástica. Todos se consideravam artistas e profundos. Produziam um comercial para a segunda maior agência de publicidade da França, em termos de faturamento. Usavam a linguagem simplista e beirando à debilidade mental das peças publicitárias para a televisão e, mesmo assim, estressavam-se porque a pessoa encharcada de suor que observava discretamente a chegada de uma crise de hipotensão, não conseguia encontrar o tom certo do desespero de um inseto à beira da sua exclusão do planeta. Diante dela, a morena alta, bonita, sem p****s, com cabelo longo e franja tipo cortina fechada, quarenta quilos e expressão de manequim de passarela que comeu jiló, fitava-a à espera da explosão sentimental da coadjuvante. A modelo fazia o papel da dona de casa enfiada num vestido sexy, saltos altíssimos, maquiagem noturna e cílios postiços. Trish pensou se era o seu sotaque desgraçado que lhe tirava o papel de dona de casa chique e a metia dentro de uma barata. Ou se o mundo se tornara um lugar tão b***a que a arte, agora, era vender. – Acho melhor uma atuação mais contida, algo mais Binoche. – ponderou, trazendo para o seu lado a atriz de A Liberdade é Azul. – Barata não pensa! – vociferou a diretora. Ao redor, os cinegrafistas controlavam a vontade de rir. Não podia culpá-los, ela era uma barata de 1.60 m, cheia de espuma que a fazia parecer uma mistura de besouro marrom com baleia assassina, duas antenas longas demais, balançando em frente à cara, as asas de papel celofane e as várias patas coladas de qualquer jeito no corpo de pelúcia. Suas curvas de latina, com carnes distribuídas na b***a e coxas estavam escondidas. No entanto, o rosto, ruborizado de vergonha, totalmente à mostra. O comercial passaria no horário nobre por toda a França. Trish fora criada para aceitar o estabelecido, a refeição posta à mesa deveria ser comida sem contestação. Mas ela rejeitava, agora, aquela comida fria e sem sal. – Se a barata não pensa, ela também não sente. – começou, olhando diretamente para a artista multimídia e completou apontando para o roteiro: – Ela grita que não quer morrer, então tem consciência da morte e, por sua vez, da vida. O único ser que sabe que está vivo e que sabe o que é e quem é, por extensão, é o ser humano. Isso o classifica, então, como ser pensante. E a barata, agindo dessa forma diante de um ser de outra espécie e com o veneno para assassiná-la, também pensa. Para sentir, não é preciso pensar, é verdade. Contudo, ela articulou-se através da linguagem e estabeleceu comunicação com o seu algoz, o inseticida, logo, a barata pensa. E pensando, deve sentir. Porque pensar sem sentir é coisa de psicopata e a psicopatia somente existe entre humanos. Há um buraco imenso nesse roteiro. Um minuto de silêncio no estúdio. A diretora, então, à beira de um surto, disse: – Você pode repetir a sua fala? – Bem, eu... – Trish sorriu e tentou recordar como havia começado a sua improvisação, quando a diretora interrompeu-a: – Mas, agora, com mais sentimento. – ironizou a diretora. Trish repetiu a fala da barata, e não a sua. Olhou ao redor, perscrutando nas expressões debochadas algum calor humano. Apertou-se na fantasia de barata, respirou fundo e pensou: “mamãe estaria orgulhosa de mim, se não fosse tão bem sucedida nos tribunais”. Tentou concentrar-se em alguma perda ou dor, algo que pudesse usar de si mesma para o personagem. As perdas afetivas haviam sido racionalizadas e neutralizadas. Seus pais, avós e irmã estavam vivos e saudáveis. Ela precisava de dinheiro, mas isso não a deprimia. Preocupação e ansiedade eram diferentes de angústia ou tormento da alma. Abriu as patas num gesto amplo, deitou a cabeça para trás, arreganhou a boca como nos desenhos animados e falou numa voz desesperada e esganiçada: – Agora é o meu fim! A diretora aceitou a troca da fala. Ninguém jamais soube explicar. ***   Puxou do forno a forma redonda com a pizza e deu uma espiada, as bordas já estavam douradas. Abriu uma garrafa de vinho e encheu um cálice. Bebeu-o todo. Inquieta, voltou à sala e desligou a televisão. Torceu o lábio numa expressão de resignação ao pensar no cachê que recebera pela manhã. A bem da verdade, um miserável cachê. O teste já era a gravação final do comercial. A diretora queria uma encenação mais próxima da verdade, algo mais experimental, como dissera. Trish pensou em dizer que jamais seria próximo da verdade, uma vez que barata falante e sofredora combinava mais com o departamento de porcos com asas do que com o da realidade concreta. Aceitou de bom grado o dinheiro. Toda a vez que recebia por um comercial, sentia-se mais atriz que garçonete. O que era estranho – e talvez fosse a refeição de outro lhe posta à mesa como imposição – era que gostava mais de ser garçonete. Adorava trabalhar com Jean Pierre, conversar com os clientes e os colegas, andar de uma mesa a outra e beber de graça os aperitivos criados pelo barman. Queria para si uma vida mais simples e pacata. Já estava se cansando da extrema competitividade do mundo artístico. Às vezes tinha inveja dos artistas de rua. Talvez depois do curso de pintura, trabalhasse como mímica nas calçadas de Montmartre ou no Marais. Sorriu satisfeita com o novo projeto em vista. Quando ele chegou tinha numa das mãos uma garrafa de vinho e na outra uma rosa. Não falou nada, apenas passou por ela e a esperou no meio da sala. Trish pegou a garrafa de sua mão e apontou para a flor: – Espero que não seja para mim. Sou contra m***r as flores por questões que não sejam as de sobrevivência. Michel parou de sorrir e alçou a sobrancelha, confuso: – Quem sobreviveria comendo rosas? – Ah, todo mundo, qualquer um. – disse, dando de ombros, e procurando argumentos plausíveis para sustentar sua tese. Ele insistiu: – Se elas não morrem para serem oferecidas a alguém, acabam se tornando saladas nos restaurantes chiques. – Isso não o exclui da culpa em ceifar a vida dela. – acusou-o. – Bom, – parou e era visível que escavava algo na mente: – ela ia morrer de velhice, de qualquer forma. – E é você quem decide quando um ser deve viver ou morrer? – Trish, é só uma florzinha que trouxe para fazê-la sorrir. – disse, erguendo as mãos em rendição. – Certo, você me traz um cadáver e eu devo pular no seu pescoço. – falou com arrogância e emendou: – Vou embalsamá-la num copo com água, talvez dure uns quatro dias. Michel gargalhou e estendeu-lhe a flor. Seus dedos se tocaram levemente. Um toque tão suave e tépido, que ela deixou que se prolongasse. Por um minuto, olharam-se sem permitir que suas emoções fossem lidas no rosto de um e de outro. Ela quebrou o momento e disse: – Fiz pizza, espero que goste. – tentou sorrir, apesar da tensão. – Gosto é de você. – disse, com um sorriso terno e completou divertido: – E gosto também de acabar o meu serviço, pegar a grana e partir. Fui explorado, como sempre. As imobiliárias contratam apenas um homem para dar conta do trabalho de no mínimo três. – Sente-se no sofá, operário oprimido. – brincou. Ele sentou-se e cruzou as pernas como os homens faziam. Trish havia observado outros caras se sentarem e cruzarem as pernas como mulheres. Os últimos, normalmente artistas ou intelectuais, pareciam sentirem que ocupavam um trono diante dos súditos no saguão do palácio. Era um tipo de afetação que a irritava. – A gente podia ir ao cinema amanhã. – ele disse, fitando-a em desafio, – Acalme-se, j**k. Ele riu e disse: – Ainda não tenho nenhum trabalho em vista, achei, então, que poderíamos assistir a um filme alternativo, sabe, aqueles que passam nas salas de cinema sem lugar para se colocar o copo. – Começo um curso de pintura amanhã. Depois de falar a verdade, pensou que deveria tê-la omitido. No fundo, queria estar com ele no outro dia também. Ficou com medo. Todos os alarmes acionados, placas de indicação de perigo e saída de emergência. Isso! Era isso que ela precisava para não se apaixonar por Michel e, também, não ter de se afastar de sua companhia: uma saída de emergência. Ao final do almoço, perto das quatro da tarde, ela já sabia sobre a infância, os passatempos, os projetos e as mancadas de Michel. Ele contava suas façanhas sempre acompanhadas por gafes maiores ainda, rindo de si mesmo. Às vezes, parava e olhava para ela por longos minutos para, depois, dizer algo espirituoso. Um tipo de romantismo que Trish já presenciara em outros homens; um romantismo descontraído, leve, sem dramas ou bagagens pesadas. Era o que se chamava de curtição. Eles estavam se curtindo. Todavia, Trish possuía sim um passado, uma bagagem. E bem pesada. Temia por isso mesmo que a curtição acabasse em paixão, principalmente, se fosse unilateral. Mas ela não deixaria isso acontecer. No outro dia, à tarde, ela se pegou diante do espelho com os olhos brilhantes. Andou para frente e para trás se avaliando. Soltou o cabelo e decidiu que deveria voltar a tê-los escuros, pretos. Ainda assim, o vermelho profundo combinava com a sedosidade da pele dourada e os lábios cheios. Estava mais magra, mais jovem e mais alta. Olhava-se de outra forma, era claro e transparente. Via-se transformada ou sua visão sobre si mesma havia mudado? Jamais se considerara uma mulher bonita, não como Simone o era. Porém, tal consideração não a incomodava, mesmo ambicionando ser atriz e encontrando mais portas fechadas que uma mulher bonita encontraria. Trish simplesmente ajeitava-se com o que tinha sem fazer disso uma catástrofe ou uma chuva de fogos de artifício. Na maior parte das vezes, considerava-se charmosa e noutras tantas, apropriada. Com o passar dos anos – e a velhice chegando para todos – ela não teria nas costas a pressão de ter sido uma mulher bonita que perdera os encantos. Assim, para mulheres comuns, com aparência de cotidiano, não havia esplendor mas também não havia decadência. No cinema, ela não assistiu ao filme, e sim a ele.  
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