Acordei e não encontrei Dilan ao meu lado, confesso que isso me chateou, mas só até eu encontrar o bilhete dele. Cheirei a rosa e coloquei na água. Li o bilhete:
Sara...
Tive problemas para resolver na empresa e precisei sair, a nossa noite foi maravilhosa. Quero repetir todos os dias da minha vida.
Te amo
Dilan...
Me levantei sem pressa e tomei um banho demorado, não estava a fim de cozinhar, por isso fui até a lanchonete e pedi um lanche. Fiquei um pouco ali, antes de ir para o trabalho. Hoje faria o turno da tarde. Nunca gostei muito desse horário, mas hoje fiquei feliz de ter sido escalada para ele, pois, pude ficar com Dilan sem ter pressa.
Cecília...
Ele passou a noite toda fora, só percebi quando pude ouvir o som de seu carro se aproximando. Não demorou para que ele abrisse a porta do quarto.
- Venha.- disse ríspido e me arrastou pelo corredor, eu tentei me desvencilhar e ele me bateu.
- Venha.
- Dilan, por favor, o que vai fazer. Me solte!
Não deu tempo de nada, ele simplesmente me jogou escada a baixo.
Dilan...
Vadia, achava que podia medir forças comigo, não aprende nunca, agora ela está ali, no pé da escada, tem sangue escorrendo de sua boca. Está feito, meu assunto está resolvido. Coloquei o corpo dela no carro e dirigi até uma área de mata fechada, peguei-a no colo e entrei o máximo que consegui na mata, quando estava longe o suficiente deixei o corpo ali e fui embora.
Cheguei em casa e limpei todos os vestígios da estadia de Cecília lá e voltei para São Paulo.
Com Cecília morta, podia me preocupar apenas com Sara.
Sara...
Já passava da meia noite, e eu não tinha conseguido ir embora. Haviam uns clientes que pareciam que não sairiam tão cedo dali. Ouvi a hotels* falar boa noite para alguém. Olhei desanimada e vi que era Dilan quem entrava, ele apontou para mim e ela deu passagem.
Ele caminhou lentamente até mim, meu sangue gelou.
- Oi.
- Oi.
- Posso?- disse apontando para uma mesa.
- Claro. Só não vou poder te dar muita atenção.
Respondi apontando para os clientes que insistiam em ficar.
- Tudo bem, eu vim para te esperar, se você me permitir te acompanhar até sua casa.
- Será um prazer.
- O prazer é meu.
- Vai ficar conversando ai ou vai atender a outra mesa Sara? -falou a dona Dulce.
- É que ela estava me indicando o melhor lanche da casa.
- Espero que tenha indicado o mais caro, já que está demorando tanto ai.
- Era exatamente isso que eu estava falando, ela me ofereceu o...
- Super Cheddar Bacon.-disse Sara.
-Esse, mesmo, mas eu disse que não gosto de bacon.
- Faz sem bacon, mas o preço é o mesmo. -disse a velha satisfeita.
Sara me olhou envergonhada.
- É isso, com um suco de morango.
- Sim.
Passei mais uma hora ali, até que os clientes foram expulsos pela própria dona Dulce que estava louca para ir embora.
- Há!Há!Há!Há! Ela e mesmo chata, por isso que você quer outro trabalho? O sorriso de Sara morreu.
- Não, não é por isso.
- E por que é?
- É melhor deixar para lá, Dilan...
- NÃO, NÃO É!-gritou.-Fale de uma vez.
Dessa vez ele falou mais baixo, mas não menos ríspido. Eu fiquei muda por um instante e arregalei os olhos.
- Desculpe, é que a possibilidade de você não estar bem me deixa... nervoso.
- Não foi nada. Eu sei que se preocupa comigo, e é por isso que não quero contar.
- Diga. -falou mansamente.
- E que...o esposo da dona Dulce vive dando em cima de mim. Naquele dia eu estava nervosa porque ele tinha me agarrado e por pouco dona Dulce não pegou.
- Eu não sei mais o que fazer.
-Peça demissão amanhã mesmo.
- Não posso, tenho minhas contas e...
- Eu vou arrumar algo para você até o fim da semana, você não trabalha mais naquele lugar.
-Mas...
- Está decidido, amanhã vou ligar para um amigo e resolver isso, você só vem aqui para pedir demissão.
- Sim senhor. -disse sorrindo.
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(Na mata)
-Vem Francine, a cachoeira e logo ali.
- Ai Binho, é muito difícil esse caminho.
-Vem eu te ajudo. Dá a mão. Pula.
- Obrigado. Merece um beijo.
-Aí sim...
Os olhos de Binho ficaram vidrados por um momento.
-O que foi, não quer meu beijo fala.
- O que é aquilo?
- Onde?
-Ali. -disse apontando na direção de uns arbustos.
- Parece...um...corpo...de mulher
- Vamos sair daqui, Francine.
- Calma e se estiver viva?
- Mas não toque, se estiver morta sua digital pode ficar no corpo.
Caminharam até o local e notaram um gemido.
- Está viva, Binho.
- Socorro. -sussurrou a garota.
- Não fale, nós vamos te ajudar. -disse a menina.
- Qual seu nome? -perguntou o menino.
- Ceci...lia. E apagou.
Sara
-Então é isso, dona Dulce.
- Se você prefere assim, não queria que você fosse, mas se seu namorado não quer.
- Ele me conseguiu um trabalho.
- Particularmente eu acho que você conhece esse garoto a muito pouco tempo para fazer as vontades dele assim.
-Não é a vontade dele, é a minha. - falei exaltada e me levantei. - Até logo dona Dulce.
Dilan me aguardava do lado de fora, ele me levaria até o restaurante do amigo dele.
Paramos na frente, era um restaurante de luxo. Ele desceu e abriu a porta do carro para mim.Eu desci e ele entregou a chave para o vallet*, que sorriu.
Uma moça loira pegou o meu casaco e perguntou nossos nomes.
- Dilan e Sara Di Solano Vargas.
Ele me colocou na lista como sua esposa?
- Sim senhores, senhor Luccatti os aguarda.
Acompanhamos a moça até uma mesa onde um senhor aguardava.
- Dilan, como vai, meu amigo?
- Estou ótimo, Andrei.
- Essa deve ser a Sara.
- Sim. Prazer em conhecê-lo, senhor Luccatti.
- Oh! Não, pode me chamar de Andrei, Luccatti é apenas para os funcionários.
- E não é o que serei?
- Sim mas você terá um cargo de confiança e alem disso é namorada de meu grande amigo Dilan.
- Cargo de confiança?
- Sim precisamos de um gerente, aqui nessa casa.
- Mas Senhor Lu...Andrei, eu era apenas uma garçonete, não era gerente.
- Eu sei, Dilan me disse isso. E disse também que você fazia pedidos e muitas outras coisas mais que um gerente pode fazer.
- Sim mais é porque os meus patrões estavam velhos e cansados e acabavam deixando essas coisas para eu fazer.
- Você não deseja trabalhar para mim, então?
- Claro que sim.
- Então façamos um teste de três meses, se você se adaptar fica, senão levo você para outra casa da rede como garçonete, combinado?
- Sim.
- E Sara? Não é porque você é namorada de Dilan que vou facilitar para você. Disse o velho sorrindo.
- Com certeza prefiro que seja assim.
-Agora podemos jantar?
Dilan pegou o cardápio e escolheu o que achou por bem para nos dois.Tomamos um vinho branco e comemos salmão grelhado ao molho de maracujá. De entrada havia sido uma salada de rúcula com tomate seco
e mussarela de búfala.
As surpresas não acabaram por aí, Dilan conseguiu me surpreender mais uma vez.
-Bem agora aproveitando que a minha garota já
tem um emprego e que eu tenho ela aqui num ambiente bonito e favorável à mim, e claro que eu não podia deixar de presenteá-la com isso- disse me entregando uma caixinha de veludo.Eu sorri e abri, havia um par de alianças de ouro e um anel solitário. Dilan ficou de joelhos diante de mim, a essa hora o restaurante todo ja olhava para nós. Ele pegou a caixinha da minha mão retirou o anel e disse em alto e bom som.
-Sara Marie Rodrigues, aceita se casar comigo e me fazer o homem mais feliz da face da terra?
- Sim amor, aceito. - respondi sincera.
Dilan colocou o anel solitário no meu dedo e a aliança também. Após a minha experiência no restaurante terminar e eu ser efetivada com muitos elogios de Andrei, marcamos a data do casamento, seria em três meses.
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Hotels é o mesmo que recepcionista, só que de restaurante.
Valet é o mesmo que manobrista.