A cobertura estava silenciosa, iluminada apenas pelas luzes da cidade refletidas nos vidros enormes. Kira dormia no sofá, enrolada no cobertor de linho egípcio que Luís sempre deixava por perto. Seus cabelos dourados estavam espalhados como seda pelo travesseiro. Ele a observava de longe, com uma taça de vinho esquecida na mão. Aquela mulher havia virado o mundo dele de cabeça para baixo. Ela não era só beleza. Era coragem. Era alma. Era aquela que aceitou enfrentar um exército de olhos julgadores só para ficar ao lado dele e ainda assim não abriu mão de si mesma. Luís andou até o cofre embutido na parede do closet. Abriu com digital e senha. Lá dentro, entre contratos e relíquias de família, estava uma pequena caixa de veludo azul que ele havia comprado três dias antes, em segredo. O

